Liverpool: 10 piores contratações na era Premier League

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Muitos grandes nomes passaram por Anfield nos últimos anos. Outros podem muito bem ser esquecidos. Assim, a PL Brasil listou as piores contratações do Liverpool.

O principal critério utilizado para formar a lista final foi o de decepção pelo desempenho do jogador em relação ao seu custo de contratação ou a expectativa técnica gerada por ele.

Mas há também, na lista, exemplos de escolhas questionáveis dos treinadores e de atletas que, apesar de não terem custado muito ou gerado grandes expectativas, jogaram partidas o suficiente para irritar demais os torcedores.

Essas listas sempre geram polêmicas e debates. Por isso sinta-se livre para colocar nos comentários suas opiniões sobre atletas que não deveriam estar aqui, ou que deveriam estar, mas ficaram de fora.

As 10 piores contratações do Liverpool na era Premier League

Sean Dundee

Pouca gente se lembra de Sean Dundee, contratado em 1998 do clube alemão Karlsruher, por 1,8 milhão de libras.

De fato, o atacante jogou muito pouco pelo Liverpool (apenas cinco partidas pela Premier League), sem ter marcado um gol sequer.

O que chama atenção à passagem de Dundee pelos Reds é que ele tinha sido contratado para substituir o grande Robbie Fowler, que havia se machucado. Gerard Houllier e Roy Evans, que treinavam o clube juntos naquela época, rapidamente se arrependeram.

“Um jogador que me arrependo de ter contratado foi Sean Dundee. Ele era terrível, dentro e fora de campo”, disse Evans em entrevista ao site LFC History.

Torben Piechnik

O técnico Graeme Souness teve a difícil tarefa de substituir a lenda Kenny Dalglish no início dos 1990. Em termos de montagem de elenco ele ficou conhecido por dar chances a jovens talentos, como Robbie Fowler e Steve McManaman, e de não ter muitos acertos no mercado.

A contratação de Souness que ficou mais marcada foi a de Torben Piechnik. O defensor dinamarquês chegou ao clube em 1992, vindo do Copenhagen por 500 mil libras.

Havia certa expectativa, pois ele vinha de uma excelente performance na Eurocopa daquele ano pela seleção de seu país. No Liverpool, no entanto, jogou poucas partidas e jogou muito mal.

Piechnik ficou conhecido por recusar-se a seguir as instruções táticas passadas por Souness. Foi uma das piores contratações do Liverpool na era Premier League.

Andryi Voronin

É possível dizer que Voronin é, para os torcedores, um dos jogadores mais irritantes a terem vestido a camisa do Liverpool.

O meia ucraniano chegou a Anfield em 2007 em uma transferência sem custos. Mas havia uma certa expectativa positiva sobre ele, após ter disputado boas temporadas pelo Bayer Leverkusen, na Alemanha. Além disso, tinha destaque na seleção da Ucrânia como parceiro de Andryi Shevchenko.

Rafa Benitez deu a Voronin a camisa 10 e a tarefa de ser o principal armador do time. O resultado não poderia ser mais frustrante. Rapidamente ficou claro que Voronin não tinha velocidade, força ou técnica suficiente para atuar em alto nível na Premier League.

Após uma temporada ele foi emprestado para o Herta Berlin. Voltou ao Liverpool uma temporada depois e não conseguiu marcar sequer um gol.

Poucos se lembram de Voronin jogando na Premier League. Os torcedores Reds ainda têm dificuldades para aceitar que ele vestiu a camisa 10. 

Bruno Cheyrou

Sejamos justos. A decepção gigante com a passagem desse meia francês pelo Liverpool tem muito a ver com as declarações desastradas feitas pelo então técnico Gerard Houllier, na época de sua contratação, em 2002.

Ao falar de Cheyrou, que chegava do francês Lille, por 3,7 milhões de libras, Houllier afirmou que ele tinha a mesma habilidade com a bola e estilo que Zinedine Zidane (!!!). O treinador ainda disse que havia muitas similaridades entre os dois.

Houllier também declarou ter confiança de que o novo contratado se adaptaria tão rápido e seria tão importante quanto seus compatriotas Robert Pires e Sylvain Wiltord, do Arsenal.

