Os clubes da Premier League estão enfrentando um mesmo problema: o departamento médico cheio. Vários times lidam com uma longa lista de jogadores lesionados e o alerta está ligado para a sequência intensa de jogos entre o Natal e o Ano Novo.
Antes da parada para a Data Fifa de novembro, foram registrados 103 atletas contundidos dos 20 clubes da Premier League, segundo levantamento do site “Mirror”.
Três clubes lideram a lista, com nove atletas no departamento médico: Manchester United, Newcastle e Sheffield United. Apenas o West Ham não registrou jogador contundido.
Dos mais de 100 casos, 31 apresentaram problemas na coxa, como Casemiro, que não deve retornar antes de janeiro de 2024. Outros 20 ficaram afastados dos gramados por conta de lesões no joelho. O brasileiro Rodrigo Muniz, do Fulham, é um deles.
O recorte usado pela PL Brasil foi o de jogadores lesionados no momento da pausa para a Data-Fifa. Porém, durante as partidas disputadas com suas seleções, ainda tivemos novos casos, como os de Haaland, Son, Onana, dentre outros.
Em entrevista à BBC Sport, o analista de dados Ben Dinnery, fundador do site “Premier Injuries”, que contabiliza contusões, registrou 196 lesões na Premier League nos três primeiros meses de 2023/24. Isso representa um aumento de 15% em comparação com as últimas quatro temporadas.
A bronca de técnicos e jogadores com o calendário apertado não é nova. Em setembro, o técnico do Manchester United, Erik Ten Hag, lamentou a longa lista de desfalques por lesão e voltou a criticar o cronograma dos jogos.
— Cada vez que o calendário aumenta, a carga dos jogadores é muito grande. É uma sobrecarga muito grande. Muitos colegas meus apontaram isso e eu também apontei. Mas continua. Continuamos ampliando o calendário. Os jogadores não conseguem mais lidar com esta sobrecarga e é isso que se vê neste elenco neste momento — afirmou Ten Hag, em entrevista coletiva concedida em setembro.
Mudanças no calendário e em acréscimos preocupam
O futebol mundial vai passar por mudanças profundas de calendário nos próximos anos. A Champions League, o Mundial de Clubes e a Copa do Mundo (e suas Eliminatórias) vão mudar de formato e aumentar o número de datas. Com isso, cresce a preocupação da classe médica envolvida com o futebol com o desgaste físico dos atletas.
O técnico do Manchester City, Pep Guardiola, acredita que a união de atletas pode fazer a diferença.
— Só existe uma solução para mudar alguma coisa: os jogadores decidirem por si mesmos [dizer] ‘pare, temos que mudar alguma coisa’. E depois, Fifa e Uefa talvez reajam um pouco — relatou Pep, em coletiva.
Para além do calendário em si, depois da última Copa do Mundo, a arbitragem foi orientada pela Fifa a ser mais realistas ao aplicar os acréscimos nos jogos, tentando ser o mais próximo possível do tempo que a partida ficar paralisada. A ideia é incentivar que os jogadores não pratiquem a famosa “cera” e diminuam o número de faltas.
Na terceira rodada da PL, Andreas Pereira deu uma entrevista à “ESPN”, na zona mista após o jogo, dizendo que essa mudança pode acabar elevando as paralisações por faltas e cartões. Ele também expressou sua preocupação sobre o aumento de lesões por causa dos jogos mais longos.
— Para a gente está sendo muito difícil. Desde que me conheço por gente, a gente joga de uma forma e esse ano eles querem trocar dessa forma. E você vê, esse jogos têm muito cartão vermelho e a gente está jogando muito mais minutos. Então, acho que você vai ver esse ano muito mais lesões de jogadores, infelizmente. E não está protegendo os jogadores, eu acho — opinou Andreas.
