Maio de 2022. O Arsenal terminava a Premier League na quinta colocação. Sonhou com vaga na Champions League, mas 10 dias antes, havia levado 3 a 0 do maior rival Tottenham e, na reta final, perdeu o lugar na principal competição europeia.
Ou seja: seriam seis anos seguidos sem disputar a Liga dos Campeões. O último jogo da temporada 2021/22 foi uma goleada em casa por 5 a 1 contra o Everton. Nessa partida, a zaga teve nomes como Cedric Soares, Rob Holding e Nuno Tavares. A dupla de volantes? Mohamed Elneny e Granit Xhaka. No ataque, Nketiah era o responsável pelos gols.
Se olharmos para o banco de reservas, encontramos nomes que poucos torcedores do Arsenal lembrariam ou sentiriam saudade: Zak Swanson, Salah-Eddine Oulad M’Hand, Charlie Patino (que ainda é jogador dos Gunners, mas está emprestado para o Swansea), Nicolas Pépé (até então a contratação mais cara da história do clube), Lokonga, entre outros.
Reparem: isso aconteceu VINTE E TRÊS meses atrás. O resto dessa história, todo mundo conhece.
Na temporada seguinte, o Arsenal chegou muito perto de conquistar a Premier League, algo que não acontece desde 2003/04. Nomes que já estavam no elenco, como Gabriel Magalhães, Ben White, Martin Odegaard, Gabriel Martinelli e Bukayo Saka, passaram a jogar MUITO. Saliba, que estava emprestado, finalmente teve chance e virou a melhor dupla de zaga da Inglaterra ao lado de Gabriel Magalhães.
Declan Rice chegou para comandar o meio-campo. Gabriel Jesus foi contratado como uma ótima opção no ataque. E aí vieram também aqueles jogadores que pouca gente se empolgou quando a dupla Arteta/Edu Gaspar resolveu comprar, mas hoje são peças importantíssimas desse grande time: David Raya, Kay Havertz, Jorginho e Trossard.
A verdade é que tudo o que Arteta tem tentado nos últimos tempos dá certo.
A decisão de tirar Aaron Ramsdale, talvez o melhor goleiro da última Premier League, para dar lugar ao recém-chegado Raya, é um exemplo. A contratação de Kai Havertz por 60 milhões de libras, nem se fala.
Dito tudo isso, lá está o Arsenal de novo lutando pela Premier League. Lidera a melhor competição do mundo, a apenas sete rodadas sete rodadas do fim. Na Champions League, voltou depois de sete temporadas, e já chegou nas quartas de final.
Nesta terça-feira, jogou de igual para igual com o Bayern de Munique. Começou muito melhor. Logo aos 11 minutos, abriu o placar com um lindo gol de Saka. Mas todos nós sabemos que Liga dos Campeões é diferente.
É quase impossível passar tantos anos sem jogar esse torneio e logo ser campeão. O Bayern de Munique disputa a Champions League há 16 temporadas seguidas. Nos últimos 26 anos, ficou fora apenas uma vez. Tem dois títulos nas 11 edições mais recentes. E, pra resumir: tem MUITO mais história e tradição nesse torneio.
O primeiro tempo virou uma loucura. Aos 32 minutos, os alemães já haviam virado a partida. Mas, o jovem time do Arsenal vai ganhando cada vez mais bagagem, personalidade. Foi buscar o empate aos 30 da etapa final, com dois jogadores que saíram do banco: bela jogada e assistência de Gabriel Jesus, gol de Trossard. O elenco é forte.
Impossível saber o que acontecerá na partida de volta. Mesmo vivendo uma fase ruim, e uma temporada quase perdida, o Bayern com certeza leva certo favoritismo, já que jogará em casa. Mas a verdade é: mesmo se for eliminado, esse Arsenal merece todos os aplausos.
A ascensão meteórica desse time é algo impressionante.
O trabalho de Mikel Arteta e comissão técnica é dos melhores do mundo nesse momento. Fica claro que não é preciso ter pressa: se o título da Champions League não vier nessa temporada, é só continuar com esse nível de excelência e evolução, que ele tem tudo pra sair nos próximos anos. O mesmo vale para a Premier League.
