‘Vergonha absoluta’: torcedores do Everton criticam repórter por comentário sobre protesto anti-Premier League

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A vitória do Everton sobre o Newcastle, nesta quinta-feira (7), por 3 a 0, aliviou a situação do clube na tabela. O resultado tirou os Toffees da zona de rebaixamento pela primeira vez desde a punição de perda de 10 pontos, aplicada três semanas atrás pela Premier League.

Porém, mesmo com os esforços dentro de campo para recuperar a campanha da equipe, a torcida segue fazendo protestos nas arquibancadas dos estádios em que tem atuado, levando cartazes que dizem “Premier League corrupta“, em inglês. No entanto, o o último protesto veio acompanhado de mais um capítulo polêmico.

Grupo de torcedores critica cobertura de protesto contra Premier League

O grupo de torcedores “The 1878s”, um dos organizadores destas manifestações, criticou nas redes sociais a cobertura do protesto feita pela “Sky Sports”, emissora que detém os direitos de transmissão da Premier League no Reino Unido.

Ao contrário do que normalmente acontece em qualquer jogo de futebol, a Sky não enviou repórteres para fazer o pré-jogo de dentro do estádio. O repórter escalado para a partida, Sanny Rudravajhala, ficou do lado de fora do Goodison Park — mais especificamente no bairro de Wirral, localizado na outra margem do rio Mersey.

Na transmissão, ele explicou que a decisão de fazer a cobertura longe do estádio foi motivada pelos protestos. Segundo Rudravajhala, a Sky não transmitiu a manifestação em si para “evitar qualquer problema”. A fala dava a entender que a equipe poderia sofrer algum tipo de retaliação violenta dos torcedores.

— Estamos no Wirral, do outro lado do rio Mersey, e em parte porque, para ser honesto, sabemos que os torcedores do Everton continuam muito frustrados e chateados com essa dedução de pontos. Há um plano para um protesto durante o jogo, um protesto planejado para os 10 minutos e também para a partida em curso. E como emissora, queremos evitar qualquer problema — relatou Rudravajhala na transmissão do pré-jogo.

Em um texto publicado nas redes sociais, os membros do 1878s declararam que se sentem “estamos “extremamente decepcionados com a cobertura da Sky Sports”. Eles citaram os protestos realizados anteriormente, nas partidas contra o Manchester United e o Nottingham Forest.

— Ambos os protestos, juntamente com o da noite passada, em casa, contra o Newcastle United, foram impecáveis, bem-sucedidos e decorreram sem quaisquer incidentes. Os protestos foram todos realizados de forma respeitosa, portanto não apreciamos que Sky Sports News informe que eles estavam evitando qualquer problema no Goodison Park — diz a publicação, que está acompanhada do trecho de Rudravajhala citado acima.

O post também critica o fato de o repórter insinuar que “o Goodison é comparável a uma zona de guerra perigosa“. Além disso, eles ironizam o fato de Rudravajhala ter ido ao estádio durante a partida e publicado em seu perfil no X (antigo Twitter) que “poucas atrações” são “melhores no futebol inglês” que visitar o Goodison Park e que “sentirá falta quando acabar”.

— Nunca nenhum dos esforços dos Evertonianos foi violento ou perigoso de forma alguma. É uma vergonha absoluta sugerir o contrário — finaliza a postagem.

Na publicação de Rudravajhala, feita após o jogo, torcedores do Everton responderam, criticando a fala do jornalista e fazendo comentários irônicos.

— Acho que você deve um pedido de desculpas ao Everton e aos nossos torcedores (transmitido ao vivo pela Sky) por seus comentários nojentos feitos antes da partida na noite passada. Obviamente você NÃO estava com tanto medo de comparecer [ao jogo] — disse um deles.

— Que bom que você conseguiu passar pela zona de guerra, companheiro. Espero que você tenha ficado seguro! — ironizou outro torcedor.

Maria Tereza Santos
Maria Tereza Santos

Jornalista pela PUC-SP. Na PL Brasil, escrevo sobre futebol inglês masculino E feminino, filmes, saúde e outras aleatoriedades. Também gravo vídeos pras redes e escolhi o lado azul de Merseyside. Antes, fui editora na ESPN e repórter na Veja Saúde, Folha de S.Paulo e Superesportes.