A minissérie “The English Game”, produzida pela Netflix, nos leva aos às origens do futebol como conhecemos hoje, muito antes de Charles Miller trazer um par de bolas ao Brasil. A narrativa se utiliza do esporte bretão como pano de fundo para adentrar nas transformações da sociedade britânica. E esta por sua vez, reflete diretamente na evolução do futebol: de amador para profissional, da elite para todos.
Para trazer um quadro fiel ao contexto da época, o programa contou com o suporte de Andy Mitchell, um dos mais renomados pesquisadores do esporte no século XIX. No entanto, para fins artísticos, a produção optou por não seguir rigorosamente todos os fatos. Assim, passando por datas, clubes e jogadores, The English Game contém algumas incorreções históricas – as quais, não se preocupe, serão aqui devidamente esclarecidas.
Ainda que os acontecimentos sejam conhecidos há mais de 100 anos, este texto traz sim spoilers da trama. Então caso ainda não tenha passado pela série, corra para os seis episódios e depois volte para conferir explicações, referências e mais detalhes históricos do futebol inglês.
Contextualizando “The English Game”
“Em seus primórdios, o futebol era um jogo amador, dominado pelos times da elite, que inventou as regras”. De fato, como nos revela a série logo de cara. No início, o futebol esteve vinculado às renomadas instituições de ensino, portanto à uma minoria intelectualizada – apesar de não deter o mesmo prestígio dos esportes tradicionais da alta sociedade britânica, como caça e tiro.
Em 1848, na Universidade de Cambridge, reunião entre representantes de colégios renomados (como Ethon, Harrow, Shrewsbury, Charterhouse e Winchester) estabeleceu as regras basilares do jogo. Todavia, estas não eram seguidas em todos os condados, vigendo outros regramentos, destacadamente as “regras de Sheffield”, de 1857.
Diante disso, em outubro 1863, na Taverna Freemason (Londres), os principais clubes – ainda aqueles vinculados à elite – adaptaram as “regras de Cambridge”. E assim foi criada a Football Associaton (FA). Os membros da associação eram também integrantes das grandes equipes, que, assim, controlavam os rumos do esporte.
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Com as novas regras, aspectos comuns ao rúgbi, como carrying e hacking, foram oficialmente deixados de lado, levando a um jogo bastante próximo do que hoje conhecemos. Ainda assim, diversas regras importantes ainda não existiam e foram aos poucos incorporadas.
Como vemos em The English Game, os goleiros e os jogadores de linha utilizavam a mesma cor de uniforme, e assim se manteve até 1909. Na série, notamos a presença do árbitro, figura recém introduzida, em 1871 – o uso do apito, por sua vez, apenas em 1878.
A série ainda evidencia que um jogo eliminatório terminado em empate poderia levar à prorrogação ou ao replay. A disputa de pênaltis, de fato, não era uma opção. Isso porque a penalidade só seria introduzida em 1890 – a marca da área do pênalti até depois disso, em 1902. E uma classificação só viria a ser decidida em penalidades em 1970, com o Manchester United eliminando o Hull City na Watney Cup.
FA Cup (Copa da Inglaterra)
A partir da década de 1860, dezenas de novos times passaram a surgir anualmente – sobretudo ligados ao proletariado – e aos montes se registravam junto à Federação Inglesa. Com isso, aos poucos foi rompido o conceito de futebol como “esporte para amadores e cavalheiros”.
Ainda assim, as regras unificadas não se mostravam absolutas nas partidas. Nesse sentido, a consolidação dos regramentos foi impulsionada pela criação da FA Challenge Cup – a até hoje tradicionalíssima Copa da Inglaterra – em 1871.
Na primeira edição, apenas 12 equipes de fato participaram. Já em 1879, período que a série registra, quase 50 equipes. Na década seguinte, mais de 100. E não à toa a primeira competição eliminatória do mundo é até hoje uma das mais importantes. Nesta temporada, em sua 139ª edição, o torneio envolveu 736 clubes.
E semelhantemente à mística de Wembley nos dias atuais, as partidas decisivas, nos primórdios da Copa da Inglaterra, eram disputadas no Kennington Oval, em Londres. O lendário estádio, que é referenciado na série como The Oval e atualmente sedia partidas de críquete, foi palco de 19 decisões da Copa da Inglaterra – sendo a última delas em 1892, para mais de 30 mil pessoas.
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Como a narrativa explica, já naquela época, não era dado um troféu a cada campeão; a taça era única, e, a cada temporada, repassada ao novo campeão. Embora na série o troféu aparente ser maior do que de fato era, o modelo foi fielmente retratado.
