Números comprovam a ótima temporada de Sigurdsson pelo Everton

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Gylfi Sigurdsson chegou ao Everton para a temporada 2017/18 com um enorme peso nas costas. Ele simplesmente era a maior contratação da história do clube e carregava a expectativa de comandar um time que, a julgar pelo dinheiro investido, tinha a intenção de brigar por uma vaga em competições europeias.

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O islandês tinha vindo de uma temporada fantástica pelo Swansea, mas ao chegar no time de Liverpool, se envolveu em um contexto totalmente diferente do que vivia no País de Gales: novos jogadores contratados, a mudança de filosofia dos técnicos e até a própria mudança de posição.

Em sua jornada de estreia com os Toffees, foram 27 jogos pela Premier League, tendo marcado quatro gols e distribuído três assistências. Números medíocres para o que já tinha mostrado.

A temporada atual chegou e com a contratação do técnico Marco Silva, criou-se a esperança de que o Iceman iria finalmente encaixar no time e ditar o ritmo das ações ofensivas do Everton. No entanto, o clube vive uma fase oscilação, não tendo ainda dado o salto qualitativo que tanto se almeja.

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Dentro desta crise de resultados, o mais pressionado e responsabilizado é Sigurdsson. Mesmo fazendo parte de um grande grupo de jogadores contratados nas últimas duas temporadas que não renderam absolutamente nada, o islandês tem levado toda a culpa do mau desempenho do time, às vezes sendo até taxado de “pior jogador do Everton”.

Apesar dos comentários negativos, os números provam que não é assim. Sigurdsson é o jogador que mais “entrega desempenho” no Everton, e não só é o melhor jogador do time, como também pode ser considerado um dos melhores meias da PL, mesmo que ainda esteja abaixo do que pode oferecer.

Em 29 jogos disputados pela Premier League em 2018/19, Sigurdsson já marcou 11 gols (artilheiro do time) e é o líder de assistências também, empatado com Tosun, Bernard e Digne: todos com três.

É o jogador que mais chuta em gol (empatado com Richarlison: 1.4) e o segundo que mais cria chances (7). No quesito passes importantes, ele só perde para o lateral Digne (1.9), tendo um aproveitamento de 1.8 por partida.

O islandês teve participação crucial em 12 pontos (de 37 ao total) do Everton no campeonato, onde marcou o primeiro/único gol da partida e/ou o gol da vitória.

Considerando que todo o elenco do time azul vive um momento ruim, o site britânico Liverpool Echo decidiu comparar Sigurdsson a um dos melhores meias da PL no momento: Christian Eriksen. Os números mostram que o jogador de 29 anos não está tão abaixo do dinamarquês, e até o supera em várias estatísticas.

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Quando comparado com Christian Eriksen, Sigurdsson tem números semelhantes. (Foto: Getty)

Sigurdsson tem uma média de 80 minutos por partida, enquanto que Eriksen soma 75. O islandês marcou 11 gols contra 5 do jogador do Tottenham. O meia do Everton entregou até aqui três assistências contra nove de Eriksen. Sendo assim, os dois estão empatados no envolvimento direto em gols: cada um deles tem 14.

Ambos chutam 1.4 por partida. Sigurdsson tem um aproveitamento de 65% nos dribles que tenta, e Eriksen soma 46% no mesmo quesito. Na fase defensiva, o atleta do Everton se sobressai.

Sigurdsson realiza 0.7 interceptações por jogo contra 0.4 do jogador dos Spurs. Nos duelos ganhos, a vantagem é mais uma vez do meio-campista de Liverpool: 4.3 contra 2.4.

Avaliando os números, chegamos à conclusão que Sigurdsson é muito importante no Everton e não deve ser vendido na próxima janela de transferências.

Não é tão fácil contratar um jogador com um perfil criativo num mercado tão inflacionado como o de hoje, e a impressão que o islandês deixa é de que pode render ainda mais com um centroavante de qualidade.

Portanto, vale a tentativa de segurar Sigurdsson por mais uma jornada, se a direção do Everton tiver a intenção de qualificar o setor ofensivo. Desta forma, a possibilidade do meia da seleção islandesa brilhar ainda mais aumenta consideravelmente.

Matheus Santana
Matheus Santana

Defensor assíduo do futebol inglês