“Por que eu virei torcedora… do Arsenal”

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Acho que é um movimento cada vez mais normal torcer para times europeus e que se tornará ainda mais frequente ao longo dos anos. Antigamente era mais difícil acompanhar os times europeus, já hoje você consegue assistir os principais campeonatos pela internet por exemplo.

O acesso ficou muito mais fácil e isso possibilita conhecer novos times e acabar tornando-se torcedor de algum. Além disso, tem o fato de que muitos campeonatos possuem um nível maior e melhor e mais competitivo, o que chama a atenção para assistir.

Um jogador muito conhecido e renomado não só do Arsenal, mas de todo o futebol foi o
responsável por eu conhecer o time londrino e acabar virando uma torcedora apaixonada em meados de 2014. Para contar como tudo iniciou, preciso relembrar alguns momentos da minha infância.

Meu nome é Juliana e sou torcedora do Arsenal desde 2014. Antes de começar a nutrir
esse amor pelo clube, desde criança gostava de acompanhar os jogos de futebol apesar de
não torcer para nenhum time. Era muito comum parar na frente da televisão aos finais de
semana e assistir jogos do Brasileirão.

Na minha família, minha mãe nunca foi muito fã do esporte, já a minha avó era flamenguista fanática e meu avô – que não cheguei a conhecer – era Fluminense e os dois viviam em “pé de guerra” quando tinha clássico.

Sem dúvidas, a influência do futebol na minha vida veio dos dois, mas diferentemente deles, nenhum time tinha me chamado a atenção até aquele momento. Com o passar dos anos, fui crescendo e continuei assistindo o esporte, porém além dos times brasileiros, me aventurei nos campeonatos europeus, mais precisamente a Champions League.

Jamie McDonald/Getty Images

A primeira Copa do Mundo que acompanhei fielmente foi a de 2010 na África do Sul, onde uma seleção em específico acabou me conquistando: a alemã e um jogador que sempre que aparecia meus olhos brilhavam: Mesut Özil.

Após a Copa de 2010, o futebol ficou mais presente no meu dia-a-dia e cada vez mais estava encantada e interessada pelo futebol europeu, porém ainda estava sem um time.

Só que tudo mudou após a Copa do Mundo de 2014, na qual a Alemanha foi campeã e Mesut Özil estava lá, fazendo parte do elenco.

Decidi que agora iria seguir os passos do jogador e acompanhá-lo fora de sua seleção. Ao pesquisar o clube em que atualmente estava, descobri o Arsenal. Aí logo pensei: por que não? A partir daí, comecei um caminho sem volta!

A minha avó me deu todo o apoio e gostou muito. Inclusive, ela chegava a assistir alguns jogos comigo e também tinha um carinho pelo Özil. Já com meus amigos, grande parte deles ficaram bastante surpresos e não esperavam que fosse virar torcedora do Arsenal. Alguns acham bonito esse sentimento e apoiam. Já outros não entendem como não tenho um time brasileiro e como consigo torcer para um clube europeu tão “distante”.

Lembro até hoje do primeiro jogo que assisti do Arsenal. Era início da temporada 2014/2015 da Premier League, num sábado de manhã. Por alguns momentos pensei: o que estou fazendo? Mas para falar a verdade, foi a melhor decisão que pude tomar na minha vida.

Comecei a assistir aos jogos apenas para acompanhar Özil, porém resolvi ler um pouco mais sobre a história do clube e títulos.

A cada partida que passava, percebia que estava criando um laço com outros jogadores e nutrindo um sentimento que até então pra mim era novo. Cazorla, Rosicky, Ramsey… esses três acabaram me conquistando de uma forma surreal assim como o restante do elenco e quando fui ver, já estava assistindo todos os jogos da PL e gritando na frente da TV, comemorando ou chorando. Eu tinha me tornado uma gooner.

Através do Arsenal vivi momentos únicos. Uma das lembranças que mais me recordo foi o título da FA Cup 2014/2015, o primeiro que acompanhei como torcedora. Mas sem dúvidas o momento mais marcante e inesquecível foi em março de 2018, quando tive a
oportunidade de conhecer o Emirates Stadium.

Sempre tive o sonho de visitar o estádio, porém parecia algo cada vez mais distante e impossível de realizar. Em janeiro do mesmo ano, fui para o País de Gales fazer um intercâmbio e ao terminar, decidi passar uma semana em Londres para conhecer a cidade. Aproveitando a viagem, realizei o tour do Emirates onde passei a manhã inteira curtindo cada espaço do meu estádio londrino favorito.

Foi uma emoção indescritível e a certeza do quanto eu pertencia ao clube e àquele lugar, no qual apelidei de “segunda casa”. Conversei com vários guias durante o passeio, tirei muitas fotos e curti ao máximo aquele momento. Infelizmente, na semana que fui, era data Fifa e não pude ir a um jogo, porém ter tido a chance de conhecer o estádio não teve preço. Agora o objetivo é voltar, mas para assistir uma partida.

Ao virar torcedora do Arsenal, conheci pessoas incríveis e fiz novas amizades, principalmente no Twitter. Não poderia deixar de citar o Arsenal Sampa, uma torcida dedicada ao clube que tem o costume de fazer encontros em jogos importantes no O’Malleys em São Paulo.

É muito interessante encontrar outros torcedores apaixonados e que também compartilham
esse mesmo sentimento. Apesar de preferir assistir aos jogos em casa, já tive a oportunidade de ir duas vezes nos encontros e foi muito especial.

Acredito que uma hora ou outra, ia acabar conhecendo o Arsenal. Özil foi apenas o “pontapé” para começar a acompanhar o time. O clube acabou tornando-se parte do meu dia-a-dia; meus fins de semana não são os mesmos sem os jogos e tenho esperança de dias melhores para o time no futuro. Apesar de tudo, continuarei acreditando pois once a gooner, always a gooner.

por Juliana Yamamoto

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