“Tem alguém da Associação de Jogadores Profissionais te esperando”, disseram a ele, logo que chegou para mais um dia em Melwood. A princípio, cerrou as sobrancelhas, mas foi relaxando o semblante na medida em que entendia o que estava acontecendo.
“Virgil”, disse o homem, depois de se apresentar, “em nome da Associação e de sua comunidade, é um prazer te entregar este prêmio”, declarou o engravatado, enquanto um segundo engravatado entregava um totem retangular nas mãos do jogador.
O paralelepípedo tinha uns trinta centímetros de comprimento, cinco deles ocupados por uma base preta. Os outros 25 eram pintados de um azul celeste, adornado com a figura de Leão, símbolo da associação, e com o logo da EA Sports. Nele se lia: “Player of the Month” (“Jogador do mês”).
Van Dijk deu um sorriso. Praticamente um ano depois de se tornar o zagueiro mais caro da história do futebol, o holandês recebia o prêmio de melhor jogador do mês da Premier League, que não era dado a um defensor fazia seis anos.

Aquilo foi um atestado, de que não era somente o mais valioso, mas o melhor de sua posição em atividade no futebol mundial.
“Ele é facilmente o melhor zagueiro do mundo”, afirma categoricamente Ronald Koeman, que treinou o jogador no Southampton e agora na seleção holandesa.
“É difícil escolher um melhor, mas ele é definitivamente um dos melhores”, corrobora o meia Davy Klaasen, seu companheiro esporádico de seleção.
“Ele é um jogador excepcional. Quando um jogador custa quanto quer que seja e funciona, ele vale a pena. Quando você paga menos e não funciona, é tão caro! Se ele consegue jogar a cada três dias sem lesões e mantendo o nível, bom, aí vale bastante a pena”, analisou Pep Guardiola, na ocasião de um decisivo confronto entre Liverpool e Manchester City.
Leia mais: Quiz: Que treinador da Premier League você é?
O espanhol, como de costume, foi preciso.
Virgil Van Dijk – “VVD” – não só têm uma frequência de 90% na temporada e meia a serviço dos Reds. É o pilar da defesa vermelha, se não for de todo o time, que experimentou um crescimento exponencial desde sua chegada.
Com Van Dijk na camisa quatro, jogando que nem um antigo “zagueiro central”, o Liverpool de Jürgen Klopp fez de seu ponto mais vulnerável a sua sustentação. Com o holandês lá atrás, os homens de frente podem acelerar, tentar e falhar com a serenidade de quem sabe que a bola dificilmente passará do meio de campo.
Aos 27 anos, o defensor está em sua plenitude atlética, capaz de cobrir tanto uma área como um campo de defesa inteiro.
Leia mais: Peter Schmeichel, o gigante dinamarquês que virou lenda debaixo das traves
Dominante pelo alto, preciso nos botes e sagaz no posicionamento, Van Dijk sustenta o estilo de jogo agressivo do Liverpool de Klopp, seja recuperando a bola rapidamente, seja defendendo com frieza e eficiência os contra-ataques que o “futebol rock and roll” proporciona.
“Sempre pensamos que Virgil era “O Cara”, chegou a admitir o treinador. Além da capacidade defensiva, o zagueiro têm recursos interessantes com a bola no pé e atacando-a pelo alto.
Sua capacidade de liderança, no entanto, foi o que fez o holandês especial aos olhos do alemão. “Eu sabia bem antes dele assinar que seria excelente. A combinação entre sua capacidade técnica e sua liderança o fazem assim”, completa.
Leia mais: O efeito Virgil van Dijk no crescimento do Liverpool
Autodefinido como um jogador “bastante vocal”, Virgil, como prefere ser chamado, elevou o jogo de seus companheiros de linha com o seu comando e presença. Joe Goméz e Andy Robertson que o digam.
Seu crescimento neste ano foi rapidamente assustador, de um jogador de ótimo potencial para um top de linha, mas ainda assim, parece natural. Afinal, sua ambição é do tamanho de seu futebol.
“Sou incrivelmente ambicioso e quero vencer o máximo que o meu potencial permitir, em uma carreira muito curta de futebol profissional” ele chegou a afirmar.
