Como já dito na parte I do guia, a WSL 2020/2021 tem tudo para ser grande e chamar a atenção do mundo. Mas como qualquer outra competição no mundo esportivo, a Women’s Super League também acabou afetada pela pandemia do novo coronavírus. De diferentes formas, clubes e atletas sentiram os impactos do problema.
Efeitos da pandemia
A temporada 2019/2020, inclusive, acabou mais cedo. O campeonato foi suspenso no dia 13 de março, e depois acabou encerrado com antecedência. Entretanto, nem todos os times tinham a mesma quantidade de jogos (todos eles alternavam entre 13 e 16 partidas de 22), e a FA decidiu fechar a tabela pela média de pontos.
Por isso, o Chelsea acabou como campeão, com 2,60 pontos de média (39 em 15 jogos). Curiosamente, no bruto, o Manchester City fez mais com 40 pontos. Mas por ter um jogo a mais, ficou com 2,50 na média. Arsenal e Manchester United vieram logo em seguida. O Liverpool, na lanterna, foi o único time rebaixado.
Mas os clubes não gozam no feminino da mesma condição financeira do masculino. Por isso, a Premier League decidiu ajudar a FA. Primeiro, em junho, a empresa que organiza a liga masculina doou 1 milhão de libras à federação para bancar testes de jogadoras e funcionários. Com este auxílio, o financeiro dos 12 times recebeu um grande alívio.
Já em setembro, a PL lançou o Matchday Support Fund, um fundo para ajudar todos os clubes femininos, além dos masculinos sem divisão e os do País de Gales. Desta forma, os valores serão definidos por clube em uma espécie de “classes”, de 1 a 5, e todos terão acesso aos valores. Tudo isso em meio a rumores de que, no futuro, a Premier League pode vir a ser dona também da liga feminina.
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Além disso, a FA já disse oficialmente que está “desesperada” para a volta das torcidas aos estádios. Por isso, fará alguns testes em eventos de menor público em parceria com o governo inglês, para avaliação dos protocolos. Alguns dos jogos utilizados devem ser da WSL, e um já tem data: West Ham x Arsenal, na segunda rodada, em 12 de setembro.
Ademais, diante de todos os problemas causados pela pandemia, a Women’s Super League conseguiu se manter à sua forma, e promete uma ótima nova temporada. Na segunda parte do guia da Women’s Super League, a PL Brasil traz resumos dos outros seis times que estão na competição. Confira!
Everton
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— Everton Women (@EvertonWomen) September 2, 2020
O Everton chega para a temporada 2020/2021 da WSL com a missão de ser o único representante da cidade de Liverpool na liga. Mas com a expectativa de alcançar voos ainda mais altos na competição, o treinador Willie Kirk precisa organizar dois pontos na equipe: o ataque e a defesa.
Tendo finalizado a última edição na sexta colocação, as Toffees tiveram o segundo pior desempenho defensivo da metade de cima da tabela. Foram 21 gols cedidos em 14 partidas. Das contratações para o setor, destaque para Ingrid Moe Wold. A experiente defensora é figurinha carimbada da seleção norueguesa, além de ter tido uma passagem vitoriosa pelo LSK Kvinner até 2019.
Já com o ataque, a preocupação não vem de seu rendimento, mas da perda de sua estrela: Chloe Kelly. Dona de nove dos 21 gols do Everton na liga, a inglesa rumou para o Manchester City. Sua reposição, entretanto, fica por conta de três jogadoras que poderão ter seus papéis para dar até mais opções ao setor. São elas: Nicoline Sorensen, Valérie Gauvin e Claire Emslie.
Quem chegou?
Rikke Sevecke (defensora, Fleury), Georgia Brougham (defensora, Birmingham), Poppy Pattinson (defensora, Bristol), Ingrid Moe Wold (defensora, Madrid CFF), Damaris Egurrola (meia, Athletic Bilbao), Nicoline Sorensen (atacante, Brondby), Valérie Gauvin (atacante, Montpellier), Claire Emslie (atacante, Orlando Pride).
Quem saiu?
Kirstie Levell (goleira, Leicester), Taylor Hinds (defensora, Liverpool), Inessa Kaagman (meia, Brighton), Hannah Cain (atacante, Leicester), Chloe Kelly (atacante, Manchester City).
Manchester City
O Manchester City fez uma excelente campanha em 2019/2020, e terá novidades na WSL 2020/2021. Com o novo treinador, Gareth Taylor, o time terá a missão de lutar pelo título. Porém, vale lembrar que o atual vice-campeão tem apenas uma conquista da competição, no ano de 2016.
