Saiba quem é Tanguy Ndombélé, o novo reforço do Tottenham

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Foram 517 dias desde a última contratação feita pelo Tottenham. Após quase dois anos de espera, o torcedor finalmente pode criar expectativas com peça nova no elenco, e não é qualquer um. Tanguy Ndombélé não foi só a primeira contratação da equipe após o longo período, mas também a mais cara da história: 55 milhões de libras.

Quem é Ndombélé?

O meio-campo francês tem 22 anos e atuava no Lyon, que terminou a Ligue 1 em terceiro colocado e caiu nas oitavas de final da última Champions para o Barcelona. Já havíamos listado seu nome para os times da Premier League ficarem de olho, e nosso pedido foi atendido mais rápido do que o esperado.

Na maioria das ocasiões, jogadores recém-chegados a casa dos 20 anos tendem a ser mais promissores, criando muitas expectativas para o que irão se tornar no futuro. Ndombélé é um dos casos que acontece o contrário por já ser um jogador pronto.

No ex-clube, era um dos motores. Rodeado de jovens, se mostrava um dos mais experientes. Tanto pela função, que é de pressão, a de receber a bola dos zagueiros e sair jogando. Quanto na hora de crescer em momentos decisivos. Por exemplo, dois gols em empates contra o Hoffenheim e atuações sólidas sem perder para o Manchester City, ambos pela UCL.

Sua temporada pelo Lyon não se restringiu ao sucesso interno. Ao lado dos meio-campistas do Paris Saint-Germain, Marco Verratti e Ángel Di María, formou o meio-campo ideal da Ligue 1, sendo, junto com o lateral Ferland Mendy, os únicos representantes de sua equipe.

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Ndombélé não se destaca por ter números surpreendentes, mas sim pelo fato de que faz de tudo um pouco. Basta ver o equilíbrio em algum de seus números:

– 1.9 roubos de bola

– 1.1 interceptações

– 89.4% de acerto em passes (47 passes por jogo)

– 1.4 passes chave

– 2.5 dribles

– 1.6 chutes

– 3 cartões amarelos

(médias feitas por jogo)

A saída de bola é seu forte, seja por meio de passes, ou, principalmente, por dribles. Jogar na Premier League requer um físico diferente, visto que o ritmo de jogo é mais intenso. No caso de Ndombélé, o jogador já pula essa etapa de adaptação, visto que tem um ótimo físico e o principal: sabe usá-lo.

Ndombele tem de tudo para se tornar um dos melhores meio campistas do mundo. (NICOLAS TUCAT AFP)-minc
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Um meio-campista que se encontra na função do francês precisa ter seu corpo como principal aliado. Não necessariamente para roubar bolas ou fazer faltas, mas para conseguir sair jogando com mais facilidade. Não basta ter habilidade nos pés e não aguentar uma disputa de bola, que é rotineiro na posição.

Ainda longe de seu auge, o jogador fez a mudança na hora certa. Sua qualidade já era muito para o tímido futebol francês. Sua chegada em Londres não muda só seu patamar, mas também muda o de seu novo time. A posição que o jogador chegada para atuar era uma lacuna no Tottenham.

Acostumada a atuar no 4-2-3-1 com dois jogadores na frente da defesa, a equipe londrina não teve as melhores opções na temporada passada. Moussa Sissoko era o jogador mais utilizado, sua qualidade com a bola não era tão boa e se destacava pelo físico, assim como sua dupla em diversas ocasiões, Victor Wanyama.

Harry Winks, de 23 anos, foi por um tempo a solução, e até surpresa, se destacando com uma considerável regularidade. Apesar de se sair bem, o fator do físico, citado mais acima, influenciou para que o jovem inglês não progredisse tanto com os Spurs.

Basicamente Ndombélé traz para a Inglaterra uma junção, e melhoria, de duas incógnitas do time: a qualidade, que é superior a de Winks, e o físico de Sissoko/Wanyama. Seu papel por aqui será semelhante ao que fazia no Lyon.

Por lá, dava liberdade para Nabil Fekir e Houssem Aouar no meio campo. No Spurs, dará essa liberdade, a princípio, para Christian Eriksen e Dele Alli.

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Ndombele vai vingar? (Foto: Tottenham Hotspur FC via Getty Images)

Claro que, em menores proporções, Ndombélé consegue juntar um pouco de cada qualidade de diversos grandes jogadores da Premier League.

Um pouco da saída de bola de Paul Pogba, a vontade de N’Golo Kanté, a qualidade de finalização de Georginio Wijnaldum.

Não é à toa que uma mente tão brilhante como a de Mauricio Pocchetino ficou tanto tempo sem contratar. A escolha de Tanguy foi com cautela, mas muito bem feita. Seus frutos podem ser colhidos o mais rápido do que podemos esperar. Tanguy Ndombélé tem um longo e belo caminho no futebol inglês.

Lucas Pires
Lucas Pires

Jornalista em formação que fala sobre esportes