Foden ou Vinicius Jr? Kane ou Endrick? Como ficaria o combinado de Inglaterra e Brasil

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A seleção brasileira terá seu primeiro jogo sob o comando de Dorival Júnior neste sábado (23), contra a Inglaterra. A partida será realizada em Wembley, às 16h no horário de Brasília.

Em meio a diversos desfalques por lesões e cortes de última hora, o novo treinador do Brasil leva à sua primeira Data Fifa oito jogadores que nunca vestiram a amarelinha. A Inglaterra, também desfalcada, já tem um time mais perto do seu padrão.

Depois da convocação de Gareth Southgate, a PL Brasil fez uma análise sobre os dois times para dizer qual dos dois tem o melhor elenco. Agora, antes do confronto, escalamos um combinado dos dois times titulares para ver quem se sobressai.

Combinado de Brasil x Inglaterra

Antes das escolhas, é importante dar o contexto da situação. Por ser a primeira convocação de Dorival, é difícil imaginar qual seja a sua ideia em termos táticos e de estratégia para decifrar qual será seu time titular.

Goleiro: Jordan Pìckford

Pickford em ação pela seleção da Inglaterra - Icon Sport

seleção brasileira brasil
Foto: Icon Sport

Bento, que jogou com Dorival no Athletico-PR, deve ser o titular da seleção brasileira e é o nome que possivelmente já estaria entre os convocados se os demais goleiros estivessem saudáveis. Ainda assim, não está no nível de Pickford.

O inglês teve grande exibições em Copas do Mundo e é um dos jogadores mais consolidados da sua posição na Premier League há alguns anos. Pode não ser o mais seguro e com melhores características físicas, mas é o melhor entre os dois.

Lateral-direito: Kyle Walker

Walker em ação pelo Manchester City
(Foto: Icon sport)

A dúvida sobre o que Dorival pretende taticamente na seleção brasileira impacta diretamente sua escolha nas laterais. Na direita, Yan Couto, que deve ser o titular, dá mais profundidade e qualidades ofensivas que Danilo.

No entanto, ainda está em um nível abaixo se comparado a Walker, o único da sua posição na Inglaterra. O veterano do Manchester City performa em alto nível como lateral base ou mais ofensivo e é um dos líderes do elenco. Leva vantagem.

Zagueiros: Bremer e Beraldo

Beraldo em ação pelo PSG (Foto: Icon Sport)
(Foto: Icon Sport)

A dupla brasileira conta com um jogador que não caiu nas graças do público e um jovem recém-chegado ao futebol europeu. Se comparados com os dois possíveis titulares ingleses, John Stones e Maguire, há o argumento para a superioridade dos brasileiros.

Stones foi um dos melhores zagueiros do mundo na última temporada, mas viveu com lesões e inconstâncias na atual campanha — tanto que foi titular em apenas 11 rodadas da Premier League. Maguire, por mais que tenha alguma constância positiva na seleção, é sempre um jogador errático.

Bremer é destaque na Itália há alguns anos e atualmente é possivelmente o principal zagueiro da Serie A. Caso Dorival não queira abdicar de um zagueiro canhoto, brigaria com Marquinhos pela vaga, mas deve ganhar mais espaço.

Beraldo é um jogador da confiança de Dorival e tem sido destaque no PSG, até mesmo jogando como lateral-esquerdo. É uma das grandes promessas da posição nos últimos anos e tem tudo para ganhar espaço no clube e na seleção. No veredito, ficamos com os dois brasileiros.

Lateral-esquerdo: Ben Chillwell

Ben Chilwell, lateral do Chelsea (Foto: Icon Sport)
Foto: Icon Sport

O lateral do Chelsea é o único convocado por Southgate para a posição. O técnico brasileiro deve começar com Ayrton Lucas como titular, mas mesmo se fosse Wendell, não haveria muita competição.

Chillwell está em um nível superior em comparação à dupla brasileira. Está há muitas temporadas em alto nível na Premier League e é possivelmente a melhor opção da Inglaterra mesmo quando Shaw está saudável.

