Os torcedores que vão ao St. James Park sabem muito bem o que é ter um centroavante de qualidade, já que estão órfãos – e com justiça – de Alan Shearer, um dos grandes artilheiros da história do futebol inglês.
Depois de uma longa espera, finalmente puderam ver um goleador vestindo sua gloriosa camisa alvinegra: o improvável e, por vezes, subestimado Salomón Rondón.

O venezuelano mostrou-se uma válida opção de um centroavante de muita força física e que, ao mesmo tempo, tem capacidade para participar da fase construtiva da equipe ao sair da área para eventuais triangulações.
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No Zenit, participou da equipe que conquistou o título da liga nacional e foi eliminado pelo Sevilla nas quartas da UEFA Europa League, terminando a Premier League Russian como vice-artilheiro com 13 gols marcados.

Mas como Salomón pode contribuir na construção das jogadas em uma equipe de estratégia defensiva como o Newcastle de Rafa Benítez?
As suas assistências ajudam a explicar que, quando atua como pivô, demonstra clara eficiência, ao abrir espaço para seus companheiros de ataque, como Ayoze Pérez que cresceu muito de produção na segunda parte da temporada.
Diga-se: das cinco assistências do centroavante sul-americano, quatro foram para o companheiro de ataque espanhol. Demonstração clara de entrosamento de uma dupla que une força física e vitória pessoal com habilidade e velocidade.
Um encaixe perfeito principalmente em uma equipe que atua em transição e teve um grande acréscimo de qualidade desde a chegada do promissor Miguel Almirón.
Em seu desempenho na Premier League marcou 33 gols em 133 jogos. Foram 12 gols de cabeça, 12 com o pé direito e sete com o pé esquerdo.
Contra o Bournemouth, anotou o seu primeiro gol de falta nos gramados ingleses. Além disso, contribuiu com 12 assistências.
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Mesmo quando a equipe depende do bom funcionamento do jogo direto para contra-atacar e de cruzamentos bem sucedidos, Rondón é um alvo confiável por ser um jogador que vence, em média, cinco duelos aéreos por partida.
Mesmo assim, marcou apenas dois dos nove gols que marcou na Premier League, foram de cabeça até aqui na temporada, o que só confirma como seu trabalho de pivô é importante para que a estratégia de Benítez dê certo.
Vale lembrar que ele está emprestado pelo West Bromwich ao Newcastle até maio desse ano com um valor de mercado de 15 milhões de euros.
Claro que Rondón não é um craque, mas além de seus nove gols, é um jogador que vem contribuindo bastante.
Com a camisa do West Brom, ele chegou a igualar a marca de 28 gols que teve no Zenit, porém em 120 partidas. Conta também o fato do rebaixamento na última temporada que contribuiu para que o centroavante seguisse na elite inglesa e sendo uma opção técnica e financeiramente viável.
Salomón não é o Alan Shearer que o torcedor do Newcastle merece, mas é o Rondón que eles precisam atualmente.