A Inglaterra revelou seu apoio a candidatura polêmica da Arábia Saudita para sediar a Copa do Mundo de 2034. Agora, revelou os motivos para isso.
A Federação Inglesa de Futebol (FA) se opôs a candidatura do Catar em 2022 por conta das preocupações com os direitos humanos, o que gerou confusão e acusações de hipocrisia com a atual atitude.
Inglaterra apoia candidatura polêmica da Arábia Saudita
O Estado do Oriente Médio sediará a principal competição de futebol do mundo em 2034 e foi o único país a se candidatar. Espera-se que o torneio seja realizado no inverno, como a edição de 2022, por questões climáticas.
No entanto, assim como no Catar, a sede da Copa gerou dúvidas sobre ser um país criticado por conta de questões ligadas aos direitos humanos — principalmente a direitos de mulheres e LGBT+.
Explicando seu apoio, a FA revelou que obteve o compromisso dos chefes da candidatura saudita de que os fãs LGBT+ seriam “seguros e bem-vindos”.
A nota da Federação Inglesa de Futebol
“Após uma cuidadosa revisão de ambas as propostas, apoiamos as duas candidaturas à Copa do Mundo – da Espanha/Portugal/Marrocos em 2030 e da Arábia Saudita em 2034.
Ambas as propostas são tecnicamente fortes e atendem aos critérios da Fifa para sediar a Copa do Mundo Masculina. Nosso foco está em garantir que todos os nossos torcedores possam assistir e aproveitar os torneios. O Conselho da FA encontrou-se com a Federação Saudita de Futebol no mês passado para discutir sua candidatura em mais detalhes.
Pedimos que se comprometessem a garantir que todos os torcedores estivessem seguros e bem-vindos na Arábia Saudita em 2034, incluindo os torcedores LGBTQ+. Eles nos asseguraram que estão totalmente comprometidos em fornecer um ambiente seguro e acolhedor para todos os torcedores. O futebol é um jogo global e é para todos.
Nosso compromisso com a diversidade e inclusão significa ser respeitoso com todos, incluindo todas as religiões e culturas. Também acreditamos que sediar Copas do Mundo pode ser um catalisador para a mudança positiva, que é melhor entregue trabalhando em parceria com as nações anfitriãs. Trabalharemos com a Fifa e a Uefa para garantir que os compromissos com o respeito a todos os direitos humanos sejam cumpridos.”
As polêmicas na Arábia Saudita
A Arábia Saudita tem um histórico polêmico em relação aos direitos LGBT+. As relações homossexuais são ilegais no país e as punições são severas. Elas incluem pena de morte, prisão perpétua, chicotadas, multas e deportação.
A Anistia Internacional divulgou um relatório condenatório sobre a candidatura saudita para a Copa do Mundo. O documento indica que ela deveria ser imediatamente suspensa para evitar abusos e mortes.
Stephen Cockburn, vice-diretor da organização, acusou a Fifa de saber da probabilidade de trabalhadores morram se entregarem a Copa do Mundo à Arábia Saudita “sem colocar as devidas proteções em vigor”.
— Eles nunca poderão dizer que não foram avisados, nunca poderão dizer que não tiveram chance de evitá-lo. À medida que as demandas por justiça e responsabilização inevitavelmente crescem, talvez um dia esse fato se torne importante — disse Cockburn.