Um torcedor de 24 anos recebeu sentença inédita por ofensas racistas a um jogador da Premier League nas redes sociais, o que configurou crime de ódio no futebol. O envolvido, Antonio Neil, já havia sido condenado em primeira instância. Após recorrer, ele recebeu condenação definitiva da corte responsável da região de Newcastle.
O criminoso praticou racismo contra Ivan Toney, atacante do Brentford. O jogador marcou dois gols contra o Brighton no dia 14 de outubro de 2022, em vitórias do time londrino. Logo no dia seguinte, Antonio Neil, morador de Blyth, cidade localizada nos arredores de Newcastle, proferiu ofensas racistas contra o atleta inglês.
Como forma de punição, o torcedor recebeu uma sentença jamais vista no futebol do país. Neil está banido dos estádios da Premier League e de todo o Reino Unido por três anos, e está proibido de viajar para assistir jogos de futebol no exterior.
Episódio histórico
A condenação é considerada histórica, pois é a primeira desde a mudança legislativa de 2022. A transformação da lei passou a proibir crime de ódio online, como o racismo. Scott Cowie, líder de crimes de ódio da Polícia de Northumbria, elogiou a punição dada ao criminoso.
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A discriminação não tem absolutamente lugar em nenhuma sociedade, seja em nossas comunidades ou nas redes sociais. Eu estou satisfeito que a gravidade da ofensa de Neill tenha sido refletida com esta ordem de proibição a assistir qualquer jogo de futebol no Reino Unido, afirmou o agente da lei.
Thomas Frank, técnico do Brentford, saudou a punição a Neil, mas ressaltou que acredita ainda não ser o suficiente devido a gravidade da situação. O comandante da equipe ainda citou o caso de Kyle Walker-Peteres, lateral do Southampton e que foi vítima de racismo online nos últimos dias.
Pessoalmente, não acho que a suspensão seja dura o suficiente. Poderia ser mais dura, mas é um bom passo na direção certa para mostrar ao mundo que não há espaço para prática racista. Espero que seja um lembrete para as empresas de mídias sociais de que elas podem fazer mais (…) A situação de Kyle Walker-Peters também é muito triste. É uma área de desenvolvimento constante para a sociedade, opinou Frank.
