Brasileiro ex-Arsenal pode voltar a jogar na Inglaterra

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O ano era 2008 quando os fãs da Premier League foram assombrados com a triste e assustadora cena de uma das piores lesões da história do futebol. O brasileiro naturalizado croata Eduardo da Silva atuava pelo Arsenal na 27ª rodada da Premier League 2007/08, contra o Birmigham, quando sofreu uma entrada na perna esquerda que chegou a deixar um osso exposto.

Dezesseis anos depois, já recuperado da lesão — e da cena traumatizante — e com as chuteiras penduradas, Eduardo deu uma entrevista ao jornal inglês “The Sun”, na qual revelou que pode abandonar a aposentadoria e voltar a jogar no futebol inglês.

Ex-Arsenal, Eduardo pode voltar ao futebol inglês

Aposentado desde 2019, Eduardo encerrou sua carreira longe da Inglaterra, no Légia Varsóvia, da Polônia. Hoje, ele é dono de uma agência de futebol no Rio de Janeiro e atua como cônsul honorário da Croácia. Além disso, ele é um dos investidores do Gillingham Town, clube amador da 14ª divisão inglesa.

— Adoro tudo o que a Inglaterra me deu e sempre quis apoiar um clube de base por causa da minha formação. Sou um exemplo vivo da importância do futebol de base.

Apesar de não ter feito carreira em grandes clubes do Brasil, Eduardo dependeu de sua atuação em peneiras durante a infância e adolescência para iniciar a carreira como profissional na Croácia, no Dinamo Zagreb. Antes da mudança para a Europa, ele cresceu em uma comunidade do Rio, sendo criado pela mãe e pela avó.

— Em cada comunidade existem joias escondidas como eu e é por isso que fiquei muito feliz por me tornar embaixador de Gillingham Town e ajudá-los a recrutar patrocinadores.

Na matéria, o “The Sun” relata que Eduardo conversa regularmente sobre táticas com os treinadores do clube e que ele está confiante de que são capazes de “levar o Town adiante”. Junto com o investimento financeiro, Eduardo revelou que agora há a possibilidade de assinar com a equipe e entrar em campo também.

— Nós até conversamos sobre eu me inscrever para jogar na liga. Quero jogar porque, mesmo aposentado, ainda jogo futebol com meus amigos no Brasil.

Eu amo o Arsenal, mas…

Apesar de ter marcado 20 gols em 67 jogos com a camisa do Arsenal, Eduardo acabou ficando marcado na história do clube pela lesão que o deixou fora dos gramados por uns bons meses.

Na entrevista, ele conta que teve a sorte de ser operado por um cirurgião experiente que já tinha tratado vítimas de guerra. Mesmo ainda jogando por quase dez anos após a recuperação, Eduardo diz que sua carreira sofreu um impacto negativo com o incidente.

— Como a lesão parecia grave, as pessoas pensavam que algo ainda devia estar errado, como quando você compra um carro que foi consertado após um acidente. Se eu perdesse uma chance ou uma dividida, as pessoas falavam: ‘Ah, ele não é mais o mesmo'. Sempre havia aquele ponto de interrogação de todos os outros. Assim como um carro danificado, você não sabe se vai quebrar ou não.

Ele atribuiu a isso o fato de não ter tido tanta minutagem nos Gunners após seu retorno. Apesar de sentir carinho pelo clube, o ex-atacante disse ter feito o que era melhor para ele “no longo prazo”. Por isso, sua passagem no Emirates terminou em 2010.

— Quando voltei, não estava tendo minutos suficientes no Arsenal. Eu amo o clube e talvez pudesse ter feito uma carreira mais longa lá, mas tinha 26 anos e precisava ver o que era melhor para mim no longo prazo.

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A lesão sofrida por Eduardo em 2008 é considerada uma das piores da história (Foto: Icon sport)
Maria Tereza Santos
Maria Tereza Santos

Jornalista pela PUC-SP. Na PL Brasil, escrevo sobre futebol inglês masculino E feminino, filmes, saúde e outras aleatoriedades. Também gravo vídeos pras redes e escolhi o lado azul de Merseyside. Antes, fui editora na ESPN e repórter na Veja Saúde, Folha de S.Paulo e Superesportes.