O volante Rodri é o maestro da seleção espanhola e destaque do Manchester City de Pep Guardiola. Melhor jogador da Champions League de 2022/23 e possivelmente o melhor do mundo na sua posição, ele vive no meio das conversas sobre a Bola de Ouro.
O espanhol concedeu entrevista ao jornal inglês “The Guardian” e falou sobre seu papel em campo, os métodos de Guardiola na Premier League e por que não se importa em “se vender” melhor para conquistar uma Bola de Ouro.
Rodri merece a Bola de Ouro?
Apesar de ser considerado um dos melhores jogadores do mundo, o volante afirma que o prêmio individual não é sua prioridade. Isso porque ele entende o futebol de outra forma, sem essa necessidade de tentar ser “popular” ou vender sua imagem.
— Eu não jogo futebol por isso. Talvez as pessoas gostariam que eu me ‘vendesse’ melhor e às vezes me digam: ‘Amigo, você deveria…’, mas eu entendo o futebol de outra maneira — disse o espanhol.
Ele diz não se sentir frustrado por ser “ignorado” pela premiação. Sua melhor colocação foi o quinto lugar da temporada 2022/23. Na ocasião, foi a temporada da tríplice coroa do Manchester City, e o volante fez o gol na final e foi eleito o melhor jogador da competição.
Na época, foi Lionel Messi o eleito pela revista francesa France Football como o melhor jogador do mundo — o que se deu pela conquista da Copa do Mundo, em dezembro de 2022. Haaland, Mbappé e De Bruyne foram os outros à frente do espanhol.
— Sei como funciona, então não me frustro se me ignorarem. Se um dia alguém quiser recompensar o meu trabalho, ótimo, mas não me importo em não ser premiado — afirmou.
O método Guardiola e diferenças na Espanha
Rodri se tornou o sucessor de Sergio Busquets na seleção espanhola e virou a peça crucial do Manchester City de Guardiola fazendo um papel muito parecido ao do ex-Barcelona.
Ele admite que o futebol inglês, em sua essência, é bem diferente do que o treinador catalão pratica. Mas jogar sob o seu comando na Inglaterra é algo completamente diferente.
— Se você pensa no futebol inglês, não pensa no futebol de Pep. Mas jogar o futebol dele dentro do futebol inglês tem exigências especiais. Tive que me adaptar a um futebol mais dinâmico, mais físico, mais rápido. E dentro disso ao futebol de Pep, ao qual não estava acostumado. Eu vinha de outro estilo — afirmou.
Ele se refere ao tempo de Villarreal, seu ex-clube antes do City, e do futebol de LaLiga — geralmente mais pausado. Mas ressalta como é o pivô tanto dos Citizens quanto de La Roja.
— A minha posição é importante, sobretudo pela forma de jogar do City e da Espanha. Tento dar movimento ao jogo, um dinamismo, um ritmo. Me conectar com os jogadores que estão à minha frente o mais rápido possível, ajudar o jogo a se desenvolver, interpretá-lo, levá-lo para onde você quer que esteja.
Em suas próprias palavras, isso é o que mais define o papel do pivô: decidir quando acelerar, quando desacelerar, quando pressionar mais alto, quando baixar. “Esses pensamentos sempre rondam minha mente”, disse.
A seleção espanhola enfrenta a França nesta terça-feira (16h), em partida válida pela semifinal da Eurocopa. O volante dos Citizens deve ser titular.