Richarlison tem sido um dos principais jogadores do Everton

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Richarlison foi a contratação mais importante do Everton para a temporada 2018/19. O atacante brasileiro chegou do Watford por 35 milhões de libras, a pedido do novo técnico, Marco Silva.

O brasileiro havia chegado ao Watford para sua primeira temporada na Europa em 2017/18, e chamou a atenção com seu bom futebol. Ao desembarcar no Everton, Marco Silva (que era treinador do Watford quando o atacante chegou) pediu a sua aquisição.

O camisa 30 está há pouquíssimo tempo no time, mas já chamou muito a atenção. Seu bom desempenho não só chamou a atenção dos ingleses, mas também da seleção brasileira. Ele foi convocado, estreou com a amarelinha nos amistosos de setembro e marcou dois gols na goleada por 5 a 0 contra El Salvador.

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Mas mesmo com o pouco tempo de clube, ele também já experimentou um momento complicado.

Na terceira rodada, contra o Bournemouth, ele se estranhou com Adam Smith e acabou sendo expulso. O cartão vermelho lhe rendeu três jogos de suspensão.

Pela Copa da Liga Inglesa, ele ficou fora da vitória contra o Rotherham. Já pela Premier League, perdeu o empate diante do Huddersfield e a derrota para o West Ham.

Em sua volta, na sexta rodada, o Everton perdeu por 2 a 0 para o Arsenal. Mas Richarlison foi o jogador mais perigoso do time, criando boas chances. O goleiro Petr Cech teve trabalho na meta adversária, especialmente no primeiro tempo.

Os períodos em que esteve fora e que voltou aos campos evidenciaram a importância de Richarlison para o Everton. O brasileiro tem sido o principal atacante (talvez o principal jogador) dos Toffees e possui um papel vital no sucesso deste elenco. E os números comprovam isso.

Richarlison é um dos que mais faz gols e que mais chuta a gol no Everton

Mesmo sem ser a referência do ataque, Richarlison mostrou seu faro de artilheiro. O camisa 30 é um dos principais marcadores do time na Premier League até agora, com quatro gols. Na temporada como um todo, entre os atacantes, é o primeiro isolado.

Vale lembrar que o brasileiro jogou três partidas a menos, por conta da suspensão. Uma dessas partidas foi contra o Rotherham pela Copa da Liga. Nela, o vice-artilheiro entre os atacantes, Dominic Calvert-Lewin, fez dois gols, por exemplo.

E além de colocar a bola na rede, o brasileiro também finaliza bastante. Mesmo com duas partidas a menos pela Premier League, ele é o segundo maior finalizador do time, com 15 chutes. Só perde para Sigurdsson, com 18.

Em todos os jogos que participou na PL, Richarlison chutou ao menos uma bola na direção do gol. E contra o Bournemouth ele deu apenas um chute (fora do alvo), mas teve participação reduzida pela expulsão, aos 41 minutos do primeiro tempo.

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Dos 15 chutes que deu nesta PL, sete foram realmente na direção do gol. Ou seja, quase metade das finalizações do camisa 30 vão no alvo (aproveitamento de 46,6%). Este número se torna ainda mais expressivo se compararmos com todo o time.

O Everton deu 103 chutes nas sete rodadas até agora. Destes, apenas 40 foram no alvo. O aproveitamento de apenas 38,8% evidencia a importância de Richarlison, que tem conseguido converter suas chances em situações perigosas para os adversários.

O ponto de interrogação para o brasileiro é se irá conseguir manter a média. Na última temporada, pelo Watford, ele começou em grande fase, com cinco gols nos 12 primeiros jogos da Premier League.

Porém, acabou caindo de rendimento, especialmente após a saída do técnico Marco Silva. Nos 26 jogos seguintes ele não fez gols e deu apenas duas assistências, terminando a PL 2017/18 com cinco gols e cinco assistências ao total.

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Além de artilheiro, Richarlison também dá dinâmica de movimentação ao ataque

Obviamente, os gols trazem ao atacante um destaque maior. Porém, no caso de Richarlison, ele não demonstra sua importância apenas frente a frente para o gol. Toda a dinâmica do ataque se torna bastante positiva com a presença dele em campo.

Nas cinco primeiras partidas em que esteve em campo, principalmente contra o Arsenal, o brasileiro se deslocou bastante pelos lados. Atuando pela esquerda, faz com que nasçam por ali algumas das principais jogadas do ataque do Everton.

Em um esquema como o 4-2-3-1 de Marco Silva, com dois jogadores abertos como pontas mais atrás do centroavante, ter atletas com profundidade é essencial. E Richarlison tem cumprido isso bem.

O camisa 30 traz muito perigo para os adversários avançando em direção à área, buscando o drible e a jogada rumo ao gol. Isso ajuda explicar a quantidade de finalizações e gols que ele tem tido neste começo de temporada.

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Além disso, ao trabalhar em conjunto com os centroavantes (que puxam a marcação), consegue ter mais espaço para infiltrar e sair na cara do gol. Contra o Arsenal, por exemplo, teve uma chance clara salva por Cech que surgiu desta forma.

Entre os atacantes do Everton, ele é o segundo que mais toca na bola, com 289 toques. Acima dele apenas Theo Walcott, com 300 (evidenciando a importância dos pontas abertos no esquema 4-2-3-1). O líder no quesito é Idrissa Gueye, com 492.