Certamente essa enorme vontade de vencer e de crescer foram o combustível para levá-lo até onde está. Foi também o que proporcionou um dos maiores momentos de tensão de sua carreira.
Mas a ambição de VVD parece inabalável, superando “conselhos” de seus chefes na adolescência e até um grave quadro médico durante sua juventude. Um atleta dominante, um líder ambicioso, um exemplo de superação. Essa é a história de Virgil Van Dijk, e este é seu perfil.
Virgil van Dijk: Entre louças e camas de hospital
O lugar era tão branco quanto poderia ser. Tirando umas banquetas e mesas de madeira, o restaurante Oncle Jon, em Breda – cidade natal de VVD -, na Holanda, era inteiro pintado em branco. Paredes, pisos, estruturas, tudo era branco.
A cozinha então, nem se fala, trabalhada em azulejos vidrados e retangulares. Há mais de uma década, nela trabalhava um Van Dijk adolescente, lavando louças nas noites mais movimentadas, enquanto perseguia o sonho de virar profissional.
“Ele era um bom trabalhador, fazia seu trabalho direitinho”, relembra Jacques Lips, dono do Oncle, ao Mirror. “Ele estava treinando muito, dando duro para tentar ser um jogador profissional”, completa.
Jacques recebeu Virgil em seu estabelecimento a pedido Ray Van Dijk, o pai do jogador. O jovem acabara de ser aceito nas categorias de base do Willem II, clube de certa tradição no futebol holandês, da cidade de Tilburgo, vizinha de Breda.
Vivendo uma infância modesta, Virgil precisava das horas no Oncle para no mínimo financiar o combustível dos sessenta quilômetros rodados entre as cidades. A rotina era cansativa e estressante para ele para a família, e fica cada vez mais inviável com o passar do tempo.
Leia mais: Quando o Real Madrid ofereceu Alfredo Di Stéfano ao Manchester United
Foram três anos até o garoto se transferir para o Groningen, em 2010, quando de fato iniciou sua carreira no futebol. Por ter passado a infância e quase toda a adolescência em clubes amadores, era difícil a adaptação às exigências do profissional. Mas o zagueiro conseguiu a sua chance.
Até, lá, no entanto, Van Dijke era constantemente desencorajado pelos seus colegas no Oncle. “Depois do trabalho, seu pai vinha buscá-lo e eu aproveitava para dizer que ele deveria lavar mais louças e deixar essa história de jogador de lado”, admite Jacques. Ainda bem que ninguém o ouviu.
Porém, havia mais obstáculos reservados ao defensor. Um ano depois de iniciada sua carreira, VVD passou por um quadro médico seríssimo, ficou um ano longe dos gramados e chegou a assinar seu testamento, temendo o pior.
Na época, em 2011, o zagueiro já tinha assumido a titularidade do Groningen, clube que não têm muitos títulos, mas muitos anos na Eredivise, a primeira divisão do Campeonato Holandês.
Depois de 23 partidas, Virgil passou a se queixar quase que diariamente de mal estar. No primeiro hospital, em que se internou depois de muitas reclamações de dor, não descobriram nada.
“Nós sabíamos que ele estava doente, mas não o quão doente”, relembra Dick Lukkien, assistente técnico do Groningen durante o ocorrido, à Four Four Two.
Leia mais: 5 estádios do futebol inglês que não existem mais
Apenas quando sua mãe, Ruby Van Dijk, foi visitá-lo – o pai já havia se separado dela e se afastado da família – que a situação foi esclarecida. Internado em um segundo hospital, o jogador teve um diagnóstico triplo, e muito sério: apendicite, peritonite e infecção nos rins.
O tratamento, que durou dois meses, foi complicado, por serem três infecções diferentes. Virgil ficou tão debilitado que ele e sua família chegaram a temer pelo pior.
“Ainda me lembro de estar deitado naquela cama. A única coisa que eu podia ver eram os tubos pendurados fora de mim. Meu corpo estava arrebentado e eu não conseguia fazer nada. Naquele momento, as piores coisas passam por sua cabeça”, chegou a dizer, em 2012.
