Você está na melhor liga do mundo e a sua única opção é ganhar os últimos jogos. É necessária muita força mental para superar essa pressão e conseguir escapar da degola. Por isso, a PL Brasil lista as 10 maiores escapadas do rebaixamento na Premier League.
As 10 maiores escapadas do rebaixamento na Premier League
1 – Jermain Defoe e o Sunderland em 2015-16

- Escapada: 10 jogos, 3 vitórias, 1 empate, 6 derrotas – 10 pontos
- Posição faltando 10 jogos: 17º, fora da zona por saldo de gols
- Posição final: 17º – se salvaram com dois pontos da zona
- Média da posição dos times enfrentados: 10ª, incluindo o campeão Leicester e o vice Arsenal
- Técnico: Sam Allardyce
O Sunderland ficou 237 dias na zona de rebaixamento durante a temporada 2015-16. Foram quase oito meses de sofrimento e uma das grandes escapadas de rebaixamento na Premier League. O time contava com o ótimo Jermain Defoe na frente, mas nada dava certo.
As coisas começaram a mudar quando Sam Allardyce chegou e trouxe algumas contratações que deram novos ânimos ao time, como Kone, Jan Kirchhoff e Wahbi Khazri. O que deixou a história ainda mais dramática é que a equipe brigava diretamente com o rival Newcastle pela permanência.
O destaque da campanha foi mesmo Jermain Defoe, que marcou 15 gols na Premier League, incluindo o da vitória contra o Chelsea na 36ª rodada. O alívio veio na vitória sobre o Everton por 3 a 0 na rodada seguinte. Naquele ano, Aston Villa, Norwich City e Newcastle não evitaram o rebaixamento na Premier League.
O esquema era uma espécie de 4-5-1: Mannone; Yedlin, Koné, Kaboul, Van Aanholt; Kirchhoff, Borini, Cattermole, M’Vila, Khazri; Defoe. O Sunderland conseguiu repetir essa mesma escalação nos últimos 7 jogos da temporada. No total, foram só duas derrotas no últimos 13 jogos (4 vitórias e 7 empates).
O Aston Villa foi o 20º com só 17 pontos e mesmo assim terminou a temporada passando menos dias (233) que o Sunderland na zona de rebaixamento.
Escalação no jogo da fuga:
Sunderland 3 x 0 Everton: Mannone; Yedlin, Koné, Kaboul, Van Aanholt; Kirchhoff (Sebastian Larsson 70’), Borini, Cattermole (O’Shea 79’), M’Vila, Khazri (Duncan Watmore 86’); Defoe.
Gol: Van Aanholt 38’; Lamine Koné 42’, 55’
2 – A sobrevivência do estreante Bradford City em 1999-00
- Escapada: 10 jogos, 3 vitórias, 1 empate e 6 derrotas – 10 pontos
- Posição faltando 10 jogos: 18º, 2 pontos para sair da zona
- Posição final: 17º – se salvou com três pontos da zona
- Média da posição dos times enfrentados: 11ª, incluindo o campeão do ano, Manchester United
- Técnico: Paul Jewell
Atualmente na League One, o Bradford City só disputou duas vezes a Premier League. Subiu em 1998-99 e na temporada seguinte conseguiu uma arrancada inesperada nos últimos jogos para se manter na elite.
Foram 3 vitórias e 1 empate nos últimos cinco jogos. Destaque para o triunfo sobre o Liverpool na rodada final que garantiu a permanência. Os Reds contavam com Gerrard, Heskey e Owen.
Naquele ano, Watford, Shelffield Wednesday e Wimbledon não evitaram o rebaixamento na Premier League.
Escalação no jogo da fuga:
Bradford City 1 x 0 Liverpool: Clarke; Halle, Wetherall, O'Brien, Sharpe, Lawrence; McCall, Dreyer, Beagrie (Wayne Jacobs 81’); Saunders (Isaiah Rankin 78’), Windass.
Gol: David Wetherall 12’
3 – O herói que veio do banco para salvar o West Bromwich Albion em 2004-05

