A Premier League se prepara para entrar em uma nova fase com um acordo financeiro fechado com os clubes nesta terça-feira (8). Mesmo com a discordância do grupo chamado “Big Six”, que compreende os seis maiores clubes da Inglaterra, o acordo será posto em prática. Mas não será fácil, pois há muitos desafios pela frente para finalizar a implementação do New Deal for Football.
Premier League propõe mudanças na divisão das receitas
A Premier League propôs, nos últimos meses, mudanças na divisão das receitas do campeonato entre os clubes. Após a votação, os seis grandes clubes (Arsenal, Chelsea, Liverpool, Manchester City, Manchester United e Tottenham) discordaram por ter que abrir mão de valores e ter seus poderes limitados. Já os 14 times restantes concordaram, e venceu a maioria.
A grande mudança do chamado “New Deal for Football” (em alusão ao New Deal da quebra da bolsa de Nova Iorque em 1930) passa por adotar uma espécie de fair play financeiro. Atualmente, os times da Premier League pode usar as receitas de campeonato totalmente para transferências e salários de atletas. Mas isso vai mudar nos próximos anos.
O novo acordo é inspirado no fair play financeiro da UEFA, que impõe os clubes a usarem 70% das suas receitas com competições em salário de jogadores ou transferências. Para aceitação dos “Big Six” e evitar uma nova “Superliga Europeia”, a Premier League propôs uma porcentagem um pouco maior. O percentual restante deve ser investido obrigatoriamente em infraestrutura.
As negociações não pararam por aí. Com o canal aberto com as autoridades do futebol inglês, os clubes pleiteiam também situações no sistema de disputa da Premier League. A principal sugestão dos times é junto a EFL, para que aqueles que jogam competições da UEFA não precisem jogar a Copa da Liga Inglesa. Isso seria um grande respiro no calendário caótico do esporte na Inglaterra.
Desafios para implementação do modelo
Stephen Taylor Heath, chefe de direito esportivo da JMW Solicitors, conversou com o Telegraph sobre o assunto e expressou a complexidade dessas mudanças na Premier League. Conforme explica o especialista, clubes possuem acordos contratuais a longo prazo que precisam ser cumpridos. E algumas dessas novas regras podem chocar com cláusulas dos contratos comerciais.
“O momento é vital com quaisquer mudanças nos regulamentos financeiros, pois os clubes têm compromissos financeiros de longo prazo e podem não ter incorporado nos contratos acordados a capacidade de variá-los como consequência de uma mudança regulatória”.
Rumores teriam ligado o “New Deal for Football” à surpreendente notícia de que John Henry quer vender o Liverpool. Muitas coisas podem mudar nas próximas temporadas da Premier League.
