A vida de Willian no futebol passou uma montanha-russa de emoções, e a Premier League foi personagem principal na sua história. Em entrevista ao jornal inglês “The Telegraph”, o atacante fo Fulham contou sobre sua passagem abaixo do esperado no Arsenal, a volta ao Brasil após “recusar” milhões nos Gunners e o retorno à Inglaterra em busca da felicidade.
Aos 35 anos, um experiente Willian se importa em aconselhar jovens jogadores a prezar pela saúde financeira. Em seus aproximados 15 anos de carreira, recomenda aos atletas que busquem um plano para seguir a vida depois de se aposentar.
Willian recusou milhões no Arsenal
A ascensão meteórica à fama foi seguida por momentos turbulentos e incertos. Após sete temporadas de sucesso no Chelsea, ele se juntou ao Arsenal em 2020, buscando novos desafios. No entanto, a passagem pelo rival londrino não foi como o esperado.
Em uma decisão arriscada, o brasileiro rescindiu seu contrato milionário com os Gunners após apenas um ano. “Quando deixei o Arsenal, todo mundo sabe que não foi boa (a passagem). Foi um ano difícil para mim”, explica.

— Decidi sair e, naquela época, eu ainda tinha mais dois anos de contrato e apenas disse a eles ‘Olha, vamos quebrar o contrato. Não funcionou do jeito que queríamos. Vou para outro lugar e continuarei jogando futebol’. Virei a situação ao contrário e, agora, três anos depois, estou neste clube (Fulham), me divertindo.
A busca pela felicidade levou Willian de volta ao Brasil, onde se juntou ao Corinthians, seu clube de infância. A experiência proporcionou um reencontro com suas raízes e a oportunidade de retribuir ao time que o formou.
— As pessoas diziam para mim ‘você está louco’. Você não pode desistir desse tipo de dinheiro’. Eles diziam ‘qualquer outro jogador na sua posição nunca faria isso. Eles se sentariam no contrato e pegariam o dinheiro’. Coisas assim – revelou o jogador.
“Mas eu não penso em dinheiro. Sei que o dinheiro é importante, com certeza. Mas não é a primeira coisa na minha vida (…). Mas eu não estava feliz, então foi por isso que decidi sair.”
Frustração no Corinthians e retorno à Premier League
A adaptação ao futebol sul-americano não foi fácil, mas a perseverança e o talento de Willian o impulsionaram de volta à Premier League. Em entrevista exclusiva à PL Brasil, no ano passado, ele chegou a afirmar que jamais voltaria a jogar no Brasil.
— Fiquei feliz por estar de volta (à Premier League). E foi uma nova oportunidade para provar que algumas pessoas estavam erradas quando eu saí do país, ‘oh, ele está acabado. Ele não vai voltar’. Eu não precisava fazer isso (para provar que estavam errados). Mas talvez eu tenha feito por mim mesmo e pelas pessoas que me amam – disse o meia.

Um jogador experiente e de grande sucesso, que conquistou duas Premier League, uma Europa League, uma FA Cup e uma Copa da Liga pelo Chelsea, teve também que ter grande humildade para voltar. Para voltar a jogar na liga inglesa, ele precisou aceitar realizar um período de teste de duas semanas no Fulham, que não tinha apostado 100% no seu retorno inicialmente.
“Fiz isso porque sou humilde. Sempre fui assim. Também foi um momento difícil na minha vida (depois de Arsenal e Corinthians)”, disse ao “Telegraph”.
Seu futuro no Fulham ainda é incerto — até mesmo para ele mesmo. Em julho do ano passado, ele assinou um novo contrato de um ano. Willian quer seguir no clube londrino, mas ainda espera a decisão da direção. “Não sei se eles querem que eu fique”.
Willian vai se aposentar?
Aos 35 anos, Willian é regularmente titular do Fulham e coleciona boas atuações nesta temporada. Apesar da idade avançada, seu desempenho na Premier League continua de alto nível.
O ex-atacante da seleção brasileira não pensa em se aposentar tão cedo. Mesmo se deixar o Fulham, a ideia é seguir até beirar os 40 anos.
— Todo mundo me diz ‘como é possível que você tenha 35 anos? Não pode ser!’, é bom ouvir isso.

O brasileiro explicou que o segredo para a longevidade é o sono e projetou que ainda tem mais alguns anos de carreira.
— Não sei se será aqui na Premier League, mas quero jogar até os 39, talvez 40 anos. Sempre preciso ser humilde. Estou muito feliz. Não tive um bom momento antes, mas agora estou curtindo muito. Você diz que estou jogando bem e fico orgulhoso disso. Ainda estou em um bom nível aos 35 anos e quero continuar assim — completou.