- Escapada: 10 jogos, 3 vitórias, 2 empates e 3 derrotas – 11 pontos
- Posição faltando 10 jogos: 19º, 5 pontos para sair da zona
- Posição final: 17º – se salvou com um ponto de vantagem da zona
- Média da posição dos times enfrentados: 8ª, incluindo todos do Top Four
- Técnico: Gary Megson
O West Bromwich Albion foi o primeiro time da história a se salvar do rebaixamento depois de passar o dia de Natal na última posição. O campeonato daquele ano foi extremamente disputado na parte de baixo.
Na rodada 38, os quatro últimos não estavam rebaixados e nem assegurados. Inclusive, o WBA entrou naquele dia ocupando a 20ª colocação.
Os Baggies fizeram a lição de casa e venceram o Portsmouth em casa. Destaque da campanha, e principalmente do último jogo foi Geoff Horsfield. Ele veio do banco e marcou logo quando entrou. Na sequência deu um passe de calcanhar para Richardson fazer o 2 a 0.
Depois das derrotas de Norwich City e Southampton, só faltava um empate entre Crystal Palace e Charlton, o que aconteceu faltando oito minutos para o final. A emoção foi tanta que a torcida invadiu o gramado.
Time no jogo da fuga:
West Brom 2 x 0 Portsmouth: Kuszczak, Albrechtsen, Gaardsoe, Robinson, Clement, Gera, Wallwork, Richardson, Greening (Horsfield 58), Earnshaw (Kanu 84), Campbell.
Gols: Horsfield 58′, Richardson 75′.
4 – O Fulham passou alguns minutos matematicamente rebaixado, mas conseguiu se safar pelo saldo de gols em 2007-08

- Escapada: 10 jogos, 5 vitórias, 2 empates e 3 derrotas – 17 pontos
- Posição faltando 10 jogos: 19º – 6 pontos para sair da zona
- Posição final: 17º – se salvou por +3 GS
- Média da posição dos times enfrentados 12ª – derrota para o Liverpool, o único time do G4 enfrentado
- Técnico: Roy Hodgson
Apesar de um elenco interessante, o Fulham sofreu bastante durante a temporada. Foram só três vitórias em 28 jogos. O time amargou a vice-lanterna da Premier League da 20ª até a 36ª rodada.
Na antepenúltima, o Fulham chegou a ficar matematicamente rebaixado enquanto perdia por 2 a 0 frente ao Manchester City no Etihad Stadium.
Mas faltando 20 minutos, a equipe virou para 3 a 2. A vitória deu uma sobrevida e uma força ao time que venceu as duas últimas partidas e se salvou pelo saldo de gols.
O destaque vai para Danny Murphy, que marcou o gol salvador contra o Portsmouth na última rodada.
Time no jogo da fuga:
Fulham 1 x 0 Portsmouth: Keller, Stalteri, Hughes, Hangeland, Konchesky; Davies, Murphy, Bullard, Dempsey (Nevland 72), Kamara (Andreasen 85), McBride
Gols: Danny Murphy 76’
5 – Mesmo precisando de um milagre na última rodada, o Oldham se manteve na Premier League em 92-93

- Escapada: 10 jogos, 5 vitórias, 3 empates e 2 derrotas – 18 pontos
- Posição faltando 10 jogos: 22º – último e 3 pontos para sair da zona
- Posição final: 19º – se salvou por +2 GS
- Média da posição dos times enfrentados 10ª
- Técnico: Joe Royle
O Oldham é um time da cidade de Oldham, na grande Manchester. Atualmente na League Two, nos anos 90 chegou até a Premier League.
Mais precisamente na temporada 1992-93, os Latics passaram sufoco para se manter na elite. Com dez jogos para o fim, a equipe estava na lanterna da competição.
Mesmo após a arrancada com apenas 2 derrotas em 9 jogos, o Oldham ainda precisava tirar 3 pontos e 2 gols de saldo do concorrente ao rebaixamento, Crystal Palace. E deu certo.
O Arsenal fez 3 a 0 no Palace e o Oldham bateu o Southampton de Matthew Le Tissier por 4 a 3. Detalhe que Le Tissier fez o terceiro gol aos 85 minutos e quase estragou a arrancada dos Latics.
Time no jogo da fuga:
Oldham 4 x 3 Southampton: Paul Gerrard. Halle, Pointon, Fleming, Redmond, Jobson; Henry, Milligan, Bernard; Ritchie (Ian Marshall 70’) e Olney
Gols: Neil Pointon 29’, Ian Olney 44’, Andy Ritchie 55’, Gunnar Halle 64’; Le Tissier 34’, 67’, 85’
6 – Southampton foi enganado pelo “primo de George Weah”, mas evitou o rebaixamento em 1996-97

