A figura paterna de Sergio Agüero no Manchester City

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É difícil falar de Manchester City sem associar a imagem do atacante Sergio Agüero. A relação entre os dois vai além, se aproximando de algo parecido ao que vemos entre pais e filhos. Conforme a relação paterna em que a vida nos leva a crer que o pai tende a deixar um legado para o seu pupilo, foi isso que Agüero fez em Manchester.

Contratado em meio a desconfiança, visto que era apenas um jovem sul-americano de 23 anos na Europa, Kun não só se engrandeceu, como também fez com que o Manchester City se impusesse no cenário do futebol mundial.

Não é segredo que boa parte do sucesso do City se deu por meio de investimentos – mas o futebol hoje vai muito além das quatro linhas. Neste sentido, em que o clube se torna, de certa forma, uma empresa, é necessário a criação de uma persona que seja a linha tênue entre o rosto do time e a ambição dos investidores. Agüero foi esse jogador.

Seu impacto foi imediato. Com exceção de duas temporadas, ele marcou pelo menos 20 gols em 10 anos de Manchester City. Incluindo uma sequência de pelo menos 29 gols entre 2014 e 2019. A desconfiança se tornou certeza e Agüero não só passou a ser o melhor sul-americano da história da Premier League, como também um dos maiores atacantes. Suas vítimas que o digam.

Leia mais: Onde Agüero se encontra na lista de maiores atacantes da Premier League?

Na PL, Agüero somou 184 gols, se firmando como o quarto maior artilheiro da história. Ao todo, foram 260 gols com a camisa azul e, pasmem, 54 contra equipes do Big Six. Sua maior vítima foi o Chelsea, com 15 gols. No entanto, decerto que não foi a única equipe em que ele proporcionou frustrações.

Inegavelmente Agüero era ímpar. Como um bom pai, resolvia as situações em que o filho se mostrava vulnerável, sem reação. Na Liga dos Campeões, deixou cicatrizes no Bayern de Munique, de Pep Guardiola, com um hat-trick histórico em 2015. Na Premier League, foi de cinco gols em um jogocarrasco do maior rival. Embora ainda haja disparidade entre os times de Manchester, Agüero se importou apenas em marcar seu nome no derby – e o fez.

Para além de números, Agüero colecionou momentos contra o Manchester United. Não apenas o 6 a 1, como também um gol em Old Trafford para tirar o título dos Red Devils, e até o tradicional “Agueroooooo...”. Se no City o argentino foi pai, para o United ele foi padrasto. Nem mesmo Thierry Henry no início do século conseguiu frustrar tanto o United. Sua saída do futebol inglês é, de certo modo, um alívio para os adversários.

Eventualmente chega ao fim uma era na Premier League. Foram 15 títulos com o Manchester City, com o potencial de alcançar os 16 no fim de semana da tão esperada decisão da Liga dos Campeões. Sem dúvida Agüero chegou em um terreno baldio e sai de um mundo – vide, Grupo City.

Agüero foi e sempre será o pai do Manchester City e, como de praxe, chega o momento em que o filho tem a capacidade de andar com as próprias pernas visando ambições maiores, com novas pessoas importantes em sua história, mas sem perder sua essência.

O maior sul-americano da história da Premier League é o maior jogador da história do Manchester City, por analogia é um dos maiores que pisaram nos tapetes ingleses. Chegou ao fim a passagem de Sergio Agüero no Manchester City. Em suma, o nosso sincero muito obrigado.

Lucas Pires
Lucas Pires

Jornalista em formação que fala sobre esportes