Khaldoon Al Mubarak é o presidente do Manchester City e um dos líderes do clube fora de campo. Em entrevista aos canais oficiais da equipe, o dirigente fez um balanço da temporada e abriu o jogo sobre os embates judiciais entre Citizens e a Premier League.
A entrevista de Al Mubarak foi realizada antes da notícia do processo do City contra a Premier League vir à tona, mas foi divulgada nesta terça-feira (5). O presidente pediu mais “sensibilidade” da liga em torno das regras financeiras e fez uma previsão pessimista sobre o futuro da liga inglesa.
Presidente do Manchester City teme que nível da Premier League despenque
Para o presidente do Manchester City, a Premier League deveria adotar uma abordagem mais equilibrada em relação ao Fair Play Financeiro. O dirigente acredita que as normais econômicas e de transferências da liga são muito rígidas, o que pode ocasionar em um decréscimo técnico e de competitividade ao produto.
–Acho que a Premier League chegou onde está hoje por ser a liga mais competitiva. Portanto, espero que haja um pouco mais de sensibilidade na regulamentação. É sempre bom uma abordagem equilibrada em todas as ligas, seja na Inglaterra ou no resto da Europa. Acho que não veremos o mesmo nível que vimos nos últimos anos na liga, devido aos níveis de regulamentação que entraram em vigor nos últimos 12 meses.
O clube do Etihad Stadium processou a Premier League recentemente para extinguir Transação com Partes Associadas (APT) e receber uma indenização por danos causados pela liga. Com a ação, o Manchester City busca finalizar a regulamentação para receber valores por acordo comerciais, de patrocínio e de transferências com empresa que sejam do mesmo dono que o clube.
Al Mubarak fala sobre as 115 acusações contra o Manchester City
Sobre as 115 acusações da Premier League contra o City por supostas violações de regras financeiras, Al Mubarak negou as denúncias, mas revelou frustração em conviver com essa situação. O presidente ponderou que funcionários e torcedores sofrem com esse processo que, para ele, está sendo mais demorado do que deveria.
— É claro que é frustrante. É sempre frustrante ter isso sendo falado da maneira como está sendo falado. Sinto que a nossa base de fãs e todos os associados ao clube têm essas acusações constantemente faladas (…) Acho que nós, como clube, temos que respeitar que existe um processo pelo qual temos que passar e estamos passando por isso. Está demorando mais do que se esperava, mas é o que é, e sempre repeti: que sejamos julgados pelos fatos, e não por alegações e reconvenções.
A expectativa é que esse julgamento seja realizado em novembro. Essas são as 115 acusações que o Manchester City terá de se defender nos tribunais:
- Falha no fornecimento de informações financeiras precisas e atualizadas de 2009-10 a 2017-18;
- Falha em fornecer relatórios financeiros precisos para remuneração de jogadores e dirigentes de 2009-10 a 2017-18;
- Não cumprimento dos regulamentos da Uefa, incluindo os Regulamentos de Clubes e Licenciamento e Fair Play Financeiro da Uefa;
- Violações dos regulamentos de rentabilidade e sustentabilidade da Premier League de 2015-16 até a temporada 2017-18 inclusive;
- Falha em cooperar com as investigações da Premier League desde dezembro de 2018 até o presente.