Foram divulgados, nesta semana, os valores pagos pela Rede Globo a cada clube da série A pelos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro 2023. O valor total de R$ 2,1 bilhões foi noticiado de forma exclusiva pela coluna do jornalista Allan Simon, no site “UOL”.
Para os fãs da Premier League, os valores chamam a atenção quando comparados aos mais de 3 bilhões de dólares (R$ 14,4 bilhões na cotação do fim de junho de 2023) que foram distribuídos aos clubes que disputaram a primeira divisão inglesa da temporada 2022/23, de acordo com o site “World Soccer Talk”.
Os rankings demonstram a disparidade do dinheiro que circula em cada liga e a forma como ele é dividido entre as equipes.
O Southampton (lanterna no ranking inglês de receitas) recebeu quase três vezes mais que o Flamengo (líder do ranking brasileiro). Enquanto os Saints receberam 159 milhões de dólares (R$ 766,1 milhões), o rubro-negro ganhou um total de R$ 275,2 milhões.
Ranking de receitas por direito de transmissão da Premier League 2022/23
- Manchester City – US$ 210 milhões (R$ 1,01 bilhão)*
- Arsenal – US$ 208 milhões (R$ 1 bilhão)
- Manchester United – US$ 205 milhões (R$ 987,8 milhões)
- Newcastle United – US$ 202 milhões (R$ 973,3 milhões)
- Liverpool – US$ 200 milhões (R$ 963,7 milhões)
- Brighton – US$ 197 milhões (R$ 949,3 milhões)
- Aston Villa – US$ 194 milhões (R$ 934,8 milhões)
- Tottenham – US$ 191 milhões (R$ 920,3 milhões)
- Brentford – US$ 189 milhões (R$ 910,7 milhões)
- Fulham – US$ 186 milhões (R$ 896,2 milhões)
- Crystal Palace – US$ 183 milhões (R$ 881,8 milhões)
- Chelsea – US$ 180 milhões (R$ 867,3 milhões)
- Wolverhampton – US$ 178 milhões (R$ 857,7 milhões)
- West Ham – US$ 175 milhões (R$ 843,2 milhões)
- Bournemouth – US$ 172 milhões (R$ 828,7 milhões)
- Nottingham Forest – US$ 170 milhões (R$ 819,1 milhões)
- Everton – US$ 167 milhões (R$ 804,7 milhões)
- Leicester – US$ 164 milhões (R$ 790,2 milhões)
- Leeds – US$ 161 milhões (R$ 775,7 milhões)
- Southampton – US$ 159 milhões (R$ 766,1 milhões)
Fonte: Estimativa divulgada pelo World Soccer Talk em junho de 2023
*Valores convertidos em reais segundo a cotação de 30 de junho de 2023
Ranking de receitas por direito de transmissão do Brasileirão 2023
- Flamengo (R$ 275,2 milhões)
- Corinthians (R$ 187,2 milhões)
- Grêmio (R$ 170,1 milhões)
- Palmeiras (R$ 162,6 milhões)
- Atlético-MG (R$ 121,2 milhões)
- Botafogo (R$ 112,5 milhões)
- São Paulo (R$ 111,7 milhões)
- Fluminense (R$ 105,7 milhões)
- Internacional (R$ 105,5 milhões)
- Cruzeiro (R$ 98,5 milhões)
- Vasco (R$ 97,6 milhões)
- Red Bull Bragantino (R$ 85,8 milhões)
- Fortaleza (R$ 73,6 milhões)
- Bahia (R$ 72,1 milhões)
- Cuiabá (R$ 66 milhões)
- Santos (R$ 64,2 milhões)
- Coritiba (R$ 49,9 milhões)
- Goiás (R$ 49,4 milhões)
- América-MG (R$ 42,8 milhões)
- Athletico (R$ 41,8 milhões)
Fonte: Coluna de Allan Simon, no UOL
Quais as diferenças na divisão dos direitos de transmissão entre Brasileirão e Premier League
Antes de dar uma olhada nos rankings, é importante entender que a disparidade entre os valores recebidos por cada clube se explica pelas diferentes formas com as quais Brasil e Inglaterra dividem os direitos de transmissão.
Conforme explicado na coluna do UOL, o valor do Brasileirão é distribuído a partir das cotas da TV aberta, TV por assinatura e pay-per-view, seguindo a fórmula 40/30/30. Dessa forma, 40% daquele total de R$ 2,1 bilhões foi repartido em uma cota igual para todos os clubes, 30% foi para uma cota relacionada ao número de jogos transmitidos, e os outros 30% foram usados para pagar a premiação de acordo com a classificação final no campeonato.
Há ainda duas especificidades. Primeiramente, o fato de o Athletico não ter contrato com o canal por assinatura impacta uma parte do valor recebido pelos paranaenses. Segundo o UOL, “todos os outros 19 clubes tiveram uma cota fixa de R$ 31,9 milhões por terem assinado com TV Globo e sportv”. Mas por ter contrato somente com a TV aberta, o Furacão recebeu R$ 17,3 milhões.
O segundo ponto é que os quatro times rebaixados não recebem nada referente ao bloco da premiação, que é distribuída apenas do 1º ao 16º lugar.
A Premier League, por sua vez, funciona de forma totalmente diferente. Com o objetivo de criar uma divisão mais igualitária, 50% do valor dos direitos de transmissão são distribuídos igualmente entre os 20 clubes. A outra metade é repartida em dois blocos: 25% é distribuído conforme a posição final dos clubes e os outros 25% de acordo com a audiência que cada um alcança para os canais de TV.