Volantes: Rice e Bruno Guimarães

Bruno Guimarães Newcastle
(Foto: Icon Sport)

Da parte de Declan Rice, também não há competição. O volante do Arsenal é melhor do que qualquer opção que entre na comparação. André deve ser o primeiro volante brasileiro, e não chega perto do nível atingido pelo inglês.

Rice elevou o patamar dos Gunners e exerce com maestria as duas principais funções da posição: destruir e construir. Passes curtos, longos, inversões e finalizações são grandes armas ofensivas, enquanto coberturas curtas e duelos defensivos de modo geral são de alto nível na defesa.

Na comparação entre os segundos volantes, Bruno Guimarães leva a vantagem sobre Gallagher. O meio-campista do Chelsea é mais “motorzinho” e entrega pressão e trabalho sem bola em ótimo nível, mas é inferior ao jogador do Newcastle.

Meia-atacante: Jude Bellingham

(Foto: Icon Sport)

Independente do meia que fosse colocado na seleção brasileira — há a dúvida sobre a posição de Rodrygo ser aberta ou centralizada –, Bellingham estaria à frente. Na posição, o Brasil deve ter Lucas Paquetá.

O meia do West Ham faz mais uma ótima temporada na Premier League — inclusive, faz hora extra nos Hammers. Ainda assim nunca atingiu o nível que o camisa 5 do Real Madrid tem no momento.

Bellingham já era um meia completo: habilidoso, um bom armador e versátil na defesa. Agora, mostra um faro de gol acima da média e tem produzido em alto nível como camisa 10 na Espanha. É um dos melhores do mundo.

Pontas: Vinícius Júnior e Foden

(Foto: Icon sport)

As pontas inglesas também são dúvidas. Saka não treinou nesta quarta (20) e será desfalque, enquanto o lado esquerdo, com Rashford, Maddison e Foden como opções, ainda é uma incógnita. No cenário atual, entende-se que o jogador do Manchester United seja titular.

No Brasil, Rodrygo deve ser o ponta pela direita, mesmo que haja a dúvida sobre seu posicionamento — também poderia jogar como camisa 10, com Raphinha possivelmente na direita.

Rodrygo bate de frente com Foden, mas o inglês vive uma temporada melhor — possivelmente a melhor da sua carreira — e parece “depender menos” do modelo de jogo implementado para performar bem nessa posição em específico. Se comparado com Saka, também daríamos a vantagem ao inglês.

Vinícius Junior, no entanto, se sobressai contra quem quer que seja comparado no lado esquerdo. Nunca performou com o Brasil no nível que atinge no Real Madrid, mas ainda é um jogador superior. São 16 participações em gols em 20 jogos em LaLiga, e cinco em cinco rodadas da Champions League na atual temporada.

Centroavante: Harry Kane

Foto: Icon sport

Independente da comparação, Harry Kane é a escolha certa. Ele também não participou do último treino da seleção inglesa, mas é muito superior a Endrick e Richarlison.

O camisa 9 do Tottenham, inclusive, deve ficar no banco para ver a jovem estrela do Palmeiras como titular no primeiro jogo de Dorival. Ainda assim, nenhum dos dois também conseguiria bater de frente com Ollie Watkins, o reserva de Kane na Inglaterra.

São 16 gols e 10 assistências em 29 rodadas da Premier League para o centroavante do Aston Villa, que é um dos melhores jogadores da liga. Toney, a terceira opção, voltou a jogar em janeiro após uma suspensão de oito meses — e sua convocação foi surpresa –, e seria a única opção que renderia debate com os brasileiros.

O veredito de Inglaterra + Brasil

Depois de analisarmos os embates entre posição, a seleção inglesa levou a vantagem no total. Foram sete jogadores da equipe de Southgate contra quatro brasileiros.

O time combinado entre Inglaterra e Brasil feito pela PL Brasil ficaria com:

(4-3-3): Pickford; Walker, Bremer, Beraldo e Chiwell; Rice, Bruno Guimarães e Bellingham; Saka, Vinícius Júnior e Kane.

Guilherme Ramos
Guilherme Ramos

Jornalista pela UNESP. Escrevi um livro sobre tática no futebol e sou repórter da PL Brasil. Já passei por Total Football Analysis, Esporte News Mundo, Jumper Brasil e TechTudo.

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