E foi ele utilizado desde a primeira edição, em 1872, até 1895, quando roubado da vitrine de uma loja em Birmingham – à época em exposição para celebrar recém conquista do Aston Villa. Assim, a taça foi recriada, e utilizada até 1910. Optou-se então por fazer uma nova – até hoje utilizada – ao passo que a antiga foi concedida em gratidão a Arthur Kinnaird (Edward Holcroft), então presidente da FA.
Arthur Kinnaird e os Old Etonians
Muito antes de ser presidente da Federação Inglesa, entre 1890 e 1923, Arthur Kinnaird foi um dos principais fundadores da FA e por anos membro do comitê da associação – período que a série retrata. Também foi conselheiro do Banco Barclays, que, décadas depois, viria a ser um dos principais patrocinadores da Premier League.
Enquanto jogador, atuou de goleiro a atacante e ainda é reconhecido como um dos grandes nomes do futebol inglês – talvez a primeira superestrela. É dele o recorde de mais finais de FA Cup (nove no total), e com cinco títulos, foi, por mais de um século, o maior campeão da história do torneio – ultrapassado em 2010 por Ashley Cole, que se tornaria heptacampeão em 2012.
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Pelos Wanderers, Arthur Kinnaird foi tricampeão da copa, em 1873, 1877 e 1878. Após o início avassalador – cinco títulos em sete edições – a equipe entrou em declínio absoluto e praticamente inexistiu. Antes disso, Arthur já havia deixado o clube para se juntar aos Old Etonians.
Nesta equipe, havia a sina de três finais de Copa da Inglaterra e nenhum título. E Arthur, capitão do time, foi essencial para as conquistas em 1879 e 1882, esta sobre o Blackburn (calma, chegaremos lá). Os Old Etonians hoje disputam a amadora Arthurian League, junto de outras equipes mencionadas na série, como Old Carthusians e Old Harrovians.
Ainda que distante da notoriedade de outrora, assim se preserva em Eton College a cultura do futebol, esporte lá praticado desde o início do século XVIII. Os Old Etonians, como o nome indica, surgiram do colégio, até hoje símbolo do elitismo britânico – em seu rol de alunos figuram celebridades como Geroge Orwell, Boris Johnson e Príncipe William, entre tantos.
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Outro egresso de Eton College é Francis Marindin (Daniel Ings), retratado como goleiro dos Old Etonians, ao mesmo tempo que presidente da FA. Ele de fato exerceu as duas funções, mas em períodos distintos. E, diferentemente do que mostra a série, não participou da trajetória vitoriosa dos Old Etonians – deixara o clube anos antes, para ajudar a estabelecer os Royal Enginners Football Team.
Por lá, jogando como defensor (e não goleiro), Marindin foi capitão na final da primeira FA Cup, 1871/1872, quando derrotados pelos Wanderers. Os Royal Engineers perderiam mais uma final, em 1874, para o Oxford University, antes de enfim conquistar o torneio no ano seguinte, justamente sobre os Old Etonians.
No título da Copa da Inglaterra 1874/1875, Marindin já era presidente da Federação Inglesa – cargo que ocupou até 1879 – mas se acredita que tenha ficado de fora da decisão daquele ano. Após aposentar-se dos gramados e deixar a liderança da entidade, o histórico personagem se tornou árbitro e, tido como especialista das regras, apitou oito finais da Copa da Inglaterra.
The Scottish game?
Como demonstrado, o futebol na Inglaterra se assentou estritamente vinculado às universidades, ainda com fortes heranças do rúgbi. E até por isso, em seus primórdios, era um esporte muito mais físico, para não dizer violento. Mas essa brutalidade foi aos poucos sendo alterada e, nesse passo, a influência escocesa é de extrema relevância.
Nessa época, o futebol escocês já absorvera as classes trabalhadoras e, em termos de padrão de jogo, estava bastante à frente do futebol praticado na Inglaterra. Provável reflexo disso é que as partidas de que se tem registro entre os dois países nos anos de 1870 e 1880 demonstram ampla vantagem da seleção escocesa.
Dentre as inovações trazidas pelo futebol escocês, estavam a tática e a coletividade sobrepondo-se à pura técnica – além de conceitos como ocupação de espaço e que quem corre é a bola, não o jogador. Assim, o 1-1-8, que hoje soa um absurdo, deu origem ao 2-3-5, muito mais próximo das formações atuais.
E nessas perspectiva Fergus Suter (Kevin Gutherie) e Jimmy Love (James Harkness ) – ou James Love – foram sim personagens fundamentais. Como o próprio Suter diz a Arthur Kinnaird no início da série, “o jogo mudou muito, pelo menos na Escócia”.
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Antes de defenderem o Darwen, Fergus Suter e Jimmy Love tiveram como berço futebolístico o Partick (não o Partick Thistle) – a cidade, assim chamada, hoje faz parte do território de Glasgow. Recém-fundada, a equipe escocesa disputara quatro partidas contra o Darwen, entre 1876 e 1879, aplicando goleadas em três delas.
