Por que plano de Ryan Reynolds no Wrexham gera discórdia no País de Gales?

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Os artistas Ryan Reynolds e Rob McElhenney compraram o Wrexham em 2020 e têm acumulado importantes conquistas desde então. A equipe, por exemplo, conseguiu dois acessos seguidos e saiu da quinta divisão do futebol inglês para a League One, a terceira divisão.

No entanto, fora dos gramados, os proprietários agora estão no centro de uma discussão no País de Gales e encontram dificuldades para tirar do papel um dos projetos do clube.

Proposta ‘multimilionária’ do Wrexham em risco

A dupla quer construir um centro de treinamento (CT) para as categorias de base do Wrexham na Darland High School, que fica em Rossett, Gales, mas a ideia não agrada a vizinhança local, segundo o site “Wales Online”.

O projeto “multimilionário” prevê a construção de dois prédios em uma “área verde”, conforme define o portal, e teria causado ainda mais indignação dos moradores da região por o clube ter iniciado as obras sem a permissão de planejamento ser concedida.

O veículo teve acesso a uma das cartas enviadas pelos moradores ao conselho da cidade de Wrexham. O grupo afirmou que “a aparência comercial e industrial brutal não condiz com o propósito da localização verde” da área, e que o empreendimento “vai contra a política de planejamento ambiental da zona”.

Além disso, o Wrexham pretende usar parte do espaço de uma escola, o que, segundo os reclamantes, vai fazer com que a instituição perca “áreas de prática esportiva”.

— O conselho deveria tê-los feito parar as obras até as permissões serem concedidas. O desenvolvimento (do projeto) não traz nenhum benefício para a comunidade de Rossett —, concluíram os moradores.

Racecourse Ground, estádio do Wrexham
Racecourse Ground, estádio do Wrexham (Foto: Icon Sport)

Profissionais em nome do Wrexham, por sua vez, destacaram que o centro de treinamento será para atletas entre as categorias sub-9 e sub-18, e “deve ajudar no desenvolvimento e educação dos jovens dentro e fora do campo”.

O chefe de planejamento do Conselho de Wrexham, David Fitzsimon, também enfatizou os pontos positivos do empreendimento aos governantes e analisou que o projeto é “essencial”.

— As novas instalações melhorarão a oferta esportiva. A política de planejamento impede construções inapropriadas em áreas verdes e a construção de novos prédios é, geralmente, considerada inapropriada. No entanto, o empreendimento é essencial para esportes e recreação ao ar livre e atende aos critérios de exceção —, declarou ele.

Fitzsimon ressaltou ainda que os prédios devem ser “pequenos” e ficar “discretamente” atrás da escola, de modo a não interferir na paisagem ou opções de lazer dos moradores.

Problema não é novidade para Ryan Reynolds e Rob McElhenney

Vale destacar que esta não é a primeira vez que Ryan Reynolds e Rob McElhenney e executivos esbarram em questões burocráticas para fazer obras em prol da equipe. Os proprietários, inclusive, já evidenciaram a insatisfação com os trâmites de planejamento no País de Gales.

Na ocasião, a dupla queria construir uma nova arquibancada com 5.500 lugares no Racecourse Ground e a proposta passou por atrasos devido às documentações.

— Acho que a quantidade de burocracias é o maior problema. Em Gales, há realmente muita burocracia, e é preciso descobrir maneiras de preencher todos os requisitos e garantir que todos fiquem felizes —, disse Reynolds em entrevista ao “Collider” em abril.

McElhenney completou: “Descobri que é muito mais difícil construir no Reino Unido do que em qualquer outro lugar do mundo”.

Os planos do Wrexham para o CT incluem a construção de vestiários, escritórios, salas de reuniões, departamento médico e academia. O comitê de planejamento deve tomar uma decisão sobre a continuidade ou não das obras no dia 2 de dezembro (segunda-feira), de acordo com o portal, e é possível que os executivos precisem fazer adequações de biodiversidade para manter o projeto na região.

Milena Tomaz
Milena Tomaz

Jornalista entusiasta de esportes que integra a equipe de redação da PL Brasil. Se formou em Comunicação Social em 2019.