FA abre inquérito contra nome importante da Premier League investigado por crimes sexuais

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A Federação Inglesa de Futebol (FA) abriu um inquérito contra uma figura importante da Premier League, que já foi investigada pela polícia por uma série de crimes sexuais.

Quem trouxe a informação foi o site britânico “The Athletic”, que reporta ainda que o homem em questão é um nome bem conhecido na Premier League, mas que não pode ser identificado por conta das leis de privacidade do Reino Unido que lhe garantem o anonimato. Ele nega qualquer irregularidade.

Pelo menos três mulheres o denunciaram à polícia ao longo de vários anos, fazendo alegações de crimes sexuais. Todos os casos foram arquivados.

Este ano, o Crown Prosecution Service (CPS) — órgão que conduz a principal ação penal criminal em Inglaterra e País de Gales — decidiu que não havia evidências suficientes para processá-lo em dois casos. No entanto, a FA continua preocupada e começa sua própria investigação para determinar o risco que o indivíduo pode representar para crianças e/ou adultos do meio futebolístico.

A equipe da FA começou a montar um dossiê esta semana para determinar o que o órgão regulador do esporte fará a seguir.

O homem conhecido da Premier League compareceu voluntariamente a uma delegacia de polícia em 12 de junho, acompanhado por um advogado, para responder às alegações de uma das mulheres mencionadas acima, de que ele havia cometido um estupro não recente. Ele foi entrevistado sob cautela, mas não foi preso.

Lei favorece figura conhecida da Premier League

Fair Play Financeiro é uma das regras da Premier League
Bandeira com a logo da Premier League (Foto: Icon Sport)

Uma das três mulheres que denunciaram a “figura popular” da Premier League entrou em contato com a polícia no final de 2021, alegando que foi estuprada na casa do homem quando tinha 15 anos. Sua queixa foi encaminhada a uma unidade policial especializada para investigar crimes sexuais contra menores de 16 anos.

No entanto, a polícia não pode prosseguir com o caso por conta de uma lei chamada “Sexual Offenses Act”, de 1956.

A legislação afirma que se o suposto crime ocorreu entre 1956 e 2004, e a suposta vítima era uma menina de 13 a 15 anos, ela teria que fazer a queixa dentro de um ano ou o caso não poderia prosseguir. Assim, nenhuma ação foi tomada, o homem não foi preso e o caso foi arquivado.

Esse limite de tempo, que não se aplicava a meninos, foi abandonado quando a Lei de Ofensas Sexuais entrou em vigor em maio de 2004 no Reino Unido.

Romulo Giacomin
Romulo Giacomin

Formado em Jornalismo na UFOP, passou por Mais Minas, Esporte News Mundo e Estado de Minas. Atualmente, escreve para a Premier League Brasil.