Uefa muda fair play financeiro para evitar ‘drible fiscal’ do Chelsea

3 minutos de leitura

A Uefa anunciou nesta quarta-feira (28) uma mudança nas regras do fair play financeiro para evitar o ‘drible fiscal' que o Chelsea adotou em algumas das contratações mais recentes.

A maior entidade do futebol europeu decidiu que os clubes terão no máximo cinco anos para quitar os gastos com transferências. Antigamente, a determinação é que os clubes poderiam amortizar o valor dos negócios pelo tempo do contrato do jogador, seja o tempo que for.

Foi se aproveitando dessa regra que o Chelsea conseguiu contornar uma parte dos problemas que decorreriam do não cumprimento do fair play financeiro. Os Blues gastaram em contratações das últimas janelas de transferências, sem contar com valores adicionais e bônus, 460 milhões de euros (mais de R$ 2,5 bilhões).

Em vigor desde junho do último ano, as regras do FPF preveem que os clubes gastem até 90% das receitas totais no primeiro ano, 80% na segunda temporada e 70% a partir de 2025/26 em diante. E o Chelsea divulgou um déficit financeiro de 404 milhões de euros.

Como o Chelsea ‘driblou' as regras fiscais

Por isso, o clube amortizou o valor das últimas negociações ao espalhá-lo pelos longos anos de contrato. O clube fechou com o ucraniano Mykhaylo Mudryk, por exemplo, por 100 milhões de euros. Mas irá pagar o valor ao longo do contrato de oito anos — o que dá um gasto de apenas 12,5 milhões de euros por ano.

O mesmo foi feito com Enzo Fernandez. Os 123 milhões de euros gastos com a chegada do argentino também serão amortizados pelos próximos oito anos, que é a duração do contrato do volante.

O objetivo da mudança de regra da Uefa é “garantir tratamento igual para todos os clubes e melhorar a sustentabilidade financeira“.

A mudança, no entanto, não vai impactar negócios que já foram concretizados, como Mudryk e Fernandez. A novidade vai valer a partir do dia 1 de julho, o que também significa que negócios como o de Ângelo Gabriel podem fugir da nova fiscalização.

A Uefa ainda acrescentou que será possível espalhar o valor por um período maior caso aconteça um aumento do tempo de contrato, mas o novo período será novamente limitado a cinco anos.

Diogo Magri
Diogo Magri

Jornalista nascido em Campinas, morador de São Paulo e formado pela ECA-USP. Subcoordenador da PL Brasil desde 2023. Cobri Copa América, Copa do Mundo e Olimpíadas no EL PAÍS, eleições nacionais na Revista Veja e fui editor de conteúdo nas redes sociais do Futebol Globo CBN.

Contato: [email protected]