O Chelsea vive uma temporada diferente desde a chegada do russo Roman Abramovich na metade da década passada. Sem poder ir às compras na janela de transferências, o time tem de utilizar jogadores da base como principais estrelas do elenco.
Campeão de diversos campeonatos nos últimos anos entre os torneios de jogadores mais jovens, o clube já teve muitos jogadores se destacando nas últimas safras vencedoras da Inglaterra. Entre eles, Mason Mount, Callum Hudson-Odoi e Tammy Abraham se tornaram destaques no futebol profissional sob o comando de Frank Lampard.
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O principal nome da equipe londrina neste começo de Premier League é Tammy Abraham. O atacante parece ter acabado com as preocupações do time na posição que mais gerou críticas nas últimas temporadas. Giroud, Morata, Higuain e outros atletas de nomes não tiveram sucesso como centroavante pelo Chelsea.
Abraham é, atualmente, o vice-artilheiro da atual edição do Campeonato Inglês com oito gols marcados em dez rodadas. Emprestado nos últimos anos, o atacante vem aproveitando as chances com Lampard na temporada e já participou de quase da metade dos gols marcados na Premier League pelo Chelsea, que é a terceira equipe que mais balançou as redes em 2019/20 na competição.
Outro jogador que é considerado grande promessa, Callum Hudson-Odoi hoje é reserva do elenco, mas é o líder em assistências da equipe e aparece entre os 10 jogadores com mais passes para gol na temporada do futebol inglês. Antes disso, o jogador esteve próximo de fechar com o Bayern de Munique, mas permaneceu na equipe.
Após temporadas em busca de uma consistência na dupla defensiva, Lampard parece ter encontrado um equilíbrio em Fikayo Tomori. O jovem zagueiro do Chelsea vem se destacando na parte de trás do elenco e vem caindo nas graças da torcida dos Blues nos últimos jogos.
Sobre a proibição da contratação de jogadores
Grande comprador de talentos mais jovens, o Chelsea foi punido pela Fifa por irregularidades nas negociações de jogadores com menos de 18 anos de idade. A pena total impediu que o clube de Londres fosse às compras em junho de 2019 até o fim de janeiro de 2020.
A regra da Fifa impede que atletas estrangeiros e menores de idade sejam contratados pelos clubes. Casos em que os pais de jogadores se mudaram para o país sem motivo ligados ao futebol e nas ocasiões em que há menos de 50 quilômetros de distância das fronteiras entre os países.
Na ocasião, o Chelsea argumentou que, dos mais de 100 casos investigados pela Fifa, a maioria envolvia lista de contratos de curto prazo em suas categorias de base, que não acabaram ficando no clube, enquanto afirmou que outros casos estão em cumprimento legal com as regras.
Chelsea, o segundo clube que mais emprestou atletas nos últimos cinco anos
De acordo com estudo feito pelo Observatório do Futebol do Centro Internacional de Estudos do Esporte (CIES), o Chelsea foi a segunda equipe que mais emprestou jogadores nas últimas cinco temporadas.
O clube de Londres fica atrás apenas da Udinese, que cedeu 62 atletas no período – cinco a mais que os Blues. Na lista, o segundo inglês a aparecer é o Manchester City, com 41 jogadores emprestados na última metade da década.
A grande maioria dos emprestados eram jogadores jovens que vinham da base e precisavam de mais minutos em campo. Isso não aconteceria em um dos elencos mais caros do mundo nos últimos anos, o que motivou os empréstimos.
O problema é que, alguns desses atletas, foram cedidos a outras equipes e acabaram não vingando. Casos como o do brasileiro Lucas Piazon e do holandês van Ginkel, que estão no elenco há anos, mas não jogam, criam um desgaste no modelo de formação do elenco dos Blues.
Um dos jogadores mais emprestados pelo Chelsea nos últimos anos, Piazon criticou a quantidade excessiva de jogadores nos Blues, em entrevista ao Daily Mail, em 2016.
“Não faz sentido ser emprestado o tempo todo. Não é bom para qualquer jogador, falo por experiência própria. Estar em um lugar diferente a cada ano não é bom para alguém com 22 anos”, disse Lucas Piazon, que está em seu sétimo empréstimo em sete temporadas no clube.
Essas estratégias de empréstimos seria o ideal se, quando voltassem, esses atletas fossem utilizados pelos treinadores. Porém, caso como De Bruyne, Lukaku e Mohamed Salah, que pertenciam ao clube, mas foram poucos aproveitados pela equipe, mostram a ineficiência dessa tese.
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Modelo de empréstimos
Se a perda de Hazard e a impossibilidade contratar um substituto badalado assustou alguns torcedores dos Blues, outros ressaltaram que a punição da Fifa fez bem ao clube. Para os brasileiros do Chelsea Fans Brasil, o treinador procurou soluções nos mais jovens, que têm grande potencial.
“Acredito que Lampard faria questão de utilizar certos jogadores jovens, como Mason Mount e Fikayo Tomori, que já foram comandados por Lampard no Derby County. A partir de agora, a utilização da base será algo mais natural no clube, porque a geração que vem depois dessa também é bastante promissora”, disseram à PL Brasil.
“Não vejo outros clube com tantos bons nomes vindos da base no momento. Se tivéssemos apostado em jovens anteriormente, talvez teríamos diversos jogadores atuando pelo clube”, completaram.
O Chelsea Brasil destacou outros três nomes que podem vingar na equipe nos próximos anos, além dos que já estão na equipe titular.
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“Ampadu está emprestado e James e Gilmour estão no elenco atual. Dá para ficar nesses três em um futuro a médio prazo. Os dois primeiros podem ser titulares do Chelsea a curtíssimo prazo, por exemplo”, comentou.
Em meio ao sucesso dos jovens jogadores no elenco, o Chelsea deve, mesmo quando retornar às compras, olhar mais para as suas promessas. Para quem perdeu atletas como Kevin De Bruyne, Mohamed Salah e Romelu Lukaku nos últimos anos, ter Callum Hudson-Odoi, Mason Mount, Fikayo Tomori e Tammy Abraham é a esperança para um futuro brilhante em Stamford Bridge.
Por Guilherme Rodelli e Rafael Brayan