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A equipe se destacou pelo forte setor defensivo, comandado por Steph Houghton e Gemma Bonner. Já a jovem goleira Ellie Roebuck sofreu apenas nove gols, tendo sido a Golden Glove da WSL. Outro destaque foi Pauline Bremer, que marcou 10 gols, mas deixou o clube rumo ao Wolfsburg. Outra saída foi a da atacante Tessa Wullaert, que retornou à Bélgica para defender o Anderlecht.
Quanto aos reforços, as grandes expectativas ficam por conta das meio campistas norte-americanas Rose Lavelle e Sam Mewis, campeãs mundiais em 2019 diante da seleção da Holanda. Para repor a saída de Bremer, chega a destacada Chloe Kelly, ex-Everton.
Quem chegou?
Sam Mewis (meia, NC Courage), Rose Lavelle (meia, OL Reign), Chloe Kelly (atacante, Everton).
Quem saiu?
Matilde Fidalgo (defensora, Benfica), Lee-Geum Min (meia, emprestada ao Brighton), Tessa Wullaert (atacante, Anderlecht), Pauline Bremer (atacante, Wolfsburg), Emma Bissell (atacante, Bristol City).
Manchester United
O Manchester United fez sua temporada de estreia na Women’s Super League em 2019/2020. A equipe vinha de uma campanha irretocável na Championship da temporada anterior, sendo coroada com o título e o acesso antecipado. Mas para o ano de estreia, apesar do peso do clube, o principal objetivo era a permanência. E ela aconteceu.
As Red Devils terminaram na quarta colocação, atrás somente do Big-3. Foram sete vitórias, dois empates, cinco derrotas e a terceira melhor defesa da competição – atrás de Chelsea e Manchester City. Além do trio ofensivo, Hayley Ladd foi uma grata surpresa que chegou e tomou conta do meio-campo, sendo o motor do time.
Na WSL 2020/2021, Ona Batlle chega para tentar solucionar os problemas das laterais. Lauren James – artilheira em 2019/2020 – continua como um dos grandes nomes do time, e Ella Toone como alguém que pode estourar e conseguir mais espaço. A técnica Casey Stoney continua com investimentos pontuais, e a expectativa portanto é de G-4.
Quem chegou?
Ona Batlle (defensora, Levante), Lucy Staniforth (meia, Birmingham City), Ivana Fuso (atacante, Basel), Tobin Heath (meia/atacante, Portland Thorns), Christen Press (atacante, Utah Royals), Alessia Russo (atacante, North Carolina Tar Heels).
Quem saiu?
Aurora Mikalsen (goleira, Tottenham), Siobhan Chamberlain (goleira, aposentada), Fran Bentley (goleira, emprestada ao Blackburn), Mollie Green (meia, rescisão), Aimee Palmer (meia, Bristol City), Lizzie Arnot (atacante, Rangers).
Reading
4⃣ DAYS TO GO…
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— Reading FC Women (@ReadingFCWomen) September 2, 2020
Apesar dos altos e baixos da última temporada, o Reading conseguiu uma boa posição na WSL 2019/2020. Donas da quinta colocação, as comandas de Kelly Chambers tiveram dificuldades que parecem terem sido corrigidas na janela de transferências. Mas, precisarão tomar cuidado com o enfraquecimento da zona que mais rendeu frutos na última época.
O meio de campo foi a faixa em que as Royals perderam mais atletas de peso. Jade Moore e Remi Allen deixaram o clube, apesar de juntas terem feito um terço dos gols da equipe na WSL. Para o setor, a única contratação foi o empréstimo da galesa Jess Fishlock. Ela deve jogar ao lado de Fara Williams, que mais uma vez deverá tomar para si o papel de protagonista, mesmo aos 36 anos.
Perdas importantes aconteceram, mas o clube se reforçou para a WSL 2020/2021 onde mais teve problemas. A dupla de ataque não funcionou e a defesa foi a mais vazada dentre as principais equipes da liga. Por isso, Deanna Cooper (ex-Chelsea) e Emma Mitchell (ex-Arsenal) chegaram com destaque para o setor. Ademais, a contratação da atacante Danielle Carter, também ex-Gunner, foi festejada.
Quem chegou?
Erin Nayler (goleira, Bordeaux), Deanna Cooper (defensora, Chelsea), Emma Mitchell (defensora, Arsenal), Jess Fishlock (meia, OL Reign), Danielle Carter (atacante, Arsenal).
Quem saiu?
Rachel Laws (goleira, Liverpool), Mayumi Pacheco (defensora, West Ham), Sophie Howard (defensora, Leicester), Jade Moore (meia, Orlando Pride), Jo Potter (meia, rescisão), Remi Allen (meia, Leicester), Charlie Estcourt (meia, London Bees), Millie Farrow (atacante, Leicester), Maxime Bennink (atacante, PEC Zwolle), Lisa-Marie Utland (atacante, Rosenborg).