Assim, apresentando um futebol mais vistoso, o clube escocês passou a chamar atenção de seus adversários, ficando conhecido por “perder” seus jogadores para a região de Lancashire. Para o Darwen, foram inúmeros, incluindo Jimmy, Fergus e seu irmão Edward (figura ignorada pela série, na qual Fergus tem apenas irmãs mulheres).
Fergus Suter e Jimmy Love
A ligação de Fergus Suter e Jimmy Love com o futebol inglês é um pouco diferente do que retrata The English Game. Na narrativa, ambos teriam sido levados juntos ao Darwen quando atletas do Partick FC, propositadamente para reforçar o clube às vésperas do histórico confronto com os Old Etonians, pelas quartas de final da Copa da Inglaterra, em 1879.
Contudo, Jimmy Love jogava pelo Darwen já em 1878, enquanto Fergus Suter ainda estava em Partick. Suter apenas se mudou para a Inglaterra em virtude de problemas financeiros. E foi ele quem pediu para jogar no Darwen, em carta enviada ao secretário da equipe. Por lá, trabalhou sim na fábrica de algodão.
De todo modo, os registros indicam que ele também recebia especificamente para jogar. E nesse sentido a importância histórica de Fergus Suter e Jimmy Love ultrapassa a evolução do futebol enquanto esporte. Os dois escoceses são amplamente reconhecidos como os primeiros jogadores assalariados da história do futebol, ainda no amadorismo. Aliás, o Darwen chegou a promover partidas cujo lucro seria destinado aos jogadores.
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E apesar de o marco ser por vezes atribuído a jogadores do Sheffield Wednesday, o fator diferencial é que Fergus Suter foi o primeiro a de fato assumir seu profissionalismo. E isso incentivou os clubes, de modo geral, a tentar “recrutar” jogadores talentosos, mesmo que isso lhes custasse esforço financeiro.
Por trás de propostas para trabalhar nas fábricas e indústrias, estava a finalidade futebolística. E quando a FA se deu conta, era tarde demais: a prática já estava difundida e o futebol, para sempre transformado. O pagamento de salários seria oficialmente permitido pouco tempo depois, em 1885.
Assim o futebol se tornou, de vez, o esporte nacional. Uma vez lícita a remuneração, a classe trabalhadora poderia viver do futebol enquanto profissão. Logo, os clubes passaram a se profissionalizar, levando à criação da Football League, em 1888. Coincidentemente ou não, o Preston North End, primeiro time campeão, contava com sete jogadores escoceses.
Quartas de final da FA Cup 1878/1879
O confronto retratado no primeiro episódio realmente aconteceu. E o cenário representado de fato é bem fiel à realidade. Em jogo, muito mais que a classificação às semifinais da FA Cup 1878/1879, um choque de mundos completamente distintos. De um lado, a elite influente de Eton College; do outro, operários das fábricas de Darwen.
E a disparidade se refletia também na vestimenta das equipes: trabalhadores trajando calças cortadas no joelho, sustentadas por suspensórios, enquanto a elite influente fardava knickerbockers, mostrando uniformes padronizados.
Do aspecto futebolístico, pela primeira vez uma equipe da classe operária chegava a tal fase da competição. E, diferentemente do que leva a crer The English Game, os Old Etoninans ainda não haviam sido campeões da Copa da Inglaterra – a conquista naquele ano seria o primeiro título.
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Como vemos na narrativa, após estar perdendo por 5 a 1, a equipe de Darwen buscou bravamente o empate, histórico, com dois gols de Fergus Suter. Incerto qual o teor da discussão, mas de fato houve divergências, se a partida seria decidida ou não na prorrogação, levando, como mostra a trama, ao replay.
Entretanto, a segunda partida exibida, em que os Old Etonians se classificam, é, na verdade, a terceira do confronto, e o segundo replay do duelo. No primeiro deles, portanto, e o segundo jogo entre as equipes, houve outro empate, dessa vez por 2 a 2. Apesar da não classificação, o desempenho do Darewn seria sim um marco na competição, tendo forte impacto sobre o “jogo de cavalheiros”.
Entre os jogadores do Darwen, estava Tommy Marshall (Gerard Kearns). Marshall viria a fazer parte da seleção inglesa e, tendo a velocidade como característica marcante, foi multicampeão em circuitos de atletismo. Em alusão a isso, no primeiro episódio, Fergus diz a ele que é o jogador mais rápido no gramado, e, portanto, deveria jogar pelas pontas do campo.
Blackburn Rovers ou Blackburn Olympic?
