Ainda desconhecido por parte do grande público, Vinicius Souza chegou ao Sheffield United no início de agosto para ser uma força do time na luta pela permanência na Premier League. Revelado pelo Flamengo e contratado pelo Grupo City em 2020, o brasileiro abraçou a oportunidade na Premier League com toda a garra possível. Ele sabe que estar na principal liga do mundo é uma chance de ouro.
A PL Brasil conversou com Vini Souza de forma exclusiva. Apesar de ter apenas 24 anos e sempre carregar um sorriso largo no rosto, o meio-campista demonstra muita maturidade e sobriedade com seus planos e objetivos. O jogador quer viver o hoje para colher os frutos na sequência, sem se preocupar com o futuro de forma ansiosa.
— Continuar. Sou um cara que vivo muito o presente, vivo muito o dia a dia. Se eu não fizer hoje… Eu sou um cara que está ali e se dedica 100%. Chego cedo e saio tarde. Desde que vim para a Europa, coloquei isso na minha cabeça. Para o meu futuro, só peço êxitos, porque sei que vou trabalhar por isso. Vou dar a vida, por mim, pelo time e pela família —, ponderou.
Vini Souza e Sheffield United: um casamento que tinha que acontecer
Apesar de ter defendido o Espanyol na última temporada, Vini Souza tinha vínculo com o Lommel da Bélgica, clube que faz parte do Grupo City. Ele relembrou que enquanto decidia seu futuro, treinou nas instalações do Manchester City. O jogador revelou que a negociação se arrastou por muitas dias, mesmo com a facilidade para tomar sua decisão.
— Eu vim um mês antes para Manchester e fiquei treinando no City. Eu não fiz a pré-temporada completa, porque eu treinava um pouquinho e logo me tiravam com medo de lesão. Cerca de um mês de negociação. Foram muitos dias de negociações, porque as coisas precisavam ser boas para o Sheffield United, para o City e para mim. Mas eu já tinha na minha cabeça que queria a Premier League, dar esse passo. A minha decisão foi muito fácil, faltava Sheffield e City. Nas últimas semanas, aí mesmo que não treinei. Fiquei agoniado em não poder treinar. Eu estava muito feliz da possibilidade de ir ao Sheffield e jogar na Premier League —, revelou.
Para fechar com o Sheffield, Vini Souza precisou negar algumas ofertas de outros clubes, incluindo interesses do futebol brasileiro. O camisa 21 ainda manteve contato intenso com Paul Heckingbottom durante o período de tratativas.
— Eu tive propostas do Brasil antes de chegar aqui, mas meu pai vai brigar comigo (risos). Tive propostas da Espanha e até outros clubes da Inglaterra. Mas quando vi o Sheffield, agarrei essa oportunidade, porque o treinador conversou bastante comigo, ele também era amigo do pessoal do City. Estive mais próximo deles. Ficamos umas duas ou três semanas conversando direto, todos os dias! Ele deu até uma entrevista que conversava mais comigo do que com a própria esposa, e eu também. Porque eu queria muito ir e ele queria muito a minha presença —, destacou.
Até o momento, Vini Souza fez quatro partidas pelo Sheffield United e foi titular três vezes. O atleta tem agradado a torcida em seu início, apesar do time ainda não ter vencido na Premier League.
- 4 jogos
- 281 minutos
- 13 interceptações
- 10 (60%) passes longos
- 91 (84%) passes certos
Segundo o brasileiro, a maior dificuldade em adaptação tem sido a questão física, principalmente pela ausência de uma pré-temporada completada. Para ele, o país e a língua não têm sido problema por enquanto.
— É mais adaptação no porte físico. Em relação ao país e língua, estou me sentindo super confortável. Como eu não fiz a pré-temporada, o pessoal está um pouco na minha frente e isso me prejudica um pouco em campo, mas o staff está me dando todo o suporte possível para recuperar o mais rápido. Sem dúvidas (é mais pegado). Mas como é um jogo que eu sempre gostei muito, acho que foi uma coisa boa. Esse jogo mais pegado de poucas faltas, de todo mundo querer ganhar os duelos —, avaliou.
‘Eles são uns monstros!’: a maior dificuldade contra o Manchester City na Premier League
Logo no começo da trajetória pelo novo clube, um adversário extremamente: o Manchester City. O time de Pep Guardiola entrou no caminho do Sheffield United de Vini Souza, mas a partida contrariou as expectativas. Os Blades fizeram jogo duro e quase arrancaram empate, mas o time azul marcou o gol da vitória nos últimos minutos.
Apesar da derrota, o brasileiro parabenizou a equipe pela entrega, mas definiu o que não poderia ter acontecido no jogo. O volante ainda elencou a principal dificuldade imposta pelo Manchester City.
— Foi diferente em relação à parte física. Eles são uns monstros em relação a isso! Têm a bola o tempo todo e trabalham muito rápido. Não pausam o jogo. Querem te atacar o tempo todo. Além da qualidade absurda de todos. Acho que a gente fez um ótimo jogo. Você pega jogos do Manchester City, onde eles fazem quatro, cinco, muito rápido. Contra os grandes times, você precisa estar focado 100%. Faltando dois minutos a gente errou o que não tínhamos errado o jogo todo. Quando você erra contra um time desse, não tem jeito (…) Claro que eu não queria perder, mas ser de 2 a 1 com eles passando sufoco, foi um bom trabalho do time–, comentou.
O jogador que mais impressionou Vini Souza, porém, não foi Haaland e nem Bernardo Silva. Justamente o autor do gol da vitória fez brilhar os olhos do ex-flamenguista. Colega de posição, Rodri chamou a atenção do carioca.
— O Rodri me impressionou. Eu já conhecia, ainda mais pela posição, sobre pegar lances. Todo atleta pega uma referência na sua posição. Mas você ver pessoalmente, o Rodri finalizou acho que cinco vezes, o que é absurdo para um primeiro volante. Pouca gente percebe o quanto ele chegou para finalizar. Quantas vezes na bola ele tocou. Foi um absurdo. Me surpreendeu muito, muito mais que Haaland ou outro —, avaliou.
Próximo jogo do Sheffield United na Premier League
Como Vini Souza mesmo repetiu ao longo da entrevista, não existe jogo fácil na Premier League. O próximo compromisso do time vermelho e branco prova isso e é para lá de complicado. O Sheffield United enfrenta o Tottenham neste sábado (16), às 11h, em Londres, de olho em conquistar sua primeira vitória na competição.