Tottenham Hotspur
🙌 𝙁𝙧𝙞𝙙𝙖𝙮 𝙁𝙚𝙚𝙡𝙞𝙣𝙜 🙌
Back in @BarclaysFAWSL action on Sunday! 🥰#SpurHerOn ⚪️ #COYS pic.twitter.com/Y5yinZv7H7
— Tottenham Hotspur Women (@SpursWomen) September 4, 2020
O Tottenham fez sua temporada de estreia na primeira divisão 2019/2020. A equipe buscava se manter na primeira divisão, e por isso, a expectativa inicial era ficar no meio da tabela. Mas apesar das dificuldades, manteve-se a meta por meio da aposta na experiência de boa parte do elenco remanescente, além de novas contratadas, com destaque para Alex Morgan, atual segunda melhor jogadora do mundo.
As Spurs terminaram em sétimo lugar na tabela. Perderam algumas jogadoras do plantel, mas foram atrás de boas reposições, inclusive no fortíssimo futebol estadunidense. E, por mais que novamente deva ficar no meio da tabela na WSL em 2020/2021, já podemos projetar que em um futuro próximo, o time seja muito mais competitivo e regular.
Leia mais: WSL 2019/2020: os times do meio de tabela
A primeira ênfase deve ser dada à dupla de treinadores Karen Hills e Juan Amorós. Os dois conseguiram manter sua equipe equilibrada na competição. E pela segunda temporada consecutiva, a jogadora destaque é Rianna Dean. A jovem camisa nove de 21 anos foi a artilheira da equipe e peça fundamental como a mulher referência do sistema ofensivo.
Quem chegou?
Alex Morgan (atacante, Orlando Pride-EUA), Aurora Mikalsen (goleira, Manchester United), Shelina Zadorsky (zagueira, empréstimo, Orlando Pride-EUA), Alanna Kennedy (zagueira, emprestada pelo Orlando Pride-EUA), Kerys Harrop (zagueira, Birmingham City), Rachel Williams (atacante, Birmingham City).
Quem saiu?
Chloe Morgan (goleira, Crystal Palace), Jenna Schillaci (zagueira, rescisão), Sophie Mclean (meia, rescisão), Coral-Jade Haines (meia, Crystal Palace), Megan Wynne (ponta, Bristol City).
West Ham United
🏃♀️ Running into the weekend like…
Just 2️⃣ more days until we're 🔙 in action! pic.twitter.com/dGKsxWNfUA
— West Ham United Women (@westhamwomen) September 4, 2020
Apesar de relativamente tradicional no futebol feminino inglês, o West Ham tem apenas duas temporadas de WSL. Em 2019/2020, as Hammers fizeram uma liga de muitos altos e baixos, e com um oitavo lugar abaixo das expectativas. Para quem esperava dar um salto de qualidade, a tabela demonstrou um resultado contrário.
O sofrimento do time ficou claro nos números defensivos. Em 14 jogos, foram 34 gols sofridos. Ademais, 13 destes foram nos 8 a 0 para o Chelsea e nos 5 a 0 para o Manchester City. Além disso, a instabilidade de um time que passou boa parte do campeonato alternando entre o sexto e o oitavo lugar foi uma marca. As comandadas de Matt Beard em poucos momentos conseguiram estabelecer seu jogo.
O destaque do time vai para Adriana Leon. Em 2019/2020, a atacante canadense foi a artilheira do West Ham na WSL, com cinco gols, e a vice-artilheira da temporada, com seis. Ademais, da janela de transferências, olho na meio-campista Emily van Egmond. A australiana foi emprestada pelo Orlando Pride, dos Estados Unidos. Além de ter tudo para se estabelecer no time titular, pode se tornar uma referência na WSL 2020/2021.
Quem chegou?
Mackenzie Arnold (goleira, Brisbane Roar); Maz Pacheco (defensora, Reading); Hawa Cissoko (defensora, Soyaux), Katerina Svitkova (meia, Slavia Praga); Ruby Grant (meia, sem clube); Emily van Egmond (meia, emprestada do Orlando Pride); Nor Mustafa (atacante, Eskilstuna United).
Quem saiu?
Anna Moorhouse (goleira, Bordeaux); Katharina Baunach (defensora, aposentada), Vyan Sampson (defensora, sem clube); Olivia Smith (defensora, UCF Knights); Filippa Wallen (defensora, Apollon Limassol); Tessel Middag (meia, Fiorentina); Julia Simic (meia, Milan); Ruescha Littlejohn (atacante, Leicester City), Esmee de Graaf (atacante, Leicester City).
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Guia produzido por Bruno Bezerra, Eduardo Costa, Hugo L’Abbate, Karyne Teixeira, Lucas Bichão e Natália Lara.