- Escapada: 10 jogos, 4 vitórias, 3 empates e 3 derrotas – 18 pontos
- Posição faltando 10 jogos: 19º – 3 pontos para sair da zona
- Posição final: 16º – se salvou por 2 pontos
- Média da posição dos times enfrentados 12º
- Técnico: Graeme Sounes
Sempre que um time está na briga para não cair, a diretoria costuma trazer novos nomes para dar ânimo e qualidade para a equipe. Os Saints acabaram trazendo o pior reforço da história da Premier League e mesmo assim conseguiram escapar do rebaixamento.
É a história da contratação de Ali Dia, o “primo” de George Weah que assinou pelo Southampton para ajudar o clube na arrancada, mas na verdade era um impostor que nunca atuou profissionalmente.
O Southampton entrou na última rodada precisando só de um empate para se garantir. Acabou perdendo para o Aston Villa por 1 a 0, mas os resultados de Sunderland e Middlesbrough garantiram a permanência da equipe.
Felizmente, os Saints não precisaram dos serviços de Ali Dia para se manter na Premier League
Time no jogo da fuga:
Southampton 0 x 1 Aston Villa: Maik Taylor; Jason Dodd, Francis Benali, Ulrich Van Gobbel, Richard Dryden; Claus Lundekvam, Jim Magilton, Matt Oakley, Robbie Slater; Micky Evans e Egil Ostenstad
Gols: Richard Dryden 12’ (gol contra)
7 – Harry Redknapp comanda o Portsmouth à salvação em 2005-06

- Escapada: 10 jogos, 6 vitórias, 2 empates e 2 derrotas – 20 pontos
- Posição faltando 10 jogos: 19º – 8 pontos para sair da zona
- Posição final: 17º – se salvou por quatro pontos
- Média da posição dos times enfrentados 12ª
- Técnico: Harry Redknapp
Na temporada 2005-06, o Portsmouth trouxe o técnico Harry Redknapp na tentativa de salvar o clube. Ele foi mal nos primeiros meses, mas engatou uma sequência de apenas duas derrotas nos últimos 10 jogos. Uma série quase invicta que rendeu 20 pontos de 30 possíveis
O time contava com alguns ótimos nomes como Svetoslav Todorov, Benjani e Andrés D’Alessandro, mas nada deu muito certo. O argentino não teve uma carreira muito longa no futebol inglês após essa temporada.
Time no jogo da fuga:
Portsmouth 2 x 1 Wigan: Dean Kiely, Linvoy Primus, Dejan Stefanovic, Brian Priske, Matthew Taylor; Gary O’Neil, Andrés D’alessandro, Sean Davis (Richard Hughes 46’), Pedro Mendes (Noé Pamarot); Svetoslav Todorov (Wayne Routledge 89’), Benjani
Gols: Benjani 62’, Matthew Taylor 70’
8 – Bobby Zamora e Carlos Tevez comandam um West Ham implacável na reta final para se salvar em 2006-07

- Escapada: 10 jogos, 7 vitórias e 3 derrotas – 21 pontos
- Posição faltando 10 jogos: 20º – 10 pontos para sair da zona
- Posição final: 15º – se salvou por 3 pontos
- Média da posição dos times enfrentados 8º
- Técnico: Alan Curbishle
Apesar de começar bem aquela temporada de 2006-07, o West Ham declinou após alguns problemas extracampo. Eggert Magnússon comprou o clube em novembro e após mau desempenho, Alan Pardew foi substituído por Alan Curbishley no comando técnico dos Hammers.
No meio de uma campanha complicada do time, a Premier League ainda investigou possíveis fraudes nas contratações de Javier Mascherano e Carlos Tevez. O West Ham passou o campeonato todo com medo de ser punido em pontos por isso. Até foi especulada a rescisão do contrato de Tevez, mas nada aconteceu.
Dave Whelan, presidente do Wigan, insinuou que estavam beneficiando o West Ham na história toda.
Em março, faltando 2 meses para o campeonato acabar, o West Ham estava a 10 pontos de sair da zona. A situação era desesperadora, mas a força mental e união da equipe fez diferença
Fato que é que comandados pelo técnico Alan Curbishley e pelos gols de Bobbby Zamora e Carlos Tevez, os Hammers conquistaram 7 vitórias nos últimos 9 jogos, com direito a triunfo na última rodada na casa do campeão da temporada, Manchester United.
Time no jogo da fuga:
West Ham 3 x 0 Wigan: Green, Neill, Collins, Ferdinand, McCartney, Benayoun, Reo-Coker (Mullins 86), Noble, Boa Morte (Spector 79), Zamora (Harewood 64), Tevez
Gols: Boa Morte 30’, Benayoun 57’, Harewood 82’
Leia mais: Há 11 anos, West Ham dava chapéu nos concorrentes e anunciava Tevez e Mascherano
9 – Só mesmo um (Di) Santo para salvar o Wigan em 2011-12

