Jack Wilshere, ex-meio-campista do Arsenal e da seleção inglesa, falou sobre a admiração que tem por Luke Shaw. O lateral-esquerdo, que teve uma carreira marcada por lesões, foi o pedido para a próxima partida da Inglaterra.
Em coluna no jornal “The Sun”, o atual treinador da base dos Gunners reforçou que Shaw conta com atributos que Trippier não tem, e se viu no lugar do defensor, comparando suas lesões e principalmente a forma como voltaram delas.
Wilshere se derrete por Shaw
O antigo meia inglês começa dizendo o quão orgulhoso ele está do lateral. “De repente, a Inglaterra está na semifinal de um Campeonato Europeu e estamos implorando para que ele esteja em forma”.
Ele relembrou os tempos que dividiu o vestiário de seleção inglesa com Shaw. Ambos jovens, foram convocados para a Copa do Mundo de 2014 e eram os “protegidos” do elenco no Brasil.
— Eu ainda era bastante jovem na época. Criamos um relacionamento muito bom e ele teve um papel importante na minha experiência. O grupo era muito bom comigo e especialmente com Luke. Joe Hart, James Milner e Jordan Henderson, todos cuidaram muito bem dele e tentaram ajudá-lo — escreveu ao The Sun.
Ao longo do relato, Wilshere relembra as lutas dos dois amigos por estarem saudáveis e quase nunca conseguirem jogar juntos por conta disso. “Ou eu me machucava ou ele se machucava, e raramente estávamos nas mesmas seleções”.
— Passamos por coisas semelhantes, tivemos as mesmas frustrações. Assim como eu, ele foi pressionado desde jovem e chegou ao time principal. Jogamos muito e estávamos vivendo nosso sonho. Então, de repente, bang, isso acontece e começam os problemas.
Para o ex-Arsenal, apenas o fato de voltar de uma perna quebrada já seria incrível. Mas ter conseguido jogar no nível que ele jogou nos últimos dez anos — Copas do Mundo, Eurocopas e Champions Leagues — é incrível.
Volta por cima na Inglaterra
O ex-jogador lembra dos momentos conturbados que Shaw enfrentou no Manchester United. José Mourinho o criticou, e na Inglaterra, as pessoas falam sobre Ben Chilwell e outros para o substituírem.
Mas, para ele, a resiliência e a confiança do lateral são as razões pelas quais Southgate continua o chamando, “por essas qualidades e por sua liderança”. Para Wilshere, é o melhor jogador do país na sua posição.
— Sempre que vejo alguém voltar de uma lesão de longo prazo, procuro duas coisas. A primeira é como eles manejam a bola. Luke fez isso muito bem contra a Suíça. Ele não perdeu a bola. Foi preciso. Tomou boas decisões. A segunda coisa é o condicionamento físico. Não conseguimos ver isso realmente por causa do estado do jogo quando ele entrou.
Wilshere diz que a Inglaterra precisa de Shaw e explica por que ele merece a vaga. Para ele, a maior questão é a amplitude e equilíbrio natural no lado esquerdo que ele traz, em comparação com Trippier.
O lateral do Newcastle não consegue usar a amplitude porque é destro, enquanto o canhoto pode passar por fora. “Seus cruzamentos são subestimados. Ele também é agressivo nos duelos. Ele quer naturalmente avançar”, diz o ex-jogador.
O ex-meia acredita que a semifinal contra a Holanda seja semelhante ao jogo contra a Suíça, um jogo de momentos. “Devemos aproveitar ao máximo os nossos. Estou muito feliz que Luke tenha a chance de jogar”, reforça.
— Quando você passa por coisas como as que ele e eu passamos, não é fácil. As pessoas pensam: ‘Não importa, ele ganha muito dinheiro. Ele está machucado, mas ainda está recebendo’. As pessoas esquecem rápido dos jogadores quando estão machucados. Luke vai querer mostrar o quão bom ele é. Não acredito que ele ainda tem apenas 28 anos.