O goleiro Hugo Lloris, ex-Tottenham, relembrou um momento embaraçoso da carreira no time inglês que teve o presidente do clube, Daniel Levy, como personagem principal.
A situação ocorreu em 2019, às vésperas da final da Champions League entre Tottenham e Liverpool. Os jogadores dos Spurs foram chamados por Levy quatro dias antes do duelo para receberem um presente.
Como presente de Levy deixou Lloris ‘revoltado’ no Tottenham
A honraria era um relógio de luxo e foi proporcionada com o apoio de um patrocinador, conforme relatou Lloris em trechos de sua autobiografia Earning My Spurs divulgados no “The Guardian”.
— No começo, ficamos animados em ver as caixas elegantes. Aí abrimos e vimos a mensagem gravada atrás, que tinha o nome do jogador e a frase ‘Finalista da Champions League 2019’. Finalista —, afirmou o goleiro.
Embora compreendesse a boa intenção do presidente, o arqueiro de 37 anos destacou a chateação com a frase escolhida. Para ele, como a final ainda não havia acontecido, faltou “sensibilidade” do mandatário.
O Liverpool venceu a decisão por 2 a 0, com um gol de Salah logo aos dois minutos e um de Origi na reta final, e ficou com a taça da Champions 2018/19 na ocasião.
— Quem faz uma coisa dessas em um momento como esse? Ainda não superei isso, e não só eu. Se tivéssemos vencido, ele não teria pedido o relógio de volta para gravar ‘vencedor’ no lugar de ‘finalista’ —, enfatizou o jogador.
A chateação foi tanta que o goleiro ainda não usou o relógio, mesmo passados mais de cinco anos. O francês ressaltou preferir que não houvesse nada gravado no acessório ao invés de exibir certo tom de aceitação com o segundo lugar.
— Com uma mensagem como essa, Levy não poderia ficar surpreso por estarmos perdendo de 1 a 0 em apenas dois minutos. Estava escrito –, declarou.
Lloris na bronca após o jogo
A passividade dos Spurs com a derrota na final também foi abordada por Lloris no livro. O arqueiro comentou não ter sentido frustração por parte de algumas pessoas no clube e “certos jogadores”.
Lloris pontuou ainda que o então técnico Mauricio Pochettino e o atacante Harry Kane compartilharam um sentimento similar ao que ele tinha, de que faltava “desejo” de vencer por parte do grupo.
— O Real Madrid jamais comemoraria uma final perdida, e nós também não deveríamos comemorar —, afirmou ele.
Hugo Lloris era capitão do Tottenham e deixou o clube rumo ao Los Angeles FC, dos Estados Unidos, em janeiro de 2024.