É comum que a primeira temporada de um treinador à frente de um novo clube seja repleta de desafios e obstáculos. Unai Emery, que assumiu o Arsenal em maio, sabe bem disso.
O espanhol, que tem a missão de substituir o histórico Arsène Wegner, não conta com empatia geral, mas realiza um ótimo trabalho. O novo comandante sabia que a sua chegada, inevitavelmente, significaria mudança.
“Respeito muito o que ele (Wenger) fez, mas, por mais informações que ele me desse, eu devia mudar as coisas”, afirmou em entrevista para o jornal espanhol Marca.
Emery começou com duas derrotas seguidas – para Manchester City e Chelsea, times superiores tecnicamente que os Gunners. A enxurrada de críticas e dúvidas pairaram sob o Emirates e o técnico espanhol respondeu com trabalho: a vitória diante do West Ham, por 3 a 1, iniciou uma sequência de onze vitórias seguidas na Premier League.
A equipe do Arsenal é, comparada aos outros times do Big 6, a de menor qualidade técnica. Não fez investimentos como a dupla de Manchester, Chelsea ou Liverpool e não tem a base que o Tottenham tem. O treinador chegou a afirmar, em entrevista, que a equipe não poderia contratar ninguém em definitivo nesta janela de janeiro.
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Ninguém esperava do Arsenal uma campanha brigando pelo título da Premier League. Sem despertar muita atenção, a equipe emplacou uma sequência – do final de agosto ao começo de dezembro – de 22 jogos sem perder, sendo 17 vitórias. Emery conseguiu levar a equipe a 62% de aproveitamento na temporada até agora.
Klopp, em sua primeira temporada completa no Liverpool, levou a equipe a 57% de aproveitamento. Pochettino, no Tottenham, apresentou 51% no ano de estreia no comando e Guardiola chegou a 61%. Até agora, o treinador do Arsenal apresenta os melhores números.
As oscilações num time de futebol são normais. É quase impossível manter um grupo de jogadores 100% focado durante toda a temporada.
As contratações no início do ano não preencheram todas as lacunas do elenco. Poucas opções para a defesa, que agora também sofre com lesões, é uma das pedras no sapato.
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Mesmo tendo que improvisar Xhaka e Monreal como zagueiro, tendo Lichsteiner para substituir o lesionado Bellerín, o Arsenal está na briga por uma das vagas na Champions League.
A maneira compacta e de imposição física do time se portar garante pontos numa liga em que o jogo é praticado em alta velocidade e intensidade nas transições.
Emery vem encontrando soluções, dentro do próprio elenco, para manter o Arsenal competitivo. Já escalou a equipe com apenas um atacante, três zagueiros, com três volantes e dois atacantes.
O treinador opera, e até agora muito bem, com o material que tem à disposição.
É normal que o Arsenal encontre dificuldade diante dos grandes adversários, mas com o tempo a tendência é que a equipe se ajeite. No último clássico contra o Chelsea, a vitória maiúscula por 2 a 0 foi um sinal que o trabalho está com bons rumos.
O importante agora é que Emery consiga manter os seus comandados competindo no topo. Além dos bons predicados, Emery mostra que, dando mais tempo e melhores peças, há uma esperança para que o Arsenal retorne a briga pelo título.