Em uma Premier League cada vez mais compradora de grandes craques e que investe milhões a cada temporada, será que há espaços para surpresas britânicas? Essa era uma das principais perguntas dos torcedores ingleses que acompanham os Three Lions. Ryan Fraser chegou quebrando paradigmas.
Fraser não era um dos prospectos mais empolgantes para a atual temporada, mesmo fazendo parte de um interessante e organizado Bournemouth treinado por Eddie Howe.
Afinal, Callum Wilson e Joshua King eram as principais referências ofensivas de uma equipe que tinha como objetivo chegar o mais perto possível de brigar por uma vaga para a sonhada Europa League.
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Atuando como meia-esquerda no 4-4-2 de Howe, Fraser já marcou sete gols e contribuiu com doze assistências na atual Premier League. Os números só confirmam a sua importância para o time rubro-negro, sendo a principal fonte criativa com sua ótima visão de jogo demonstrada através de passes precisos ou de cruzamentos para explorar o jogo aéreo de King e Wilson.

Em um time que tem o seu estilo de jogo baseado na organização defensiva com linhas baixas, mas sem marcação individual e sim zonal, busca-se pressionar para desarmar e transitar em velocidade com seus homens de frente.
David Brooks e Ryan Fraser abertos no campo são os responsáveis para puxar esses contra-ataques, com a dupla de ataque gerando profundidade para aproveitar os lançamentos.
Fraser aliás vem fazendo uma ótima temporada exatamente pelo estilo de jogo favorecê-lo até mesmo quando o time precisa ter uma atitude ofensiva para buscar o resultado.
Ele também gosta de jogar com passes curtos, contribuindo na organização ofensiva com paciência para encontrar a melhor opção para a jogada terminar em finalização.
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É bem verdade que o Bournemouth não faz uma boa temporada e o fraco desempenho defensivo (61 gols sofridos) ajuda a explicar isso. Porém, mesmo assim, Ryan Fraser vem sendo apontado como um jogador que dificilmente permanecerá no Vitality Stadium.
É um jogador talentoso que vem apresentando boas atuações até pela seleção escocesa, com um gol e três assistências em dois jogos na UEFA Nations League.
Quando se trata de finalizações, Fraser costuma finalizar colocado com o pé direito como em seus gols mais bonitos até aqui na temporada. Foi assim contra o Leicester, por exemplo, com um belíssimo remate da entrada da área em uma típica jogada de contra-ataque dos Cherries.
O camisa 24 é frio frente ao gol e busca sempre dar aquele toque de classe para concluir o lance.
Com contrato até junho de 2020, Ryan Fraser é um jogador desequilibrante em potencial que pode vir a despertar o interesse de alguma equipe do “Big Six” sem nenhum exagero.
O site Dream Team FC destaca-o ao cogitá-lo no Arsenal de Unai Emery para a próxima temporada como um ótimo reforço como winger que mostra talento desde quando atuava pelas categorias de base do Aberdeen, clube que o revelou.
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Podemos também pontuar que Ryan Fraser divide a liderança em assistências na Premier League ao lado de Hazard e Eriksen. Ele é também o jogador que mais cria chances na temporada, com 24 passes para finalizações, nove a mais que o camisa 10 do Chelsea.

Como se não bastasse, apenas Aubameyang e Lacezette, dos jogadores dos Gunners, tiveram mais participações em gols do que o escocês.
Sem dúvida nenhuma, Ryan Fraser é um jogador que está fazendo uma grande temporada. Seu desempenho é fundamental para que o Bournemouth não estivesse lutando contra o rebaixamento. Apenas as três equipes que estão na zona de rebaixamento sofreram mais gols. (Cardiff – 63; Fulham – 76; Huddersfield – 67).
Nas três temporadas que disputou até aqui na Premier League, somou 15 gols e 20 assistências em 88 partidas. Indubitavelmente, Fraser é uma grata surpresa.