Essa participação constante ajuda em todo o sistema ofensivo. Em um time que depende bastante da criatividade de Sigurdsson no meio, Walcott e Richarlison desafogam o camisa 10 e oferecem opções de jogadas perigosas.

No jogo contra o Arsenal, por exemplo, o atacante se aproveitou disso bem. Encarando pelo lado direito da defesa do Arsenal um lateral como Héctor Bellerín, que não tem na marcação seu ponto mais forte, o brasileiro foi muito bem.

Especialmente no primeiro tempo, ele não teve grandes dificuldades para construir jogadas e transitar pelas pontas. A dupla de zaga dos Gunners, formada por Sokratis Papastathopoulos e Shkodran Mustafi, teve trabalho para conter o camisa 30.

Sem o seu principal goleador, Everton teve dificuldades ofensivas

A importância de Richarlison ficou evidente nos jogos em que ele esteve fora. Nas duas partidas do Everton nesta PL sem ele, contra Huddersfield e West Ham, o time teve dificuldades ofensivas e sofreu para achar seu melhor jogo.

Diante do Huddersfield, os Toffees deram 11 finalizações. Mas destas, apenas uma foi na direção do gol, com um aproveitamento de menos de 10%. Já contra o West Ham, foram 16 finalizações, sendo quatro no alvo – 25% de aproveitamento.

O baixo rendimento nestes jogos se explica também pela dificuldade de achar um substituto. Quando Richarlison não jogou, Marco Silva manteve o turco Cenk Tosun no comando de ataque e jogou Calvert-Lewin para jogar no lado esquerdo.

Contra o Arsenal, já com o brasileiro em campo, o treinador espanhol surpreendeu. Calvert-Lewin entrou como a referência no lugar de Tosun, que não estava bem. Mas após perder duas grandes chances, o inglês foi substituído no segundo tempo pelo turco.

Na sétima rodada, contra o Fulham, o Everton teve uma bela atuação e venceu por 3 a 0. Novamente se repetiu o que aconteceu contra o Arsenal: Calvert-Lewin começou como titular e Tosun entrou na segunda etapa.

O turco inclusive fez um dos gols do triunfo, depois de 10 minutos em campo. Mas ainda não vingou e fez pouco para quem chegou na metade da temporada passada por 27 milhões de libras.

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E na última rodada, contra o Leicester, Marco Silva fez uma alteração ainda mais drástica. O português decidiu colocar Tosun e Calvert-Lewin no banco, promovendo Richarlison ao posto de centroavante.

Com isso, outro brasileiro entrou pela ponta esquerda: Bernard. E logo aos sete minutos, a dupla deu resultado. Em bela jogada de Bernard, Richarlison apareceu como um bom centroavante e fez o primeiro gol da vitória por 2 a 1.

Será que Richarlison consegue manter o ritmo no resto da temporada?

Como dito anteriormente, a grande dúvida é se o brasileiro consegue manter o ritmo. No Watford ele começou voando, mas depois caiu bastante e ficou vários jogos seguidos sem marcar.

No caso do Everton, porém, ele tem condições de fazer diferente. Em sua segunda temporada na Inglaterra, ganhou experiência e está mais adaptado ao ritmo da Premier League. Isso certamente irá ajuda-lo em períodos mais puxados, como a sequência de jogos na virada do ano.

Pelo grande começo em 2018/19, Richarlison já caiu nas graças da torcida. Os adeptos dos Toffees rapidamente viram as qualidades do jogador e o veem como uma peça vital. Com mais tempo e paciência dos fãs, pode desempenhar bem seu papel.

Além disso, a permanência de Marco Silva é fundamental. Ano passado, o atacante se encaixou rapidamente no estilo do treinador português. Mas após sua demissão, ele caiu bastante de ritmo.

Com mais elenco e oportunidades de bons resultados, a não ser que o Everton entre em uma grande descendente, Silva parece que terá estabilidade no cargo. Caso realmente tenha, Richarlison pode ser bastante beneficiado disso.

Este elenco mais qualificado também é importante para o próprio jogador. Com mais qualidade em sua volta, especialmente no meio-campo, ele terá mais condições de produzir jogadas e consequentemente, gols e assistências importantes.

Olho em 2018

O objetivo de chegar à seleção brasileira também deve influenciar nas atuações. Chamado nas duas convocações de amistosos pós-Copa do Mundo, ele já é visto como uma realidade com a camisa da amarelinha.

Titular e autor de dois gols na goleada contra El Salvador, ele parece ter ganho a confiança de Tite. Mas para se manter na Seleção, precisa atuar em bom nível no Everton. Este pode ser um incentivo que faltava para o seu desempenho no clube.

De todas as formas, esta temporada promete alavancar bastante a carreira de Richarlison. Mostrando adaptação rápida ao clube, querido pela torcida e com objetivos cada vez maiores, ele tem toda a condição de ser um jogador de destaque nesta Premier League.

Com 31 rodadas ainda a serem disputadas, é cedo para cravar com certeza o que acontecerá no futuro. Mas sem dúvidas, Richarlison é um dos nomes a serem observados com carinho neste campeonato.

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