O início de temporada de Riyad Mahrez na Premier League é o melhor desde o ano em que foi destaque pelo Leicester. Nos primeiros oito jogos de 2015/16, foram quatro gols e duas assistências.
Hoje, na mesma quantidade de jogos, são dois gols e três assistências. E o detalhe: com menos partidas como titular (7 a 5) e minutos em campo (564 a 458). De lá para cá, seu melhor início havia sido em 2018/19, com dois gols, ambos na mesma partida, contra o Cardiff.
Outro dado interessante é a pontaria. Em seis anos de futebol inglês, ainda trabalhando com números das sete primeiras rodadas, Mahrez teve como melhor porcentagem de acertos de chute em 15/16, com 47%. Foram 17 chutes, cinco acertados. Hoje, o número subiu, de maneira bem relevante, para 66%: 15 chutes, 10 no gol.
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Média de minutos em campo nos sete primeiros jogos:
2015-16 -> 70,5 minutos por jogo
2019-20 -> 57,25 minutos por jogo
Mais confiante, sua habilidade fica nítida a cada partida que se passa. Tendo Kevin De Bruyne como referência, uma espécie de âncora atrás do ataque, o argelino consegue trabalhar bem com o belga.
Caso contrário, seu corte para o meio lhe dá duas possibilidades: o chute e o passe para o lado, aproveitando o avanço dos laterais ou alas. Passes que, na maioria das vezes, tira da cartola, como uma espécie de mágico.
Mahrez consegue mesclar seu fantástico drible com uma visão de jogo rara nos dias de hoje. Com seu drible, esconde a bola e, quando o adversário menos espera, encontra o passe ideal. Por exemplo, na estreia contra o West Ham, em sua assistência para Sterling.
Em um City que, nas mãos de Pep, se reinventa rodada após rodada, o argelino tende a expandir sua confiança ao ponto de alcançar o treinador e companheiros.
O atual momento do time não é tão confortável, visto que se encontra a oito pontos do líder invicto Liverpool. Por conta disso, a rotação nos azuis tende a aumentar e, mostrar seu valor, é de suma importância para se criar continuidade.
Sem medo e dentro de uma verdadeira seleção, Mahrez parece começar de vez a tracejar seu caminho para colocar o nome na história do City, e mais ainda no futebol inglês. Seu atual momento é otimista, e seu histórico, melhor ainda. Resta apenas a ele definir qual vai ser seu futuro.
O começo de Riyad Mahrez
Era 2016, e na temporada do ano em questão, o Leicester City chocava o mundo do futebol ao vencer a tão badalada Premier League. Sem muito investimento, mas com muita raça, os Foxes desbancavam todos os grandes e marcavam seu nome na história do lendário futebol inglês. Não só o time marcou seu nome, mas os jogadores também.
O capitão Wes Morgan, o artilheiro Jamie Vardy, a máquina N’Golo Kanté, o paredão Peter Schmeichel, e o arquiteto argelino Riyad Mahrez. Principal articulador do time campeão terminou a temporada com 17 gols e 10 assistências (na Premier League). Números que lhe renderam o prêmio de jogador do ano na votação de jogadores da PFA.
Após atingir a máxima com o Leicester, Mahrez ainda seguiu no time por duas temporadas. Contudo, seu sucesso cresceu tanto que, em 2018/19, foi escolhido por Pep Guardiola para atuar no futuro bicampeão inglês, Manchester City. Em um time maior em todos os aspectos, ele, automaticamente, começava mais uma vez do zero no objetivo de atingir o sucesso.
Chegada ao City
Como em todos os times de Guardiola, jogadores são contratados em excesso para que sobrem opções ao invés de faltarem. Por conta disso, a disputa por uma vaga entre os titulares é cada vez maior. Em sua primeira temporada, o argelino teve apenas 27 partidas, sendo 14 na equipe inicial.
O que chama mais atenção é seu tempo em campo. No Leicester, sua média nos quatro anos por lá era de 2.733 minutos em campo, por temporada. Quando chegou ao City, teve 1.339. Apesar de conquistar quatro títulos, seu primeiro ano como Cityzen foi às sombras, terminando com sete gols e quatro assistências.
Uma nova temporada se começa. Nessa, o argelino não mudou de time, mas marcou seu nome na história mais uma vez. Durante o período de descanso da Premier League, foi destaque na primeira conquista de seu país em 29 anos na Copa Africana de Nações. Por sinal, um de seus três gols na competição foi o da classificação para a final.
Mahrez não foi premiado como o melhor jogador, nem foi o artilheiro. Mas, sendo o capitão, foi o líder dessa conquista. Alcançá-la não só enche mais seu currículo, ou o eleva para um patamar raro de argelinos, mas lhe dá a confiança que ele para suceder no atual campeão inglês. Mostrando que não é só mais uma opção, mas sim uma arma letal pronta para ser usada.
*Todos os números apresentados a seguir se referem apenas à Premier League