Pochettino opina sobre polêmicas do VAR: ‘Confio no carro, não no motorista’

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As polêmicas do VAR no futebol inglês deram o que falar ao longo dessa semana. Depois de Jürgen Klopp, Ange Postecoglou, Mikel Arteta e Pep Guardiola, chegou a vez de Mauricio Pochettino dar sua opinião sobre a arbitragem da Premier League, após o gol incorretamente anulado em Tottenham x Liverpool na sexta rodada.

Na entrevista coletiva anterior ao jogo entre Burnley e Chelsea, o técnico dos Blues também foi questionado sobre os problemas da ferramenta. Ao dar a resposta, o treinador usou uma metáfora curiosa.

“São duas coisas diferentes. Confio no VAR. Confio no carro, mas não no motorista. Esse é o problema“.

Mauricio Pochettino, em entrevista coletiva

‘Erros humanos podem acontecer’: técnico do Chelsea opina sobre polêmicas do VAR

Ao ser perguntando sobre sua confiança no árbitro de vídeo, Pochettino disse que é uma boa ferramenta e que entende a necessidade de a análise de impedimentos “demorar”, mas que é importante também discutir se o árbitro em campo deve “ter a última palavra”.

— Fui muito crítico desde o início, há muitos anos. Acho que é uma boa decisão usar a tecnologia de saber se (um jogador) está do outro lado da linha para validar o gol, e se também estiver impedido, é importante demorar. Depois podemos discutir e discutir se o árbitro precisa estar mais envolvido, para ter a última palavra. É muito complicado falar sobre isso porque não consigo entender toda a situação, o que você perguntou sobre o VAR hoje. É realmente muito complicado porque se voltarmos (ao que era antes) todos sofreremos.

Pochettino reforçou que as pessoas erram, apesar de isso ser mais difícil quando você tem o auxílio da tecnologia. Mas, na visão dele, o importante nesse momento é simplificar a situação e dar poder ao árbitro de campo.

— Erros humanos podem acontecer. Quando o árbitro comete alguns erros todos podemos aceitar porque isso pode acontecer. Mas quando se usa tecnologia é difícil reclamar. Mas podemos entender que as pessoas cometem erros. Não é fácil. Posso entender todas as pessoas que conversaram e estiveram envolvidas nos últimos dias.

Além disso, o treinador frisou que algumas situações que ocorrem no gramado se tornam diferentes ao serem vistas e revistas no VAR. Um lance que não foi identificado como faltoso no momento em que acontece pode ser lido como uma falta grave ao ser reanalisado pelo árbitro de vídeo em câmera lenta, por exemplo.

— Para mim, trata-se de simplificar a situação. Depois de muitos anos, o mais importante é dar mais poder ao árbitro, aceitar quando é falta, porque ao vivo, às vezes, a percepção é diferente. E confiar na decisão do árbitro. É intrigante quando você vê a ação do VAR e algumas situações ficam ‘maiores’. Todas as pessoas que jogaram futebol sabem que às vezes não é o que se vê na imagem. O impedimento e a linha do gol são itens a serem mantidos. São os únicos dois a se manter.

— No momento, não estamos satisfeitos com o VAR, não estamos satisfeitos com as pessoas que administram o VAR, mas durante toda a temporada não estamos satisfeitos com o árbitro. Isso é um problema. Precisamos pensar um pouquinho no futuro, não? Talvez um passo atrás para tornar as coisas mais fáceis e claras.

Maria Tereza Santos
Maria Tereza Santos

Jornalista pela PUC-SP. Na PL Brasil, escrevo sobre futebol inglês masculino E feminino, filmes, saúde e outras aleatoriedades. Também gravo vídeos pras redes e escolhi o lado azul de Merseyside. Antes, fui editora na ESPN e repórter na Veja Saúde, Folha de S.Paulo e Superesportes.