O Wolverhampton viveu duas temporadas marcantes na Premier League: 2018/2019 e 2019/2020, terminando as duas na sétima colocação do campeonato nacional. Em 2018/2019, fez 57 pontos e conquistou a classificação para a Uefa Europa League. Já em 2019/2020, pontuou mais, fazendo 59 pontos, mas não alcançou novamente a vaga europeia. Em 2020/2021, por outro lado, a queda de rendimento do time na atual temporada é visível.
Apesar de estar se recuperando recentemente – conquistando sete pontos nos últimos nove disputados – eles estão abaixo em pontuação se comparado com a jornada passada (30 contra 34) e em colocação (7º contra 12º).
Os Wolves também marcaram dez gols a menos (25 contra 35) e rondaram a maior parte do campeonato na zona intermediária. Em conclusão, eles são piores em praticamente todas as estatísticas em comparação com 2019/20.
O que explica essa queda de rendimento? Listamos 3 motivos que podem ajudar.
Por que o Wolverhampton não tem tido ido bem na Premier League?
A lesão de Raúl Jiménez
O Wolverhampton marcou 51 gols na Premier League 2019/2020, com Jiménez participando de 23 (17 gols e 6 assistências) – um envolvimento de aproximadamente 45%.
Ele parecia seguir em direção ao mesmo retrospecto, marcando quatro gols nos primeiros dez jogos da liga, quando sofreu uma lesão séria. O camisa 9 fraturou o crânio numa disputa aérea com David Luiz, em 29 de novembro.
Ele pode ser considerado o jogador-sistema dos Lobos: tem a força necessária para segurar a bola lá na frente e esperar a melhor opção vindo dos lados e possui a capacidade finalizadora para decidir quando surge a oportunidade. Acima de tudo, ele é a referência do time.
Sua habilidade aérea também é um de seus pontos fortes. Em uma equipe que costuma usar as bolas longas para quebrar as linhas adversárias, o atacante mexicano é crucial para estabilizar as jogadas lá na frente. Portanto, é notório a queda de rendimento da equipe com a sua ausência.
Ao total, Jiménez soma 86 jogos de Premier League, com 34 gols e 13 assistências. Perder um jogador desta importância é um rude golpe na maneira de jogar e de fato os Wolves sentem a sua falta.
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A tentativa de mudança na formação
Como bem explicado pelo The Athletic, o Wolverhampton saiu de seu tradicional 3-4-3 para um 4-2-3-1 durante essa temporada. A mudança foi inicialmente justificada pelo técnico Nuno Espírito Santo pela ausência de jogadores-chave como Conor Coady, que segundo ele desempenha uma função dentro do modelo que ninguém mais consegue.
Todavia mesmo com o retorno do defensor, a equipe seguiu tentando esse novo modelo. A intenção por trás disso era ser mais dominante com e sem a bola, aproveitando o fato de que o esquema com três zagueiros já não estava sendo tão cativante como antes.
No entanto com a mudança feita durante os jogos, o time mostrou grandes sinais de falta de entrosamento, e a segurança defensiva proporcionada pelo 3-4-3 foi embora. Os Wolves sofreram muitos gols e não conseguiam corresponder no ataque.
O retorno ao esquema original era inevitável. Sem uma pré-temporada adequada para testar, Nuno Espírito Santo percebeu que isso poderia custar o rebaixamento do clube. É muito provável que o time retorne com o 4-2-3-1, mas não neste momento.
A saída de jogadores-chave
Não podemos ignorar o fato de que o Wolverhampton se tornou mais fraco com as saídas de dois de seus principais jogadores.
Diogo Jota decidiu se mudar para Anfield Road e até o momento de sua lesão estava sendo a grande sensação dos Reds na temporada, fazendo os torcedores se questionarem o porquê da sua condição de reserva.
Ele definitivamente era o motor dos Wolves, se encaixando perfeitamente em seu modelo de contra-ataque fluído. É verdade que o português costumava oscilar, mas é difícil encontrar um jovem atleta que não oscile no começo de sua carreira na Premier League.
Matt Doherty é outro atleta completamente adaptado ao sistema de jogo do Wolverhampton que deixou o clube. O irlandês foi para o Tottenham, e deste então tem lutado para atuar como um lateral numa linha de quatro e não um ala.
Quando se joga em uma plataforma de jogo com uma base consistente, é difícil encontrar substitutos. O período de transição pode demorar e o nível de coesão da equipe reduz consideravelmente. Certamente vai levar um tempo para que o time possa superar essas saídas.