‘Provei que estavam errados’: Willian faz desabafo sobre volta à Premier League

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O meia Willian teve anos de sucesso no futebol inglês. Na Premier League, defendeu Chelsea e Arsenal entre 2013 e 2021, antes de voltar ao Brasil. Seu tempo no Corinthians, clube que o revelou, foi de altos e baixos.

Depois de sofrer com lesões e ser criticado – e até ameaçado fisicamente – em seu retorno ao Brasil, Willian decidiu voltar à Inglaterra. Com proposta do Fulham, acertou sua ida para Londres em agosto do ano passado.

A torcida corintiana não gostou da forma com a qual o seu então camisa 10 deixou o clube. Chamado de “Willian Premier League” ironicamente pelos alvinegros, o jogador revelou que provou que seus críticos estavam errados: em entrevista ao jornal britânico “Daily Mail”, disse que se sente em casa em Londres e tem vivido bons momentos.

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Willian em casa na Premier League

Willian comemora gol pelo Fulham - Reprodução/@FulhamFC
Willian comemora gol pelo Fulham – Reprodução/@FulhamFC

O próprio meia não esperava voltar ao futebol europeu, muito menos à Premier League, tão cedo. No Corinthians, foram apenas 25 jogos somando as edições de 2021 e 2022 do Brasileirão. Depois de ameaças à sua família, decidiu voltar para Londres, onde diz se sentir em casa.

Na Inglaterra, em Londres e na Premier League. Aqui me sinto em casa e vou morar aqui depois de me aposentar do futebol – revelou ao Daily Mail.

Aos 34 anos – 35 em agosto -, Willian sofreu com dúvidas em relação ao que poderia desempenhar na Premier League. Para ele, seu desempenho serve para rebater os críticos que duvidavam de seu potencial.

Muitos achavam que eu viria para cá só para descansar e jogar apenas quando quisesse. Mas eu provei que estavam errados. Tem sido brilhante para mim e estou gostando muito – rebateu Willian.

Até o momento, o brasileiro disputou 19 rodadas da Premier League, 17 delas como titular. Ele participou de cinco gols: marcou três e deu duas assistências, ajudando o Fulham a brigar por competições europeias.

Por outro lado, a proposta do time londrino não foi tão fácil de aceitar. Segundo ele, houve dúvida sobre as campanhas recentes do clube, que vivia de altos e baixos. “Eu não queria ir para um time que brigasse na parte de baixo da tabela”, argumentou.

Futuro duradouro na Premier League?

Willian em Chelsea x Liverpool, pela Premier League - Reprodução/@ChelseaFC
Willian em Chelsea x Liverpool, pela Premier League – Reprodução/@ChelseaFC

O meia quer seguir em Londres quando se aposentar, mas quando pretende parar? Para ele, a intenção é de seguir por, pelo menos, mais cinco anos – ou seja, quando completar 40. Ele mantém uma rotina de sono e de cuidados para se manter em alto nível e tem inspiração em um companheiro de seleção brasileira.

Olha para o Thiago Silva no Chelsea. Ele tem 38, não é? Talvez em dois anos eu mude de posição, vire meia central. Só ficar parado e tocar a bola – brincou Willian.

Seu auge foi vivido no Chelsea, onde venceu duas edições da Premier League, e isso fez com que seus filhos se tornassem torcedores dos Blues. Em meio ao caos interno do clube, ele desejou sorte a Frank Lampard, anunciado como técnico interino nesta semana, de quem tem boas lembranças como treinador. “Quero que ele tenha sucesso por lá”, disse.

Preocupação com o Brasil

Willian em ação pela seleção brasileira - Lucas Figueiredo/CBF
Willian em ação pela seleção brasileira – Lucas Figueiredo/CBF

Willian lembrou que voltar ao Brasil também foi um choque social para ele. “Saí aos 18 anos e vivi a maior parte da minha vida profissional fora do Brasil”, disse o meia. Seu medo em relação às condições precárias dos mais vulneráveis socialmente ligou um alerta.

O meia do Fulham apoia o trabalho do empresário Edu Lyra, em seu projeto “Gerando Falcões”, que visa dar melhores condições de desenvolvimento social aos jovens moradores de favelas através do esporte. No próximo dia 18, ele participará de um jantar beneficente em Londres, ao lado de Philippe Coutinho, Andreas Pereira e Edu Gaspar, em prol da organização.

— Todo ano, as mesmas coisas acontecem no Brasil. A pobreza é, talvez, até pior. Me deixa triste, então temos que fazer algo. É uma pena agora ver pessoas com tanto dinheiro que não se importam com essas situações no Brasil. Eles têm uma vida inacreditável e não se importam com os outros ou sentem a dor. Para mim, é um prazer ajudar mesmo que seja de uma forma pequena – pontua.

Guilherme Ramos
Guilherme Ramos

Jornalista pela UNESP. Escrevi um livro sobre tática no futebol e sou repórter da PL Brasil. Já passei por Total Football Analysis, Esporte News Mundo, Jumper Brasil e TechTudo.

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