“Minha vida estava em risco. Minha mãe e eu oramos, discutimos o que deveria ser feito. Em algum momento, assinei alguns papéis. Era como um testamento. Se eu morresse, o dinheiro seria partilhado. Obviamente, ninguém queria discutir isso, mas precisávamos fazer. Tudo poderia ter acabado”.
Mãe e filho não foram os únicos chocados. Lukkien lembra de não acreditar nas mudanças no corpo do jogador: “mudou de um grande homem para uma pessoa apática. Felizmente ele conseguiu se recuperar rapidamente”.
E realmente, sua recuperação foi muito veloz. Passado um ano, VVD estava de volta à ativa, bem fisicamente e faminto por bola. Na temporada em que retornou, a de 2012/2013, só ficou de fora de duas partidas, jogando outras 37. Nelas recebeu apenas seis cartões amarelos, um vermelho, marcou dois gols e ainda deu três assistências.
Mais do que seus números e sua resiliência, chamou a atenção o domínio que Van Dijk parecia ter das partidas. Combinando um físico avantajado, uma confiança inerente e muita combatividade, o defensor parecia controlar tudo la de trás – o que, na verdade, não era novidade.
“Eu não fico surpreso que ele se tornou este tipo de defensor. Quando ele tinha apenas sete anos ele já era maior e mais forte do que todo mundo”, lembrou John van den Berg, treinador do jogador no WDS, clube amador de Breda.
“Ele sempre estava em uma posição central. Direcionava a jogava e cuida de tudo lá de trás. Ele foi crescendo e ficando ainda mais forte que os outros. Fisicamente falando, ele era muito acima de qualquer colega ou adversário.”
Por tudo isso, a sua transferência em 2013 para o Celtic pareceu tão natural, sendo o futebol escocês físico e aéreo que é.
O salto
Os três milhões de euros que o Celtic pagou ao Groningen, que hoje parecem uma mixaria, se pagaram muito rapidamente.
VVD demorou mais ou menos um mês para ser alçado à titularidade, inclusive jogando a fase de grupos da Champions League 2013/2014, enfrentando Barcelona, Milan e o conterrâneo Ajax, por quem chegou a fazer testes na equipe sub-19.
E como o holandês se encaixou bem no futebol escocês. O ritmo veloz, o nível físico e o protagonismo dos mais altos fez do zagueiro um dos destaques do time.
Leia mais: Virgil Van Dijk: Por que o mundo demorou para acordar com o brilho do zagueiro?
Em duas temporadas pelo Celtic, venceu duas Premierships e uma Taça da Liga da Escócia e ainda marcou quinze gols.
Sua segunda temporada, de 2014/2015, é impressionante. Atuando em 58 partidas, ficando fora só de outras três, anotou dez gols e seis assistências e conquistou dois títulos.
“Ele é o melhor zagueiro com quem eu joguei”, afirma Craig Gordon, goleiro do Celtic. “Tudo parece tão fácil para ele. Parece que pode fazer tudo, jogar em qualquer lugar, porque ele é forte, rápido, pode cabecear e é até um bom batedor de faltas”.
No último dia da janela de transferências de verão da temporada 2015/2016, o jogador foi negociado para o Southampton, pela bagatela de 13 milhões de libras, uma valorização de 400%. Ali, começaria de fato a desenvolver o nível absurdo do qual se encontra hoje.
“Para mim, Virgil se tornou o jogador que é hoje no Celtic”, analisa Koeman, o treinador dos Saints na época da transferência. “Na Escócia, aprendeu a jogar sob pressão e se desenvolveu mais rápido do que podíamos imaginar”.
Antes, o zagueiro até combinava os predicados físicos, defensivos e ofensivos, mas era ainda muito “verde” e por vezes visto como afobado, dando botes desnecessários, tomando dribles bobos, entre outras presepadas da mesma sorte.
Leia mais: Conheça Kim Little, a pequena gigante capitã do Arsenal Women
Um jogo que o marcou nesse sentido negativo foi um amistoso de 2012 entre as categorias sub-21 das seleções holandesa e italiana. O jogo terminou 3 a 0 para os italianos, com van Dijk falhando em pelo menos dois gols.
