8 de maio de 2019. Johan Cruyff Arena. Jogo de volta das semifinais da Uefa Champions League 2018/2019. Há um ano, os Spurs tinham uma das grandes noites da sua história. Mas naquele Tottenham 3×2 Ajax, construído numa incrível virada, houve um claro protagonista: Lucas Moura, autor dos três gols do clube londrino na partida. Por isso, a PL Brasil analisa a maior atuação da carreira do brasileiro.
PL Brasil analise a grande noite da carreira de Lucas Moura
Como chegou o Tottenham para a partida
Mauricio Pochettino não podia contar com a sua grande estrela para o duelo decisivo. Harry Kane havia se lesionado um mês antes nas quartas de final contra o Manchester City e ficou fora dos dois duelos válidos pelas semifinais da competição europeia.
Com isso, o treinador argentino escalou assim sua equipe: Lloris; Trippier, Alderweireld, Vertonghen, Rose; Sissoko, Wanyama; Eriksen, Dele Alli, Son; Lucas Moura.
Pochettino apostava num ataque mais leve para reverter o 1 a 0 da ida.
No primeiro jogo, além de não contar com Kane, também não pode contar com Son, um dos seus principais escapes ofensivos. Com isso, em Londres, utilizou Llorente como titular. E o espanhol seria importante na Holanda, mesmo iniciando o jogo no banco de reservas.
Primeiro tempo da partida
Se a situação já era ruim, o primeiro tempo da volta piorou. 2 a 0 para os donos da casa com gols de De Ligt e Ziyech. Além do 3 a 0 no agregado, os holandeses foram melhores na primeira etapa e os visitantes pareciam abatidos e entregues.

Segunda etapa, virada histórica e brilho de Lucas Moura
Foi, sem dúvidas, a grande noite da história de Lucas Moura. Três gols decisivos numa semifinal de Champions League e vaga inédita para o Tottenham na final da competição.
Inclusive, o brasileiro se tornou apenas o quinto jogador a marcar um hat-trick numa semifinal europeia. Antes somente Del Piero (Juventus), Olic (Bayern de Munique), Lewandowski (Borussia Dortmund) e Cristiano Ronaldo (Real Madrid).
5 – Lucas Moura has become just the fifth different player to score a hat-trick in a Champions League semi-final, after Alessandro Del Piero, Ivica Olic, Robert Lewandowski and Cristiano Ronaldo. Calibre. #AJATOT pic.twitter.com/uvamdcXnpo
— OptaJoe (@OptaJoe) May 8, 2019
Mas como Lucas atuou naquele jogo? Pode-se dizer que o camisa 27 do Tottenham, revelado pelo São Paulo e com passagem pelo PSG, é um ponta ou meia-atacante com preferência em atuar pela direita. Arranque e velocidade são duas das principais características do brasileiro.
Entretanto, diante do Ajax, em Amsterdã, percebe-se um Lucas saindo bastante da direita e entrando em facão dentro da área adversária. Os três gols que marcou saíram de dentro da área. O mapa de calor do Sofascore deixa esse movimento evidente.

Com Son mais livre habitando os dois lados do ataque, Lucas teve liberdade para atacar o centro ofensivo. Porém, há outra peça importante nesse quebra-cabeça: Fernando Llorente. O espanhol iniciou a segunda etapa em campo, substituindo o volante Wanyama. Pochettino sabia que precisava mudar algo.

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Todavia, mesmo com Llorente em campo, Lucas não deixou de sair da direita para o centro, tanto que seus três gols são marcados de dentro da área, praticamente na mesma região. O centroavante espanhol, inclusive, foi essencial para o último gol, vencendo disputa no pivô e passando para Dele Alli, que achou Lucas para marcar.

Com a entrada de Llorente, os outros componentes do ataque se aproximaram. E o Tottenham passou a finalizar mais e pisar mais na área do Ajax. Foram 24 finalizações dos Spurs contra 16 da equipe holandesa. Um jogo de alto volume ofensivo.
Mas apesar das 24 finalizações do time inglês, apenas sete foram na direção do gol defendido por Onana. Dessas sete, três foram de Lucas. As três foram gols. O brasileiro finalizou cinco vezes: três no gol, uma para fora e uma bloqueada.

Com a ausência de Harry Kane, Lucas virou protagonista na equipe e protagonizou a incrível virada do Tottenham. Trazendo características dos seus tempos de São Paulo e PSG e agregando muito na movimentação da direita para o centro, marcando os dois dos três tentos decisivos dessa forma. E uma curiosidade: todos com seu pé esquerdo, “pé ruim”.
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