O Chelsea já decidiu pela não continuidade de Mauricio Pochettino e a contratação de Enzo Maresca. Vincent Kompany já foi anunciado como novo treinador do Bayern de Munique e Kieran McKenna acaba de renovar contrato com o Ipswich.
Quase uma semana depois do título da Copa da Inglaterra, ninguém sabe se Erik Ten Hag irá permanecer ou não no cargo. Pior: o treinador holandês já viajou de férias, aparentemente, sem saber qual será seu futuro.
Os novos dirigentes estão fazendo uma revisão da temporada, para só então chegarem a um veredicto sobre o técnico e o elenco. Uma demora desnecessária, que já faz o Manchester United largar atrás dos principais rivais nesse importante período intertemporadas.
Se a nova diretoria mostra certa indecisão sobre o que fazer com treinador e comissão técnica, ela é muito mais assertiva no que diz respeito aos “assalariados normais”, aqueles que pouco aparecem mas fazem importantes funções no dia-a-dia. Os funcionários que não estão relacionados ao departamento de futebol receberam um e-mail na última terça-feira.
Um convite para demissão voluntária. Todas as pessoas que não trabalham diretamente com o futebol, incluindo aqueles que possuem função no Centro de Treinamento de Carrington, têm apenas sete dias para decidirem se saem ou ficam. Quem optar por permanecer no clube, não sabe ao certo se ainda é bem-vindo ou o que acontecerá no futuro próximo. A enorme maioria foi pega de surpresa e ainda não decidiu o que fazer.
Não foi a primeira mensagem que caiu como uma bomba dentro do clube. Semanas atrás, Sir Jim Ratcliffe enviou um e-mail a todos os funcionários criticando a falta de organização em Old Trafford e em Carrington. Ele chegou a chamar uma área em especial de “uma “desgraça”.
O já visível estilo linha-dura de Ratcliffe foi além. Nesta quarta-feira, o tabloide “The Sun” informou uma lista de exigências para Ten Hag, ou é claro, para o treinador que venha a substituí-lo se o holandês não ficar.
A partir de agora, o Manchester United só compra jogadores com até 25 anos. Nenhuma grande estrela será contratada.
O estilo de jogo do atleta será definido pelo novo diretor-técnico, Jason Wilcox, ex-Southampton. O treinador é perguntado sobre que posição ele precisa de reforço. Os novos dirigentes então levantam três opções que se encaixam no perfil escolhido, e então o treinador diz qual dos três é seu preferido.
A intenção é clara: pensar no longo prazo, e evitar a recente enxurrada de contratações que não vingaram. Desde a saída de Sir Alex Ferguson, em 2013, o clube gastou mais de 1,5 bilhões de libras em reforços.
A prioridade da nova diretoria é diminuir os custos operacionais. O primeiro passo será enxugar a folha salarial de todos os setores. Uma empresa de consultaria foi contratada para ajudar na tarefa e mostrar os melhores caminhos.
No último fim de semana, uma pequena amostra da nova realidade. Todos os funcionários que foram para Wembley na final da FA Cup tiveram que pagar uma ajuda de custo de 20 libras. Ao contrário do que acontecia antes, não foi servido comida no trem.
Não há como negar que a nova diretoria chegou trabalhando e causando impacto. Só que os sinais ainda são muito confusos, e por vezes, no mínimo indelicados. No longo prazo, pode dar certo, afinal o Manchester United realmente precisava de uma reforma completa. Mas o que se vê até o momento é indefinição por todos os lados, e muita gente insatisfeita.