Rodrigo parece um nome bem brasileiro, mas Rodri é, na verdade, espanhol. Nascido e criado. Hoje com 23 anos, o volante fez as categorias de base no Atlético de Madri, onde chegou com 11, em 2007.
Por conta de “falta de força física” deixou os colchoneros e terminou sua fase pré-profissional no Villarreal. Foi lá que estreou profissionalmente em 2015 num jogo da Copa do Rei que terminou com vitória contra o Huesca (2 a 0).
Aliás, no mesmo ano de sua estreia profissional, o meio-campista consagrou-se campeão do torneio europeu sub-19, junto de nomes como Marco Asensio e Dani Ceballos.
Entretanto, três temporadas depois, o Atlético reconheceu a falha e trouxe o jovem de volta por 21,3 milhões de Libras (25 milhões de Euros, segundo o Transfermarkt). Visto o bom desempenho de Rodri em botes e desarmes, Simeone não poderia deixá-lo passar.
Dessa forma, o espanhol se tornou fundamental no esquema do time de Madri e chamou a atenção de Pep Guardiola. Buscando preencher uma lacuna no elenco, o Manchester City desembolsou 59,6 milhões de libras na última janela de transferências para contar com o pivote.

As contribuições de Rodri ao Manchester City
Já falamos aqui o que Rodri poderia oferecer ao City e as previsões foram confirmadas. O camisa 16 chegou e assumiu a titularidade graças a dois fatores: estilo de jogo compatível com as ideias de Guardiola e a idade avançada de Fernandinho. Tanto que, por outros motivos também, o brasileiro virou zagueiro nesta temporada.
O que atraiu Rodri a Pep foi, certamente, sua precisão nos passes. Sejam curtos ou longos, o percentual de acerto do volante sempre foi acima de 90%. Exceto em sua primeira temporada como profissional, quando a porcentagem foi de 86,8% de passes certos por jogo.
Justamente por esta qualidade que Rodri pôde se adaptar facilmente ao Manchester City. Além disso, a sua estatura (1,91m) ajuda nos duelos aéreos, tornando-se um exímio protetor da defesa.

Nesta temporada, por exemplo, confirmando sua comunhão com o estilo de Pep, Rodri é o jogador mais participativo do elenco. Ele tem média de 83 toques na bola e é quem mais acertou passes pelo City, sendo o quarto jogador na Premier League em geral.
A frente dele estão apenas Virgil van Dijk, Kurt Zouma e Caglar Söyüncü. O outro meio-campista com mais passes é Jorginho, que é o oitavo entre todos os jogadores. Complementando seu jogo, o espanhol colaborou até agora com 71% de lançamentos certos (5,2 por jogo).
As qualidades de Rodri mostram a solidez e o equilíbrio que ele traz à equipe. Por conta disso, seu perfil não tem pontos fracos nos maiores sites de estatística (Whoscored e Sofascore).
O equilíbrio que faltava a Guardiola
Se a qualidade nos passes já elevava o patamar de Rodri e do time do City, seus atributos defensivos o tornam ainda mais essencial. De acordo com as estatísticas da Premier League, ele concluiu 32 botes até agora. Ou seja, média de 1,7 por jogo. Só perde para Fernandinho.
O pivote vem executando suas funções da maneira mais excepcional que Pep já viu como técnico. Comparável à Sergio Busquets, ele pode oferecer mais. Ao contrário do catalão, Rodri arrisca mais passes longos e participa com mais autoridade no momento ofensivo.
Tal diferença comprovou-se na partida contra o Burnley no começo de dezembro. A goleada de 4 a 1 foi construída através da sua participação ativa na saída de bola e na sua chegada como elemento surpresa à frente.
Ao final do jogo, além de ter marcado um belo gol, foi eleito o melhor da partida. No entanto, o ponto principal de seu futebol é o equilíbrio que dá ao time.
Como o Manchester City é um time ofensivo que muitas vezes coloca cinco atacantes no último terço do adversário, alguém precisa recuperar a jogada e evitar os contra-ataques quando o movimento ofensivo não dá certo.
Esta é a função de Rodri. O posicionamento médio das partidas mostra como ele é fixado no centro do campo porque é ali que consegue cumprir as instruções defensivas e ofensivas. No primeiro caso, recuperar a posse e, no segundo, organizar a jogada de trás, participando ativamente da saída de bola.

Aliás, a saída de bola é algo importantíssimo para a maneira de jogar de Guardiola e, com Rodri, o catalão até implementou uma nova maneira de evitar a pressão adversária: a saída em quadrado.
Detalhado aqui, a saída foi desenvolvida para escapar da marcação alta do Liverpool, principalmente. Diante disso, Rodri passou a trabalhar sob pressão e desenvolveu-se ainda mais como jogador.
As contribuições ao time, por mais discretas que possam parecer, são essenciais para o funcionamento das outras engrenagens do sistema. Vale lembrar que o espanhol está perto do seu auge como atleta e pode atingir um nível ainda maior.