Tudo o que você precisa saber sobre a venda do Newcastle

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Depois de uma relação desgastada de 13 anos, o Newcastle tem a oportunidade mais clara de se ver livre do empresário e dono do clube, Mike Ashley. O fundo público de investimentos da Arábia Saudita demonstrou interesse na aquisição dos Magpies e a venda do Newcastle pode ser concluída nas próximas semanas.

No entanto, algumas instituições estão se mostrando contra a negociação. A Premier League tem sofrido pressão de todas as partes que demonstram interesse em um desfecho positivo ou negativo da negociação.

A PL Brasil explicará tudo que você tem que saber sobre a possível venda do Newcastle e as polêmicas relacionadas com os possíveis compradores.

Venda do Newcastle: quem são os possíveis compradores?

Richard Heathcote/Getty Images

O consórcio PCP Capital Partners, encabeçado pela empresária britânica Amanda Staveley e apoiado por um fundo de investimento público da Arábia Saudita, é o grande interessado na compra do clube.

A empresária entrou em negociações com Mike Ashley em 2017. Ela ofereceu uma proposta na casa dos 300 milhões de libras para a compra dos Magpies, mas Ashley acabou recusando. O dono queria uma venda na casa dos 380 milhões de libras.

Na época, Staveley chegou a acompanhar um jogo do clube no St James’ Park. Isso acabou aumentando ainda mais os rumores. Além disso, a torcida se empolgou visto que não vê a hora de se livrar de Mike Ashley.

Ashley é conhecido por sua falta de investimentos em reforços e estrutura de trabalho, além de usar o Newcastle para divulgar a rede de artigos esportivos na qual ele é dono.

De acordo com os tabloides ingleses, um depósito de 5% (cerca de 17 milhões de libras) já foi realizado pelos sauditas para Ashley. Isso que seria uma espécie de garantia para o atual dono do Newcastle, além de ser uma comprovação de seus fundos.

Ian MacNicol/Getty Images

Esse fundo de investimento público da Arábia Saudita ficaria com 80% do clube, enquanto outros 10% seriam da empresária britânica Amanda Staveley. Os outros 10% pertenceriam à empresa Reuben Brothers, que é encabeçada por dois irmãos de uma das famílias mais ricas do Reino Unido.

Quem deve assumir o posto ocupado por Mike Ashley é Yasir Al-Rummayan, que é o responsável pela administração do fundo público de investimentos da Arábia Saudita.

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Possíveis complicações na compra

Apesar de estar sendo noticiada como praticamente certa, a venda do Newcastle ainda está passando por vários processos que dependem da aprovação da Premier League. A liga sofre pressões de inúmeros lados que são a favor ou contra a venda do clube.

Um documento de 350 páginas foi encaminhado pelo consórcio para a Premier League, em que explica os seus planos financeiros pra o clube, que incluem a tentativa de formar um clube competitivo para a disputa de competições europeias, novos patrocinadores e planos de administração.

As questões financeiras e administrativas não deverão ser um grande problema para a Premier League, mas o histórico polêmico do príncipe-herdeiro saudita Mohammed bin Salman pode colocar em risco a venda do clube.

Quem é Mohammed bin Salman, o príncipe herdeiro da Arábia Saudita?

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Pool Getty Images

O príncipe não teria relações com o clube e seu nome não estaria em nenhuma documentação ligada à venda, mas o fundo público de investimentos da Arábia Saudita faz parte de seu governo, apesar de ser administrado por Yasin Al-Rummayan.

A Arábia Saudita estabeleceu diversas reformas públicas sob o comando de bin Salman, mas as graves violações dos direitos humanos ainda ocorrem no país. Além disso, o príncipe é acusado por ser mandante do assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, que era um grande crítico de seu governo. Isso, certamente, pode ser um fator determinante para o veto na compra do Newcastle.

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A Premier League sofre uma grande pressão por parte da Anistia Internacional. A organização já escreveu cartas para a liga, citando todos os motivos citados anteriormente como justificativas para que a venda não seja concluída.

Por outro lado, torcedores do Newcastle também enviam cartas diariamente, implorando para que a transação seja concluída.

Como a rivalidade entre Catar e Arábia Saudita pode influenciar na recusa da venda?

CatarArábia Saudita cortaram relações diplomáticas em 2017, após as acusações feitas pelo governo saudita de que o Catar estaria trabalhando para promover a instabilidade na região, além de financiar grupos terroristas como a Al-Qaeda e o Estado Islâmico.

A rede de televisão por assinatura beIN Sports, que é de origem qatari, mas uma das principais emissoras esportivas de toda Europa, enviou uma carta para a Premier League defendendo que a compra seja recusada pela liga.

O grupo de comunicação acusa o governo saudita de captar o sinal de todos os eventos esportivos e transmitir ilegalmente para todo o país. Essa prática seria incentivada pelo príncipe Mohammed bin Salman. Em resumo, a acusação seria a prática da pirataria no país.

Apesar de todos os percalços, a venda é tratada com otimismo por todas as partes. Um exemplo mais recente de um clube inglês adquirido por sauditas é o Sheffield United, que está sob o comando de Abdullah Al Saud desde o ano passado.

A venda também seria um alívio financeiro para o atual dono do Newcastle. Mike Ashley teve que lidar com o fechamento de suas lojas de artigos esportivos por conta da pandemia do coronavírus. Assim, as vendas só podem ser realizadas de modo online no site oficial da empresa.

Os Magpies são um dos clubes britânicos que estão recebendo um auxílio emergencial do governo, que está arcando com os salários de parte dos funcionários do clube durante o período da pandemia.

Leonardo Gontijo
Leonardo Gontijo

Jornalista graduado na PUC Minas. Apaixonado pelo futebol inglês e um dos colaboradores da Newcastle Brasil. Redator do blog da PL Brasil