Quando o Chelsea contratou Cole Palmer por 42,5 milhões de libras (R$ 283 milhões) no último dia da janela de transferências, muita gente questionou: “se fosse tão bom assim, o Guardiola não o deixaria sair para um rival”. A expectativa era até de que ele seria aquele cara para compor elenco, que buscaria espaço em um time que contratou muita gente nos últimos tempos.
Nada disso. Logo, virou titular absoluto. Nas seis partidas em que saiu jogando, marcou quatro gols e deu duas assistências. Demonstrando confiança fora do comum, tornou-se o batedor oficial de pênaltis. A cobrança eficiente nos acréscimos da partida contra o ex-clube, garantindo o empate no espetacular de 4 a 4, é o exemplo perfeito da naturalidade com que o menino de 21 anos vem encarando os desafios.
E assim, de repente, veio a primeira convocação para a seleção inglesa. Foi chamado para o lugar do lesionado James Maddison. É claro que não será fácil ganhar espaço em um time com tantas opções para a posição, dentre elas Jude Bellingham e o próprio camisa 10 do Tottenham, mas tudo tem acontecido tão rápido na carreira do jogador, que não se pode duvidar de nada do que pode vir pela frente.
O sucesso de Palmer no Chelsea fez Pep Guardiola ter que explicar o porquê de tê-lo liberado. “Ele aceitou alguns processos, mas, depois de um ou dois anos, disse que não queria mais jogar aqui. Eu falei que o Riyad Mahrez ia sair, que ele teria oportunidade de jogar mais, só que ele afirmou que queria ir embora. Então eu falei para ele ir”.
O técnico espanhol também explicou por que não impede que atletas sejam transferidos para times rivais, como foi o caso de Palmer e Sterling para o Chelsea, além de Gabriel Jesus e Oleksandr Zinchenko para o Arsenal.
— Eles saíram daqui porque queriam jogar e, se jogarem, a decisão tomada foi boa. Dou a minha opinião ao clube, mas depois é o clube que tem que decidir se a transferência é boa para ambas as partes e para o jogador. Os grandes clubes tomam decisões em benefício das três partes: os jogadores, ambos os clubes e, às vezes, os agentes. Se eles querem ir para o Chelsea ou para o Manchester United ou, não sei, para o Liverpool ou qualquer outro lugar, qual é o problema? Eles estão felizes por estar lá, o clube está feliz com a transferência.
Confiança e versatilidade de Palmer no Chelsea
Depois do jogo contra o City, Palmer declarou que “confia na sua habilidade natural”. Em uma partida repleta de oportunidades para os dois times, ele foi o jogador com mais passes certos no último terço do campo.
Quase marcou um golaço, passando por toda a defesa adversária, mas parando no goleiro Ederson. Além disso, joga o tempo todo sem a bola, ajudando na marcação, pressionando os defensores adversários, e sempre procurando o melhor espaço dentro de campo.
Cole Palmer também mostra muita versatilidade. Nesse pouco tempo de Chelsea, já jogou como um meia ofensivo, aberto tanto na ponta esquerda quanto na direita, e até de falso nove. Está entre os jogadores da liga com mais passes para frente, o que apenas confirma tendência de sempre buscar o gol, o ataque.
Por tudo isso, em pouco tempo o garoto ganhou a confiança do treinador Mauricio Pochettino, além do técnico da seleção Gareth Southgate. Já virou também o xodó da torcida do Chelsea. E isso parece ser apenas o começo.