A paixão “masoquista” de Robert Plant pelo Wolverhampton

2 minutos de leitura

Em países fortemente ligados com um certo esporte, não é nada incomum que tal prática acabe se enraizando e impactando outras áreas da sociedade. Na Inglaterra não é diferente. Os ingleses, pais do futebol, em particular, também souberam misturar duas paixões de muita gente: a bola e a música. Talvez menos conhecido, mas com certeza um dos mais intensos, é o envolvimento de Robert Plant com o seu amado Wolverhampton.

Ex-membro do lendário grupo Led Zeppelin, a história de Plant com os Wolves é um verdadeiro turbilhão de emoções, um clássico para alguém que torce para um clube menos expressivo. É um misto de sentimentos que beira até mesmo o masoquismo, como o próprio cantor definiu em entrevista para o Birmingham Mail no ano de 2008.

Wolverhampton Robert Plant Led Zeppelin Shaun Botterill Collection Getty Images Sport
Shaun Botterill Collection Getty Images Sport

Tudo pelos Wolves

O amor e atenção de Robert Plant pelo Wolverhampton era tão grande que começou a incomodar pessoas próximas do músico. Um delas, em particular bastante importante, a sua esposa. O cantor, também em entrevista na década passada, contou que a comemoração de uma taça dos Wolves quase acabou seu casamento.

O título não foi um qualquer, mas a vitória na Copa da Liga, diante do Manchester City, em 1974. Plant disse que demorou três dias para sair da região de Wembley até sua casa, além de afirmar que em muitos momentos sequer sabia onde estava. Uma comemoração pesada, literalmente no estilo rockstar.

Mas as provas de amor pelo Wolverhampton não param por aí. No comecinho dos anos 1970, já com o Led Zeppelin a todo vapor, Robert Plant não deixou de ser menos assíduo em sua segunda casa: o Estádio Molineaux.

O músico não abria mão de acompanhar os jogos na arquibancada e por lá se sentia pleno, pois mesmo já famoso, em uma época longe das redes sociais e “buzz” por fotos, acabava passando batido em meio a multidão.

“Era uma loucura. Eu pensava comigo, se estivesse em qualquer outro lugar do mundo precisaria estar cercado de seguranças. Aqui, eu apenas aproveitava o jogo amontoado com outros torcedores”, relembrou.

Leia mais: O que o futebol inglês tem feito para cuidar da saúde mental de seus atletas

Para completar, o cantor chegou até a inventar dores de garganta para fugir de ensaios do Led Zeppelin visando não perder algumas partidas no Molineaux. Um verdadeiro fanático.

Após alguns anos longe dos holofotes, os Wolves retornaram para a Premier League depois de vencer a Championship na temporada 2017/2018. Agora, me diga você, o quão espetacular seria ter uma lenda do rock tocando na festa de comemoração do título? Bem, eis um dos privilégios de ter Robert Plant como torcedor.

Hoje, aos 71 anos, o músico segue bastante ativo dentro de seu amado clube. Desde 2009, Robert Plant é vice-presidente honorário, além de embaixador.

Com o atual momento do Wolverhampton, presente em uma competição europeia e indo bem na Primeira Divisão, convenhamos, não faltam motivos para que o eterno vocalista do Led Zeppelin se orgulhe e espalhe cada vez mais seu amor pelos Wolves.

João Pedro Guedes
João Pedro Guedes

Jornalista. Apaixonado por esportes. Por aqui, falo de futebol inglês e sigo perseguindo boas histórias.