A disputa entre Wolves, Everton e Leicester pelo 7º lugar da Premier League

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Alcançar o famigerado Big 6 da Premier League é uma missão quase utópica. Com isso, o sétimo lugar é almejado pelos times da segunda prateleira do torneio, e gera embates muito acirrados até as últimas rodadas. A expectativa é que Wolverhampton, Everton e Leicester City mantenham o bom nível e concorram pela sétima colocação da Liga.

Wolverhampton 

Mesmo depois de terem conquistado o acesso à primeira divisão na temporada 2017/18, o futuro dos Wolves no ano seguinte era incerto. Para surpresa de muitas pessoas, eles não só permaneceram na Premier League (o esperado para times recém-promovidos), como também terminaram em sétimo, classificando-se para a fase qualificatória da Liga Europa.

Além disso, é interessante destacar que eles venceram os times do Big 6 em quatro oportunidades, além de quatro empates e quatro derrotas.

O grande trabalho de Nuno Espírio Santo aliado à manutenção do elenco e ao investimento do clube colheu bons frutos muito cedo. A esperança é que as coisas melhorem ainda mais em 2019/2020.

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O esquema utilizado pelo treinador português é o 5–3–2, que tem como característica principal os contra-ataques rápidos. A segura zaga é composta por Coady, Boly e Bennett e pela boa dupla de alas, Doherty e Jonny. Tiveram a adição, nessa temporada, do promissor Jesús Vallejo, emprestado do Real Madrid.

No meio-campo, Dendoncker foi adquirido em definitivo para continuar fazendo parte do trio com Rúben Neves e João Moutinho. Já no ataque, Jota e Jiménez (contratado de forma permanente nessa temporada) estão disputando a titularidade com Cutrone, recém-chegado do Milan por 18 milhões de euros.

Para manter a tradição da contratação de portugueses intensificada com a chegada de Nuno, o meia Bruno Jordão e o ponta Pedro Neto foram contratados da Lazio. A expectativa é que ambos mostrem seus potenciais junto com o atacante Adama Traoré, que foi comprado na última temporada por 20 milhões de euros e ainda não demonstrou todo o seu talento. Além do meia Morgan Gibbs-Whit, prata da casa de apenas 19 anos.

Everton

Divulgação/Everton FC

O 7º lugar ficou para trás e os Toffees oscilaram entre a 8ª posição e o meio de tabela ao longo da última temporada, e não cumpriram com as expectativas traçadas. Contudo, o planejamento para o início da atual temporada foi diferente, e os torcedores do lado azul da Cidade dos Beatles esperam que os erros dos últimos anos não se repitam.

Para disputar uma posição no comando de ataque do 4–2–3–1 de Marco Silva, Moise Kean foi contratado da Juventus por 29 milhões de libras. Além de centralizado, ele também consegue atuar pelos lados e como segundo atacante, podendo ser uma opção para o lugar de Calvert-Lewin, ou até deslocar Richarlison para o centro e jogar como um ponta.

Como reposição de um dos pontas e eventualmente atuando como meia, o jovem Alex Iwobi (recém-contratado do Arsenal) tem sido o reserva imediato que entra para tentar mudar o panorama de uma partida. Com potencial e mais minutos no novo clube, o nigeriano pode ser titular no futuro se mostrar regularidade ao longo dos jogos.

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Para o meio-campo, os medianos e funcionais André Gomes e Fabian Delph são opções decentes para o treinador.

A peça mais interessante para manter a estrutura do time intacta é Jean-Philippe Gbamin, que chegou ao Everton com a difícil missão de substituir Idrissa Gueye, vendido ao Paris Saint-Germain. Contudo, essa grande expectativa gerada em cima do marfinense vai precisar frear um pouco, já que o jogador se contundiu no último mês e ficará fora por, no mínimo, seis semanas.

Na zaga, a saída de Kurt Zouma atrapalhou um pouco a vida do treinador Marco Silva. Para repor a lacuna deixada pelo francês, o português está dando mais minutos para Yerry Mina atuar ao lado de Michael Keane.

Já no lado do campo, o lateral-direito Djibril Sidibé (emprestado do Mônaco nessa temporada) é o reserva imediato de Seamus Coleman. Ademais, os torcedores ainda esperam que o promissor goleiro Jordan Pickford repita as boas atuações da Copa do Mundo de 2018, por exemplo, e afaste a má fase da última temporada.

Leicester City

Kasper Schmeichel (Ago, 2019) RK Getty-min
(Crédito RK Getty Images)

As Raposas tem flertado com o 7º lugar por duas temporadas seguidas, mas acabam ficando sempre no quase. Com a base do elenco mantida, a equipe comandada por Brandon Rodgers tem tudo para alcançar a tão sonhada colocação na tabela.

O maior empecilho para que o objetivo ambicionado pelo Leicester seja cumprido está sendo a saída do zagueiro Harry Maguire para o Manchester United.

Jogar sem um dos melhores defensores não é uma tarefa fácil, mas, pelo menos, serviu para dar mais chances a Çağlar Söyüncü.

Com mais entrosamento adquirido ao longo do ano, o jovem provavelmente formará um sistema defensivo sólido com Jonny Evans e os laterais Ben Chilwell e Ricardo Pereira, que fizeram um grande ano em 2018/2019.

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Ayoze Perez trocou o Newcastle pelo Leicester. (Foto: Divulgação/Leicester City)

No meio-campo, um pouco mais recuados, Dennis Praet (contratado nessa temporada por 18 milhões de libras), Hamza Choudhury, Wilfred Ndidi e Youri Tielemans estão dividindo minutos em campo e formando uma espinha dorsal de muita qualidade. Na frente dessa linha de meio-campistas recuados temos James Maddison.

Versátil, o inglês também consegue atuar aberto, e já começou a temporada com boas atuações. A expectativa é que ele repita os feitos de 2018/2019, quando atingiu o posto de jogador que mais criou chances de gol.

O ataque liderado por James Vardy ganhou um novo integrante para a temporada: Ayoze Pérez. O espanhol marcou 12 gols em 37 partidas da última Premier League e tem atuado aberto pelo lado direito, ao lado do camisa 9.

Ainda no setor ofensivo, um rosto antigo que pode ajudar a compor o elenco é Rachid Ghezzal. O argelino atua nas duas ponta e no meio, mas ainda não conseguiu mostrar o motivo de sua contratação na última temporada.

Com a chegada de Pérez ele pode perder ainda mais espaço, mas é preciso esperar para ver se o número 31 sairá ou não no meio da temporada.

Os três clubes têm muitas chances de brigar até a última rodada pelo tão sonhado sétimo lugar.

Como em qualquer campeonato de pontos corridos, faz-se necessário regularidade do início ao fim, e eles se reforçaram pontualmente para alcançar esse patamar. O que resta é esperar o dia 17 de maio de 2020 para que essa definição seja feita.

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Francesco Chianelli
Francesco Chianelli

Eu sou apenas um rapaz latino-americano, sem dinheiro no banco e admirador do futebol inglês