Na Premier League, porém, pôde colocar à prova as habilidades adquiridas na Escócia, enfrentando adversários de alto nível num estilo de jogo muito específico. Pelo Southampton, deu mais de quatrocentas rebatidas, mais de cem botes certeiros e teve clean sheets em 30% dos jogos, segundo dados do Mirror.
Os vinte e seis anos de idade, os números impressionantes, a adaptação à liga, fora os ótimos negociadores dos Saints, tudo isso se somou nas 75 milhões de libras pagas pelo Liverpool em janeiro de 2018, a transferência mais cara envolvendo um zagueiro na história.
As cifras chocavam, a pressão era enorme. Perguntas sobre o valor pago eram distribuídas a quem quer que fosse, técnico, dirigentes, ex-companheiros de clube, futuros companheiros de clube.
Muito se falou do valor, mas quase ninguém falou de sua ambição, forte e inabalável, maior que as libras pagas, que transformou o seu futebol e, por que não, o seu clube.
Ambição, Liderança e Caráter
“Bom, foi uma viagem difícil, mas vocês chegaram lá. Parabéns. O que significa para este grupo de jogadores chegar à primeira final de Champions League?”, perguntaram à van Dijk ao fim de Roma 4 x 2 Liverpool.
No momento em que o repórter menciona a primeira final da competição europeia, o jogador dá um sorriso tão sincero, que nada que ele responde depois parece ser tão significativo.
Ele deu esse mesmo sorriso na entrevista ao fim de seu primeiro jogo pelos Reds, quando marcou o gol da vitória no Merseyside Derby, ou mesmo quando recebeu o prêmio de jogador do mês, um ano depois.
Leia mais: Confira nosso quiz de escudos de times ingleses nível HARD!
Expressivo, VVD transparece nesse sorriso todo seu regozijo pela vitória, a autoafirmação necessária a uma pessoa repleta de ambições – que nem o Cristiano Ronaldo sorrindo nas premiações de Melhor do Mundo da FIFA, por exemplo.
Em comum com o português, o holandês tem essa fome pela vitória e sede pelo sucesso, e aplica todos os meios necessários para chegar lá. Talvez um exemplo que caiba melhor seja o de Harry Kane, que à base de muito treino e gana, chegou ao nível no qual está hoje.
“As pessoas pedem muito mais de você, especialmente num clube como o Liverpool. Mas a verdade é que eu estou ansioso por isso”, ele explicou à Jamie Carragher quando chegou ao Liverpool. “Eu amo essa pressão de ter que ganhar todo jogo, amo a pressão para que não soframos gols, não importa se estamos vencendo de cinco ou seis a zero. Eu só quero continuar ganhando e evoluindo.”
Quando então, o “apetite” de van Dijk encontrou o grandioso projeto do Liverpool e a “loucura” de Jürgen Klopp, os resultados foram barulhentos. E rápidos.
Com quatro meses de clube, o defensor já era vice-campeão da Champions League. Na marca dos seus cinquenta jogos, o site oficial dos Reds divulgou alguns números que ajudam a medir o sucesso de seu jogador em campo.
Leia mais: Por que um bombardeio em Manchester fez com que United e City dividissem o mesmo estádio?
VVD venceu 72% dos duelos que disputou, seja pelo chão ou pelo alto, o melhor da equipe no quesito. Ele também lidera o time em rebatidas, com 272, interceptações, com 59 e bloqueios, com 21. Tem também 88% de precisão nos passes, nem todos passes curtos e para o lado.
Deste ponto em diante, é difícil estabelecer uma relação causal com os diferentes crescimentos dentro de sua carreira. Virgil foi crescendo concomitantemente nos olhos da torcida, da mídia, do clube e dos companheiros, de time ou de seleção.
Em pouco tempo, o zagueiro ganhou uma canção especial pelos torcedores, cantada ao ritmo de Dirty Old Town, dos The Pongues: He’s our centre half, he’s our number four, Watch him defend and we watch him score. He can pass the ball, calm as you like, he’s Virgil Van Dijk, he’s Virgil Van Dijk.”
