Premier League: os principais problemas de cada time do Big 7 até aqui

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A Premier League chega a mais uma paralisação pela Data Fifa, desta vez com quase metade do primeiro turno disputado. O tempo para análise é curto, mas já é possível tirar algumas conclusões — ainda mais em relação ao Big 7 (Arsenal, Chelsea, Liverpool, Manchester City, Manchester United, Newcastle e Tottenham).

Arsenal e Manchester City parecem manter a forma da temporada passada em busca do título que, ao que parece, também pode ser almejado por Liverpool e Tottenham — o último, atual líder, é o que vive melhor fase. Por outro lado, o Newcastle começou devagar a temporada, em 8º, mas ainda melhor que as duas principais decepções: United e Chelsea, 10º e 11º colocados.

Tentando separar o joio do trigo, a PL Brasil elencou os principais problemas de cada um dos sete principais times da Premier League na temporada 2023/24.

Tottenham

Líder do campeonato, invicto e em lua de mel com o novo treinador, Ange Postecoglou. É difícil apontar um problema no Tottenham nos primeiros meses de 2023/24. O que dá para dizer é que o time ainda sofre a carência de um centroavante eficaz depois da saída de Harry Kane para o Bayern.

Segundo a plataforma de estatísticas Fotmob, os Spurs são líderes em chutes a gol por jogo (7) e o segundo time que mais criou oportunidades (22). Mesmo assim, marcou 18 gols — menos que Aston Villa, Newcastle e Brighton. A má fase de Richarlison e a lesão de Brennan Johnson certamente atrapalham.

Richarlison deixou o Tottenham no intervalo (Foto: Icon Sport)
Richarlison deixou o Tottenham no intervalo (Foto: Icon Sport)

Arsenal

Os Gunners começaram a temporada com o objetivo de voltar a brigar pelo título depois do surpreendente vice-campeonato em 2022/23. Para isso, a ideia foi manter a base do time e reforçar o elenco em todos os setores para suportar o longo ano.

Mas, assim como no momento decisivo da temporada passada, as lesões têm atrapalhado os planos de Mikel Arteta. Bukayo Saka e Gabriel Martinelli, os dois pontas titularíssimos do time, foram afetados por problemas físicos. Antes, Jurrien Timber, que chegou para ser referência na defesa, se machucou gravemente. Além deles, Kai Havertz chegou com a moral de principal contratação ofensiva e ainda não rendeu.

Manchester City

Outro forte candidato ao título que tem enfrentado problemas com lesões no início da temporada. Notadamente, o Manchester City perdeu Kevin De Bruyne antes de começar a Premier League e, mais recentemente, viu Rodri se tornar desfalque por três partidas devido a um cartão vermelho direto. Não foi à toa que, sem os dois pilares do meio-campo, a equipe tenha perdido dois jogos seguidos na liga pela primeira vez desde 2018 — para Wolverhampton e Arsenal.

Os problemas de Pep Guardiola se estendem ao outro grande destaque do time, o centroavante Erling Haaland. Acostumado a esmagar recordes de artilharia da liga, o camisa 9 marcou apenas dois gols no último mês — um contra o West Ham e outro diante do Forest. Ele é o líder de chances perdidas na liga (9).

Manchester City busca reposição, após perder De Bruyne por lesão | Fotos: Icon Sport

Liverpool

Assim como na temporada passada, quando levou 47 gols em 38 jogos, o Liverpool tem se mostrado bastante frágil defensivamente. Mac Allister tem atuado como primeiro volante, que não é sua melhor posição, e defensores como Van Dijk, Gomez, Matip e Konaté ainda não se recuperaram. Tanto que o exposto Alisson segue precisando operar milagres mesmo nos jogos mais tranquilos.

A arbitragem também precisa ser citada como um empecilho para a campanha dos Reds. O time viu Mac Allister ser expulso injustamente — o cartão vermelho foi inclusive retirado pela Premier League — e um gol legal de Luis Diaz anulado com a chancela do VAR, entre outros lances que geraram muita reclamação de Jürgen Klopp.

Newcastle

Era sabido que o Newcastle poderia ter problemas de elenco com a volta às competições europeias depois de 20 anos. E é exatamente o que vem acontecendo. Os Magpies conseguiram uma exibição histórica contra o PSG pela Champions League, mas às custas de um início atribulado na Premier League, com performances ruins contra outros times tradicionais.

O calendário também cobra seu preço no elenco. O time sofreu com lesões importantes nas primeiras semanas, que acometeram Joelinton, Harvey Barnes, Botman e Willock.

Joelinton em jogo do Newcastle
Joelinton em jogo do Newcastle. (Crédito: IconSport)

Manchester United

Aqui a lista é grande. A começar pelo fato das principais contratações ainda não terem se encaixado no time titular. Mason Mount sofre com problemas físicos, Casemiro cometeu falhas, Rashford está em baixa e Amrabat não começou bem. Mesmo André Onana, contratado para ser absoluto no gol, tem falhado em boa parte dos jogos dos Red Devils.

Não bastasse os problemas dentro de campo, o extracampo também é muito conturbado em Old Trafford. Depois da novela Greenwood, o clube ainda teve Antony acusado de violência doméstica e uma briga exposta entre o treinador Erik Ten Hag e o atacante Jadon Sancho.

Onana Ten Hag Manchester United
Fotos: Icon Sport

Chelsea

O pior colocado da tabela entre o Big 7 é mais um que vem sofrendo com lesões, mesmo num calendário bem menos sobrecarregado que os principais rivais. A lista atual de desfalques conta com Christopher Nkunku, Wesley Fofana, Trevoh Chalobah, Reece James, Benoit Badiashile, Romeo Lavia e Ben Chilwell. Não é exagero pensar que todos poderiam estar ajudando o time titular, que soma apenas três vitórias em oito jogos.

Os desfalques ficam ainda mais pesados no contexto em que Mauricio Pochettino está começando seu projeto no Chelsea. O entrosamento, que já seria complicado com todos 100%, se torna uma missão ainda mais difícil com tantos desfalques. Mesmo os caros e badalados reforços saudáveis, como Moises Caicedo e Nicolas Jackson, tampouco embalaram uma boa sequência.

Tabela da Premier League

Diogo Magri
Diogo Magri

Jornalista nascido em Campinas, morador de São Paulo e formado pela ECA-USP. Subcoordenador da PL Brasil desde 2023. Cobri Copa América, Copa do Mundo e Olimpíadas no EL PAÍS, eleições nacionais na Revista Veja e fui editor de conteúdo nas redes sociais do Futebol Globo CBN.

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