Vai começar a fase decisiva da Uefa Women’s Champions League! A partir de agora, seguindo o esquema da masculina, os jogos das quartas de final até a decisão acontecem em formato de “bolha”, na Espanha. Todas as decisões serão em jogos únicos e prometem muita emoção.
Entre os oito times, ainda há um inglês vivo: o Arsenal. Campeãs da UWCL em 2006/2007, as Gunners têm uma pedreira pela frente: o fortíssimo Paris Saint-Germain, da França.
Confira a prévia da PL Brasil com destaques, informações da temporada e expectativas para este confronto cheio de expectativa!
A temporada do Arsenal
A temporada 2019/2020 do Arsenal foi cheia de altos e baixos. O time que começou com algumas mudanças no elenco chegava como atual campeão nacional e buscava manter a hegemonia por mais uma temporada.
O começo na WSL foi animador, com boas vitórias nos primeiros jogos. Apesar de uma derrota logo de cara no confronto direto diante do Chelsea, na terceira rodada, a recuperação veio logo em seguida batendo o Manchester City. Os três times são de longe os mais fortes do país e brigaram até o fim pelo título.
A partir da vitória contra o Man City, entre outubro de 2019 e janeiro de 2020, o Arsenal emplacou uma sequência de oito vitórias consecutivas. Entre elas, o histórico 11 a 1 contra o Bristol City, maior goleada da história da WSL.
A sequência foi interrompida por duas derrotas diante de Chelsea e Manchester City no segundo turno. Contra o Chelsea, em casa, as Gunners perderam por 4 a 1 e saíram de campo com muitas deficiências expostas.
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Em fevereiro, a WSL foi interrompida graças a pandemia do novo coronavírus, e o campeonato foi encerrado de vez. Mas não foi o total de pontos, e sim a média de pontos por jogo que determinou a classificação.
Com isso, o Arsenal ficou em terceiro lugar, marcando 2,40 pontos de média. Ao total foram 36 em 15 jogos, sendo 12 vitórias e três derrotas. Como na Inglaterra apenas as duas primeiras colocadas vão para a UWCL, as Gunners ficaram sem a vaga pela liga.
Já na Copa da Liga, o Arsenal perdeu a final por 2 a 1 para o Chelsea, ficando com o vice-campeonato. Por fim, a FA Cup parou nas quartas de final, mas será retomada em setembro. E teremos North London Derby: Arsenal x Tottenham.
A temporada de altos e baixos foi o grande reflexo de um elenco desbalanceado. Pois com um ataque avassalador e uma defesa frágil, o Arsenal depende muito de sua força ofensiva. Na defesa, a instabilidade tem sido a palavra forte.
Na frente, são grandes nomes como Daniëlle van de Donk, Jordan Nobbs, Jill Roord, Kim Little, Beth Mead e, principalmente, Vivianne Miedema. Mas atrás, a única referência tem sido Leah Williamson. De resto, faltam nomes mais firmes.
Sem a sustentação defensiva que se exige de um time de elite, é na força de seu ataque que o Arsenal se sustenta. E agora, para poder participar da próxima UWCL, tem apenas uma alternativa: vencer esta edição.
Campanha do Arsenal na Women’s Champions League
A campanha na Women’s Champions League até agora foi de tranquilidade para o Arsenal. Nas duas primeiras fases, o time inglês avançou sem dificuldades.
Primeiro, enfrentou a Fiorentina pela fase 16-avos de final, ainda em setembro de 2019. Vitórias tanto na ida (4 a 0 na Itália), quanto na volta (2 a 0 na Inglaterra).
Em seguida, nas oitavas, o desafio foi o Slavia Praga, em outubro. E depois de um 5 a 2 na Tchéquia com quatro gols de Vivianne Miedema, um impiedoso 8 a 0 na volta. Na segunda partida, Miedema e van de Donk marcaram três gols cada uma.
Destaques do Arsenal
Falar dos destaques do Arsenal é impossível sem citar a dupla holandesa que inferniza adversárias pela Europa. Vivianne Miedema e Daniëlle van de Donk são garantia de muita força ofensiva para as Gunners nesta reta final de Women’s Champions League.
Miedema é considerada por muitos a melhor jogadora do mundo. Nesta temporada foi a artilheira (16 gols) e líder de assistências (oito) na WSL – eleita pela Associação dos Jornalistas como a jogadora do ano na liga. Nos últimos 58 jogos ela contribuiu diretamente com 87 gols (fez 60 e assistiu outros 27). Tudo isso com apenas 23 anos.
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A camisa 11 é uma atacante de muita velocidade e grande poder de finalização. Além disso, consegue aparecer nos momentos decisivos, o que é (e será) essencial para o Arsenal. Mas para isso, conta com uma boa ajuda de uma compatriota.
Com apenas 1,60m, sobra qualidade em Daniëlle van de Donk. A meio campista é o principal elo de criação das Gunners e é capaz de criar ótimas oportunidades para suas companheiras. Extremamente habilidosa, precisa de pouco para encontrar espaços.
E ela não só cria, como também pisa bem na área e deixa suas marcas. Nesta temporada, por exemplo, já são 12 gols em 30 jogos. Então, para sonhar com o título europeu, o Arsenal terá que contar com dias inspirados de sua abusada e criativa camisa 7.
A temporada do PSG
A temporada do rival do Arsenal no confronto, o Paris Saint-Germain, foi marcada pela tônica dos últimos anos: mais uma vez, estando à sombra do rival Lyon durante grande parte do ano.
Vice campeão francês, o Paris terminou a temporada com 41 pontos na D1 Feminine, 60 gols marcados e sete sofridos. A grande artilheira da competição foi Marie Antoniete Katoto, com 16 gols, superando a lesionada Ada Hegerberg, do Lyon. Além disso, o PSG foi vice-campeão da Copa da França, perdendo a final para o mesmo Lyon.
Campanha do PSG na Women’s Champions League
Na UWCL, o PSG sofreu apenas um gol, tendo três vitórias e um empate. O time chegou até as quartas de final após passar bem tanto pelo Braga (7 a 0 na ida, 0 a 0 na volta), quanto pelo Breiðablik (4 a 0; 3 a 1) nas fases de dezesseis avos e oitavas, respectivamente.
O duelo diante do Arsenal nas quartas, curiosamente, não traz boas lembranças ao clube francês. Pois foi justamente nesta fase que, na temporada passada, elas caíram para outro clube londrino: o Chelsea.
Destaques do PSG
Como principal destaque, sem dúvidas a artilheira Katoto. Já citada anteriormente pode ser uma arma perigosa contra a defesa instável do Arsenal, pode ser o grande trunfo das francesas.
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O PSG ainda conta com três grandes jogadoras que tiveram passagens na FA WSL. A goleira chilena Christiane Endler (ex-Chelsea), a recém contratada meio campista Ramona Bachmann (ex-Chelsea) e a atacante Nadia Nadim (ex-Manchester City).
Ademais, outros destaques são a espanhola Irene Paredes (capitã), a alemã Sara Däbritz e a dupla brasileira Luana e Formiga, que segue firme buscando o título europeu aos 41 anos de idade.
Texto produzido por Eduardo Costa e Bruno Bezerra.