Em menos tempo ainda, relativamente falando, virou também capitão do Liverpool, o terceiro na verdade, depois de Henderson e Milner, e por escolha dos próprios jogadores. “Eu decidi que Hendo e Mili continuariam como capitães, porque era a coisa 100% lógica a se fazer. Mas outros, eu disse, os jogadores que votam”, relatou Klopp.
Leia mais: Inglaterra x Alemanha: 10 jogos históricos entre as seleções
Engraçado, Klopp, porque o nosso van Dijk tornar-se capitão também parece a coisa mais lógica. Não bastasse a capitania que carrega na seleção holandesa, o defensor é um líder natural, dentro e fora de campo.
“Eu sou um jogador que precisa vocalizar, que precisa falar, senão eu não estou 100%. Eu preciso sair rouco de todo jogo”, ele se define. Mas sua liderança não se explica apenas pela sua voz. O jogador tem uma forte mentalidade coletiva e se importa muito com seus companheiros.
“Esses tempos, as pessoas podem dizer o que quiser, mas eu farei de tudo para garantir que todo mundo tenha o reconhecimento que merece. Eu digo a eles (colegas de time) que somos todos nós, todos nós juntos, trabalhando todos os dias”, foi o que disse VVD ao site oficial do Liverpool, quando completou um ano no clube.
A virtude, porém, não o deixa à prova de críticas. Na mesma intensidade em que é ambicioso, vocal e coletivo, Virgil pode ser teimoso e afrontoso, uma personalidade forte, enfim.
Na mesma entrevista ao fim da semifinal da UCL de 2017/2018, ele responde um antológico “Who Cares?” (Quem se importa?), quando o repórter questiona se o Liverpool teve sorte em alguns momentos do jogo. Enquanto a pergunta é feita, VVD morde o maxilar, olha longe, fica bravo, como se negasse tudo o que ficasse no caminho de sua ambição.
É o que parece ter acontecido na grande novela que foi sua saída do Southampton. Depois de muitas tratativas entre Reds e Saints na janela de verão de 2017, que se concluíram só no inverno de 2018, o zagueiro forçou a barra, pedindo para treinar separado, para não jogar e até publicando uma carta aberta sobre o caso.
Leia mais: Inglaterra x Alemanha: 10 jogos históricos entre as seleções
Caso o negócio não tivesse saído, a carreira do jogador poderia ter se complicado bastante, pelo tempo sem jogar e pela imagem arranhada.
Ainda assim, o jogador mostrou caráter ao botar a cara a tapa e publicar seus pensamentos, e justificar, ainda que dentro de sua própria lógica, um real comprometimento com o Southampton, já que não jogaria “100%”.
O caráter, no entanto, parece inquestionável. Rodou nas redes há pouco tempo uma notícia sobre a bela atitude que tomou ao fim de uma partida pela seleção da Holanda, quando foi prestar condolências ao árbitro Ovidiu Hategan, que perdera a mãe há poucos dias.
Leia mais: David Seaman, um goleiro muito além da falha no gol de Ronaldinho em 2002
O jogo, que terminou empatado em 2 a 2 contra a Alemanha, também rodou as redes por outro motivo. Válida pela Nations League, a partida contou com um gol salvador de van Dijk a poucos minutos do fim.
Naquela altura do jogo, o zagueiro atuava como um atacante, no melhor estilo bumba-meu-boi dos últimos minutos, certo? Errado! Dias depois, uma foto de um desenho num papel de bloco de notas – o mesmo que Koeman, o atual técnico da Oranje, usa – dava conta de que o posicionamento de VVD era pensado e planejado.
O “causo” trouxe à tona um debate sobre as capacidades técnicas do jogador, que poderia ser a representação do novo “futebol-total” holandês junto de Frenkie de Jong, e sobre os limites do zagueiro, que cada vez mais parece um “faz-tudo” dentro de campo.
Recentemente, por exemplo, tem experimentado aventuras ao ataque, trocando de posição com o brasileiro Fabinho.
Independemente se no ataque ou na defesa, uma coisa é certa: Virgil van Dijk seguirá dominando, seguirá vencendo e querendo sempre mais. E amando clean sheets também.