Premier League: 6 clubes quebram novas regras sobre patrocínio de casas de aposta

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Seis clubes da Premier League foram acusados de infringir normas que protegem os torcedores de prejuízos por apostas.

Em julho, Premier League, English Football League (EFL), Federação Inglesa (FA) e Woman’s Super League concordaram com restrições mais rígidas sobre o uso do patrocínio de casas de apostas.

A partir da metade de 2026, será proibido estampar logo de casas de apostas na frente da camisa na Premier League. O que significa que Aston Villa, Bournemouth, Brentford, Crystal Palace, Everton, Fulham, Leicester, Nottingham Forest, Southampton, West Ham e Wolverhampton terão mudanças em seus uniformes.

Embora a nova regra entre em vigor apenas em 2026, os clubes deveriam desde já retirar patrocinadores de jogos de azar nos uniformes infantis e disponibilizar versões do uniforme sem o patrocínio para adultos nas lojas.

Apesar de a regra dos kits infantis estar sendo seguida, seis clubes não oferecem atualmente uniformes adultos que venham sem patrocinadores de casas esportivas. São eles:

  • Aston Villa (Betano)
  • Brentford (Hollywood Bets)
  • Everton (Stake.com)
  • Fulham (SBOTOP)
  • Nottingham Forest (Kaiyun)
  • Southampton (Rollbit)

— Esta é mais uma evidência de que não se pode confiar no futebol em apostas – é hora do governo acabar com esse absurdo — comentou a “The Big Step”, um grupo que faz campanha pelo fim do patrocínio de apostas no futebol.

“Burlando” a lei

Murillo Nottingham Forest
Murillo em ação pelo Nottingham Forest (Foto: Imago)

Além de lucrar com patrocínios de apostas, os clubes foram criticados por não serem claros quanto à natureza real dos negócios de seus patrocinadores.

O patrocinador do Nottingham Forest, Kaiyun, que não tem um site no Reino Unido, é uma empresa de apostas, mas o comunicado do clube à imprensa sobre a chegada do patrocínio, lançado em agosto de 2023, não mencionou os jogos de azar.

De acordo com o jornal britânico “Mirror”, a Kaiyun está patrocinando o Nottingham Forest para que ela possa apelar diretamente ao mercado de apostas na China, onde apostar é ilegal.

Isso porque, em parceria com a empresa britânica TGP Europe Limited, sediada na Ilha de Man, a Kaiyun pode usar legalmente um acordo de “marca branca” com uma empresa do Reino Unido que sua marca chegue a milhões de pessoas.

Além disso, o Southampton se referiu ao Rollbit — cassino de criptomoedas e NFT — como “inovador no mundo dos jogos online ” em seu próprio lançamento neste meio do ano, como uma forma de remediar uma possível reação negativa dos torcedores, segundo a análise do jornal.

Precaução da Premier League com apostas

Kudus e Paquetá em campo pelo West Ham.
Mohammed Kudus e Lucas Paquetá em campo pelo West Ham (Foto: Icon Sport)

De acordo com a imprensa inglesa, estima-se que as empresas de apostas paguem cerca do dobro do que outras oferecem para patrocinar clubes da Premier League.

A Premier League disse em julho que quer “garantir que os patrocínios de jogos de azar sejam entregues de forma socialmente responsável, sendo projetados para limitar o alcance a crianças e aqueles em risco de danos relacionados a jogos de azar”.

Ela também observou que foi a primeira liga esportiva do Reino Unido a concordar voluntariamente em se livrar do patrocínio de jogos de azar.

Romulo Giacomin
Romulo Giacomin

Formado em Jornalismo na UFOP, passou por Mais Minas, Esporte News Mundo e Estado de Minas. Atualmente, escreve para a Premier League Brasil.