Se a permanência já era um sonho para o recém-promovido Sheffield United, brigar por uma vaga em competições europeias pela Premier League é espetacular. Em uma temporada onde o líder Liverpool ganha os holofotes a cada rodada, os Blades vão fazendo um trabalho de grão em grão que está dando muito certo.
Isso porque o Sheffield United vem se consolidando na briga por vaga na Liga Europa, algo bem impensável nas projeções de início de campeonato. Antes da bola rolar, nem o mais otimista torcedor dos Blades imaginaria que o time estivesse momentaneamente apenas dois pontos atrás do Chelsea, clube que fecha o top 4.
Chris Wilder é a chave do sucesso
Num mundo do futebol com cada vez mais investimentos exorbitantes em jogadores e técnicos, quem não têm tantos recursos assim precisa dar seu jeito de ser competitivo. E foi com esse pensamento que o técnico Chris Wilder projetou sua equipe para a temporada.
O Sheffield United fez contratações para a temporada, claro, mas nada que o credibilizasse como um time que fosse brigar por vaga na Liga Europa. Longe disso. Os reforços chegaram com o intuito de tentar fazer o time escapar de um provável rebaixamento.
Porém, mesmo sem grandes jogadores em mãos, Chris Wilder conseguiu dar a esse time um nível absurdo de competitividade. Uma equipe que consegue ser flexível de acordo com o adversário. E que tenta jogar de igual para igual seja lá contra quem for.
Quem pensa que o Sheffield é só defesa está errado. Claro que o sistema defensivo do time é o de maior destaque, já que é segundo time que sofreu menos gols na temporada. Mas as ideias do professor Chris Wilder vão além do ‘jogar por uma bola'.
O Sheffield é um time que tem como o esquema padrão o 3-5-2, mas que varia bastante durante as suas partidas. A equipe tenta jogar da melhor forma para ser competitiva diante do adversário -seja ele o Liverpool ou o Norwich.
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Este 3-5-2, por exemplo, já virou algo como 1-2-3-2-2, onde o zagueiro central é Egan e seus companheiros O'Connel e Basham viram uma espécie de ala, empurrando os alas de origem ainda mais para frente.
Então, é uma equipe que precisa de muita profundidade para atacar e abusa dos lançamentos longos. Não é chutão aleatório para frente. Isso são estratégias coordenadas e que vem dando muito certo até o momento.
Defensivamente, a equipe marca tentando congestionar ao máximo o espaço dos adversários, onde na maioria das vezes defende com oito jogadores, deixando apenas os dois atacantes lá na frente.
Como citado no início do texto, é a segunda melhor defesa da liga, com apenas 24 gols sofridos, atrás apenas do sistema defensivo do Liverpool, que foi vazado 15 vezes ao longo da competição.
Legado
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Não dá para cravar se o Sheffield United vai conseguir vaga na Liga Europa. Seria histórico. Isso porque o time já tem história no futebol inglês. Não é ‘qualquer um' que subiu agora. É um clube tradicional e que estava adormecido.
Mesmo que fique de fora da Liga Europa, por exemplo, mas figure na primeira metade da tabela, a temporada já vai ter sido espetacular. Isso porque a equipe conseguiu curtir o campeonato, algo inimaginável antes da competição começar.
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O legado de Chris Wilder também é enorme. Conseguiu dar uma cara a este time que consegue competir das mais variadas formas. Sonho e liberdade definem o Sheffield , que segue em busca da tão sonhada competição europeia.
Em uma temporada onde Solskjaer não tem o prestígio de boa parte da torcida do United, Arsenal vive uma crise e o Tottenham bem abaixo, o Sheffield United de Chris Wilder deu soluções aos problemas. E está pronto para seguir fazendo ainda mais história.