Salah e Son sofrem com a solidão técnica em suas seleções na Copa do Mundo

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A Copa do Mundo é sempre o centro de atenções durante o mês de junho e julho a cada quatro anos. O principal motivo disso são as grandes estrelas do futebol mundial.

Grandes seleções, comandadas por treinadores excelentes, entram em campo buscando a tão sonhada taça dourada.

Para isso, precisa-se ter um conjunto de atletas diferenciados, cheios de talentos e habilidades.

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Mais do que isso. É preciso ter uma equipe com um bom coletivo para que, no mínimo, facilite o jogo do craque, caso tenha, da seleção. Este grande jogador terá atuações melhores se tiver um conjunto melhor a seu lado.

E este não foi o caso de dois espetaculares jogadores que atuam em times ingleses: Mohamed Salah e Heung-Min Son.

O primeiro, um dos melhores jogadores da temporada, era um dos mais esperados nesta Copa do Mundo. O egípcio teve um ano digno de disputa de Bola de Ouro ou o “The Best”, da FIFA.

Artilheiro – e maior recordista de gols em apenas uma temporada – com 32 tentos na Premier League 2017/18, Salah tinha sido “o jogador” da seleção do Egito durante toda a campanha até a Rússia.

A sua estreia no Mundial foi apenas na segunda rodada. E não foi nada parecido com aquela partida final na última fase das Eliminatórias, em que ele fez dois gols, sendo um nos acréscimos, de pênaltis, e classificou os egípcios para o maior torneio de futebol.

Na primeira partida do Egito nesta Copa do Mundo, a terceira participação em sua história, foi contra o Uruguai. Como sofreu uma contusão na final da Liga dos Campeões entre Liverpool e Real Madrid, Salah não tinha condições físicas para estar em campo.

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Mas foi no segundo jogo do time, o primeiro do atacante, que esta solidão técnica se fez presente e muito atuante.

Havia se gerado muita expectativa em cima do africano. Aliás, era o jogador mais cotado para desbancar Cristiano Ronaldo e Messi depois de uma década.

Salah não teve sorte neste Mundial. Além de pegar as duas principais equipes logo nas partidas iniciais do torneio – sendo um bicampeão mundial e os donos da casa -, a contusão que sofrera no mês anterior, que já havia tirado o atleta da final do maior torneio entre clubes do mundo, impossibilitou estrear junto com seus companheiros na primeira rodada.

Mas o maior azar foi Salah não ter nenhum companheiro com nível, no mínimo, parecido com a da estrela. Talvez Elneny, que joga no Arsenal, e Trezeguet, uma boa surpresa do Egito nesta copa, podem ter sido jogadores não tão ruins. Entretanto, não conseguiram facilitar o jogo do atacante.

Segundo o SofaScore, ele tentou ajudar a equipe. Foram 3 chutes a gols, marcando um de pênalti. Mesmo sendo ponta, tentou centralizar sempre para conseguir criar uma jogada decisiva já no terço final do campo.

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Além disso, ele deu mais dois passes decisivos. Acertou também cerca de 87% dos passes que tentos. Não se pode tirar Mohamed Salah da culpa da eliminação precoce, porém até esperada, do Egito. Mas é claro que se tivessem companheiros de um nível maior, teriam conseguido melhores resultados.

Foi assim com o sul-coreano Heung-Min Son também. Ele jogou as duas partidas. Atuou em todos os minutos de sua seleção em campo. Entretanto, não conseguiu a classificação para a fase de mata-mata.

Depois de perder para a Suécia na primeira rodada, foi derrotada por uma das boas surpresas desta Copa do Mundo, o México, neste sábado.

O atacante do Tottenham também marcou um gol no segundo jogo. Porém, foi novamente sem tanta utilidade, pois o time já estava perdendo e não conseguiram o empate.

Na estreia, tentou muito o gol, mas não conseguiu. Jogando como ponta, deu dois passes decisivos para seus companheiros, que não aproveitaram as oportunidades.

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Já na partida deste sábado, duplicou este número e finalizou mais vezes, agora como atacante centralizado. Porém, em diversas oportunidades, se viu correr sem um companheiro ao seu lado. Em outras, se colocou bem entre os defensores, mas acabou não recebendo o passe.

Son destoou de todos os seus companheiros de seleção nesta edição de mundial. Para muitos, fez uma Copa do Mundo individualmente muito boa. Se houvesse este critério, o atacante estaria na próxima fase contra jogadores como Cristiano Ronaldo, Lukaku e Lozano.

É claro que ambos têm suas culpas individualizadas. Mas com certeza, caso tivessem companheiros mais habilidosos ou com um nível próximo aos seus, teriam apresentações melhores nesta Copa do Mundo na Rússia.

Rafael Brayan
Rafael Brayan

Adepto do jogo inglês, sou apaixonado pelo futebol bem jogado. A única coisa que pode ser comparado a assistir um bom jogo é uma boa conversa sobre este esporte com bola.