Transformado em capitão do Darwen, Suter liderou o time ao título da Lancashire Cup, em 1880. Entretanto, no mesmo ano, juntou-se à equipe do Blackburn, agravando a rivalidade entre os clubes – as partidas seguintes entre eles seriam sim tensas, como demonstra a trama. Nesse ponto, é possível que Fergus Suter tenha sido o primeiro grande “vira-casaca” do futebol.
As acusações do Darwen de incentivo financeiro foram em vão, embora indícios apontem que a causa da repentina mudança seria, sem dúvidas, econômica: o clube teria feito a Suter uma proposta irrecusável. Por outro lado, de acordo com o historiador Andy Mitchell, relatos indicam que sua transferência coincide com a descoberta de uma paternidade controversa, o que teria motivado o jogador a deixar a cidade.
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Aqui, necessário esclarecer que The English Game faz referência a dois clubes distintos da cidade de Blackburn: Blackburn Rovers e Blackburn Olympic. Contudo, a trama apresenta os fatos históricos como se estivessem vinculados a um único clube, que na narrativa é genericamente chamado de Blackburn.
O clube para onde vai Fergus Suter é o Blackburn Rovers, em atividade desde 1875, e um dos únicos três fundadores tanto da Football League, em 1888, quanto da Premier League, em 1992. A fundação do clube foi liderada por estudantes de Shrewsbury School, mas, desde os princípios assumiu caráter mais popular, englobando trabalhadores e operários.
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Por sua vez, o Blackburn Olympic foi fundado em 1878 e, apesar de ter durado pouco mais de uma década, foi vitorioso. Chegou a montar um grande time, com fortes indicativos de que remunerava os atletas. A principal evidência era que a equipe contava com Jack Hunter (John Askew), que atuara pela seleção inglesa e no clube acumulou as funções de jogador e treinador.
Na série, os Old Etonians tentam excluir o Blackburn da Copa da Inglaterra, mas o clube nunca chegou a ser formalmente questionado pela Federação Inglesa. No entanto, outros clubes foram sim suspensos por contratar jogadores – quando a prática ainda era irregular – como Accrington e Preston North End.
Em outro momento, os personagens mencionam que espaços ao redor do campo Blackburn estariam sendo vendidos, visando anúncio de comércios locais. Interessante observar que esse tipo de comercialização no futebol só se tornou relevante no início do século XX, sendo as propagadas posicionadas nas arquibancadas, e não em torno dos gramados, como se faz atualmente.
Blackburn campeão da FA Cup?
Retratada como grande clímax da trama, a conquista da Copa da Inglaterra pelo Blackburn foi bastante modificada em The English Game. A narrativa dá a entender que a final retratada se passa no ano seguinte ao histórico confronto das quartas de final, portanto 1880. A data está equivocada, ao passo que são incorporados elementos de três anos distintos: 1882, 1883 e 1884.
Quem derrotou os Old Etonians na Copa da Inglaterra em 1883 foi o Blackburn Olympic, e não o Blackburn Rovers de Fergus Suter. Na final assistida por oito mil pessoas, o inexpressivo clube foi campeão em sua terceira participação no torneio – após ter sido eliminado na primeira rodada nas duas edições anteriores.
Pode parecer que o título tenha sido uma grande obra do acaso. Mas nem tanto assim, dado o elenco recheado de grandes jogadores, provavelmente remunerados – e que eram liberados de suas atribuições laborais para dedicar-se às partidas. De todo modo, o Blackburn Olympic foi a primeira equipe da classe operária a conquistar a Copa da Inglaterra.
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Um ano antes, em 1882, Fergus Suter e o Blackburn Rovers até haviam chegado à final, mas acabaram derrotados pelos Old Etonians – 1 a 0, gol de Arthur Kinnaird. Esta é a edição que mais se aproxima do enredo de The English Game, tendo sido a única final de Copa da Inglaterra que colocou frente a frente Fergus Suter e Arthur Kinnaird.
E após aquela conquista, Kinnaird teria protagonizado comemoração histórica, virando de ponta cabeça. A celebração até é mostrada na série, mas como se tivesse acontecido na partida contra o Darwen, em 1879 – fora das telas, ela está retratada, em forma de estátua, no Museu Nacional do Futebol, em Manchester.
O título do Blackburn Rovers – e a imagem de Suter levantando o troféu – só viria a acontecer em 1884, enfrentando o Queens Park. Na sequência, outro título sobre o Queens Park e o tricampeonato em 1886, diante do West Bromwich.
Nesse ponto, inegável o protagonismo de Fergus Suter na trajetória vitoriosa do Blackburn. Jimmy Love, por outro lado, até chegou a defender o clube, mas brevemente, apenas em 1880, e não participou dos eventos a que a série se refere. Além disso, acredita-se que o ex parceiro de Suter tenha falecido precocemente, anos depois.