Nicolo Fagioli foi o primeiro dos casos recentes de jovens jogadores italianos a a ser suspenso do futebol após envolvimento com apostas. O volante da Juventus revelou seu vício, disse que sofreu ameaças, pegava dinheiro emprestado com companheiros de equipe e foi “ensinado” por Sandro Tonali.
Atualmente no Newcastle, Tonali pode pegar um gancho ainda mais pesado do que Fagioli, que foi suspenso por sete meses. O meia destaque da Premier League admitiu que apostava no Milan quando ainda defendia as cores do clube italiano e, por isso, pode ficar afastado por até quatro anos.
A situação de Fagioli
O meio-campista da Juventus foi penalizado pela Procuradoria da Federação Italiana de Futebol. Apesar das revelações à Justiça sobre o vício em apostas, disse que nunca apostou na Velha Senhora e que o clube não sabia de nada.

Fagioli deu detalhes do vício e disse que contraiu grande dívida por conta das apostas. Começou a pegar dinheiro emprestado e, consequentemente, ser cobrado e ameaçado em caso de não pagamento.
— Eu parei de dormir à noite. Quanto mais o tempo passava, mais eu ficava obcecado com a dívida. O dinheiro que eu devia continuava aumentando, e eu pensava em apostar apenas para tentar me recuperar. ‘Vou quebrar as suas pernas', me disseram. – revelou o jogador em depoimento à Procuradoria Federal.
O jovem de 22 anos terá que participar de um programa de reabilitação de cinco meses por ter apostado em sites ilegais. Além disso, ele terá que pagar uma multa de 12,5 mil euros e participar, no mínimo, de dez reuniões convocadas pela federação para discutir os efeitos negativos das apostas.
Dívidas e o papel de Tonali
Fagioli disse que sofreu “ameaças horríveis, que gelam o sangue, que fazem você tremer”. O jogador da Juve decidiu então pedir dinheiro ao seu amigo Sandro Tonali, que o ensinou a apostar.
— Tonali me disse como fazer. ‘Aqui está a quem pedi dinheiro' – afirmou o jogador.
Ele afirmou que apostou na plataforma de apostas “Treema”, onde acompanhava anonimamente os resultados das apostas em várias plataformas, tanto ilegais quanto legais.

“Eu devia muito dinheiro, só pensava em reduzir a dívida”, disse o meio-campista da Juve. “Tudo o que eu faria seria reduzir a quantia de dinheiro que ainda devia a essas plataformas.”
— A realidade é que a dívida era tão grande que mesmo que eu ganhasse a aposta, não receberia nada – acrescentou em depoimento no final de setembro.
Ele ainda afirmou que pegou dinheiro emprestado de seus companheiros. Veículos italianos como “Tutto Sport” e “La Gazzetta Dello Sport” repercutiram as falas do jogador:
— Eu peguei dinheiro emprestado de alguns dos meus companheiros de equipe, dizendo que queria comprar um relógio para minha mãe. [Federico] Gatti me deu 40 mil euros e eu ainda preciso devolvê-lo. [Radu] Dragusin [agora no Genoa] também me emprestou dinheiro e alguns dos meus amigos em Piacenza também: 40 mil, através de transferências bancárias.
Fagioli ainda quis esclarecer que seus amigos e colegas de equipe “não sabiam o motivo pelo qual peguei o dinheiro emprestado”.