- Escapada: 10 jogos, 7 vitórias, 1 empate e 2 derrotas – 22 pontos
- Posição faltando 10 jogos: 20º – um pontos para sair da zona
- Posição final: 15º – se salvou por 7 pontos
- Média da posição dos times enfrentados 10º
- Técnico: Roberto Martínez
A temporada de 2011-12 foi mesmo especial para o futebol inglês. Teve o 8 a 2 do Manchester United para cima do Arsenal. O gol de Sergio Aguero nos acréscimos do último jogo para dar o título ao City. E também teve a arrancada do Wigan rumo à sobrevivência
Nos primeiros 24 jogos, foram só três vitórias. O cenário era péssimo, mas o time foi melhorando e as coisas foram dando certo.
A equipe era normalmente montada em um 3-4-3 com Di Santo, Maloney e Victor Moses na frente. O argentino, até então promissor na época, foi o grande destaque marcando 3 gols nas últimas 4 partidas
O Wigan emplacou sete vitórias na reta final de 10 jogos, incluindo 2 a 1 contra o Liverpool de Luis Suárez, em Anfiled e outro 2 a 1 contra o Arsenal no Emirates Stadium. Além disso, o jogo mais emblemático da campanha, sonoros 4 a 0 contra o Newcastle que brigava por Champions League, na 36ª rodada.
Time no jogo da fuga:
Wigan 4 x 0 Newcastle: Habsi; Antolin Alcaraz, Gary Caldweel, Maynor Figueroa; Emmerson Boyce, James McArthur, James McCarthy, Jean Beausejour; Franco Di Santo (Connor Sammon 68’), Victor Moses (Jordi Gomez 83’) e Shaun Maloney
Gols: Moses 13’, 15’; Maloney 36’, Di Santo 45+2’
10 – Um ano antes de vencer a Premier League, o Leicester praticou um milagre para se manter na elite em 2014-15

- Escapada: 10 jogos, 7 vitórias, 1 empate e 2 derrotas – 22 pontos
- Posição faltando 10 jogos: 20º – 7 pontos para sair da zona
- Posição final: 14º – se salvou por 6 pontos
- Média da posição dos times enfrentados 12º
- Técnico: Nigel Pearson
Leia mais: Guia do Leicester Premier League temporada 2018/2019
Se engana quem acha que o título de 2015-16 foi o único feito improvável dos Foxes. Antes do título inesquecível, veio a escapada histórica de rebaixamento na Premier League.
O elenco tinha muitos jogadores que seriam campeões no ano seguinte. Kasper Schmeichel, Drinkwater, Jamie Vardy, Wes Morgan, Riyad Mahrez, para citar alguns.
Nigel Pearson não conseguia fazer o time produzir o seu melhor. Os números eram horríveis, realmente desesperadores.
Foram 18 derrotas em 29 jogos. O Leicester ficou sem ganhar da 6ª rodada até a 18ª. Também segurou a lanterna da 13ª até a 32ª rodada. Um turno inteiro na última posição.
As coisas começaram a mudar nos últimos nove jogos. Em um esquema sustentado por 3 zagueiros, o grande destaque foi Leonardo Ulloa. O argentino marcou 11 gols na competição.
Jeff Schlupp e o veterano Esteban Cambiasso contribuíram muito para a arrancada, também. Nesse período, o Leicester consegui 7 vitórias e terminou o campeonato em 14º.
Time no jogo da fuga:
Leicester 3 x 0 Newcastle: Schmeichel; Wasilewski (Ritchie de Laet 68’) , Huth, Morgan, Fuchs Albrighton, James, Cambiasso (Dean Hammond 74’), Schlupp; Mahrez, Vardy e Leonardo Ulloa (Andrej Kramaric 78’)
Gols: Ulloa 1’, 48’; Morgan 17’
Parte dos dados coletados são da matéria de Michael Short na BBC Sports
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Clássicos Ingleses #04 – Sheffield United x Sheffield Wednesday