O presidente-executivo da Premier League, Richard Masters, está despreocupado com o aumento da influência da Arábia Saudita no futebol mundial. Com um investimento enorme, a Saudi Pro League conseguiu tirar Rúben Neves, N’Golo Kanté, Édouard Mendy, Kalidou Koulibaly e Roberto Firmino da liga inglesa e ainda pretende levar Jordan Henderson e Fabinho no mercado da bola.
Apesar de tanta grana e do fato de que jogadores no auge de suas carreiras estão sendo tentados a se mudar para a Arábia Saudita, Masters não está “muito preocupado no momento”.
— Algo novo está obviamente acontecendo. A Saudi Pro League declarou que quer ser uma das 10 melhores ligas até 2030. Eles estão investindo em jogadores e gerentes para tentar aumentar o perfil da liga e dos clubes. Levamos 30 anos para chegar à posição que temos em termos de perfil, competitividade e fluxos de receita que temos. Não ficaria muito preocupado no momento, mas, obviamente, os clubes da Arábia Saudita têm tanto direito de comprar jogadores quanto qualquer outra liga — afirmou o presidente da Premier League à “BBC Sport”.
Masters também destacou o crescimento contínuo da própria Premier League, elogiando o sucesso do torneio de pré-temporada, Premier League Summer Series, que tem Aston Villa, Brentford, Brighton, Chelsea, Fulham e Newcastle jogando nos Estados Unidos.
— Tivemos 105 mil torcedores em dois dias. 18 gols. Tem corrido muito, muito bem até agora. Quando nossa parceria começou com NBC (emissora norte-americana) há 10 anos, parecia um nicho de interesse, mas agora parece muito mais popular. A Premier League passou 30 anos construindo sua posição no mercado. Temos uma competição fantástica que fala por si. Parece que estamos causando um impacto não apenas em escala nacional, mas também em escala internacional — finalizou.

Influência saudita na Premier League
A influência saudita na Premier League começou quando o Fundo de Investimento Público (PIF) da Arábia Saudita comprou o Newcastle em outubro de 2021. Na ocasião, a Premier League aprovou a aquisição depois de receber “garantias juridicamente vinculativas” de que o estado não administraria o clube. Desde então, o país continuou a investir pesado no esporte, começando com a contratação bombástica de Cristiano Ronaldo para o Al-Nassr em janeiro, que provocou algumas mudanças importantes no mercado de transferências.
O PIF adquiriu participação majoritária de quatro clubes da Saudi Pro League — Al-Nassr, Al-Hilal, Al-Ahli e Al-Ittihad — depois que o modelo de propriedade da liga foi alterado. Há também um novo programa do Centro de Excelência de Aquisição de Jogadores (PACE), liderado pelo ex-presidente do Chelsea, Michael Emenalo, que o CEO interino da liga, Saad Allazeez, descreveu como “uma ferramenta para garantir que os melhores talentos cheguem à Arábia Saudita”.

Uma quantidade enorme de dinheiro foi gastada por clubes sauditas para contratar os melhores talentos para a liga, incluindo Karim Benzema e Sergej Milinkovic-Savic, além das estrelas da Premier League. O Al-Hilal também fez uma oferta recorde por Kylian Mbappé no valor impressionante de 300 milhões de euros (R$ 1,57 bilhão), enquanto o capitão do Liverpool, Jordan Henderson, deve ganhar um salário de 700 mil libras (R$ 4,2 milhões) por semana para jogar no Al-Ettifaq.
Vale ressaltar que o mesmo Al-Hilal que tenta contratar Mbappé em uma transferência recorde ofereceu R$ 1 bilhão para Lionel Messi, que preferiu seguir para o Inter Miami por conta de sua família.
Outros dois que jogaram pelo Paris Saint-Germain na última temporada e que estão na mira do futebol saudita são Neymar e Sergio Ramos. O brasileiro, no entanto, já declarou que quer permanecer no clube francês mesmo diante de tanta turbulência vivida em 2022-23, com frustração na Champions League, lesão e protestos da torcida parisiense