Como sabemos, nada do que foi dito por Houllier se confirmou. Cheyrou participou de 48 jogos e marcou cinco gols pelo Liverpool. O meia passou mais da metade do tempo de seu contrato emprestado para clubes franceses.

Paul Konchesky

Paul Konchesky jogou apenas meia temporada pelo Liverpool, em 2010. Chegou sem grandes expectativas e também não teve um custo alto (3,5 milhões de libras, vindo do Fulham). No entanto, ele é um dos jogadores mais odiados pela torcida.

Não apenas pelo desempenho fraco do atleta, mas principalmente porque Konchesky tornou-se um símbolo de uma época do clube repleta de péssimas escolhas de mercado e resultados muito pobres dentro de campo.

Os Reds haviam decidido contratar Roy Hodgson para ser seu novo técnico (algo bastante questionável na época). O que seguiu foi uma leva de contratações equivocadas, que pouco (ou nada) agregaram à qualidade do elenco.

Konchesky havia jogado com Hodgson pelo Fulham. O treinador acreditava que ele seria perfeito para a lateral esquerda do Liverpool. Poucos jogos foram necessários para todos perceberem que os Reds eram muita areia para o caminhão do jogador.

A torcida passou a aplaudir quando Konchesky era substituído em partidas em Anfield. Sua mãe, Carol Konchesky, foi ao Facebook e fez textão para defender o filho e xingar muito os torcedores.

Konchesky foi emprestado ao Nothingham Forest e eventualmente vendido para o Leicester.

Alberto Aquilani

Aquilani é daqueles casos de contratações que criaram expectativas positivas. O meio-campista havia demonstrado talento jogando pela Roma, de onde veio em 2009 por 17 milhões de libras.

Contratado por Rafa Benitez para substituir Xabi Alonso (vendido para o Real Madrid), Aquilani chegou ao Liverpool cheio de elogios e boas referências. No entanto, chegou já com uma contusão no tornozelo, que adiou sua estreia. As contusões passaram a ser uma constante na carreira do italiano.

Aquilani fez apenas 18 jogos pela Premier League. Foi emprestado para Juventus e Milan. Finalmente foi vendido para Fiorentina, por menos de 800 mil libras. Um tremendo prejuízo para o Liverpool.

Alberto Aquilani parecia ter um talento inquestionável, mas seus problemas físicos mostraram-se mais sérios do que pareciam na sua chegada a Anfield. Juntando tudo isso com o valor de compra e o valor de venda faz de Aquilani uma das piores contratações do Liverpool.

Christian Benteke

Benteke é uma das razões pelas quais os torcedores do Liverpool não sentem tanta falta de Brendan Rodgers como técnico (veremos uma ainda maior mais para frente). Após quase levar o time ao título da Premier League em 2014, ele gastou muito dinheiro em contratações equivocadas, como a do centroavante belga.

Rodgers tentava montar um time rápido com muita posse e toque de bola. Como foi o caso da equipe vice-campeã de 2014, que tinha no ataque Coutinho, Suarez e Sturridge.

Inexplicavelmente, o treinador irlandês decidiu gastar 32,5 milhões de libras em um centroavante fixo, que não se encaixava no estilo de jogo planejado. Benteke veio do Aston Villa em 2015.

Rodgers durou pouco no comando após o início da temporada. Jurgen Klopp não via o belga como seu atacante titular dos sonhos.

Benteke, em uma temporada, marcou nove gols pelos Reds na Premier League. Mas, como um centroavante fixo, mostrava pouca movimentação e participação no jogo. Algo impensável para o time de Klopp.

O Liverpool conseguiu recuperar 32 milhões de libras ao vendê-lo para o Crystal Palace em 2016.

Benteke tem mais gols marcados em Anfield como adversário do que como atleta do Liverpool.

El Hadji Diouf

Difícil encontrar um ex-jogador do Liverpool que foi tão detestado pelos próprios companheiros quanto o senegalês El Hadji Diouf. O atacante foi contatado em 2002, do clube francês Lens, por 10 milhões de libras.

Havia ótima expectativa sobre Diouf, que acabara de ser um dos destaques da Copa do Mundo daquele ano. Nos Reds, no entanto, marcou míseros seis gols em 80 partidas.

A verdade é que Diouf ficou mais marcado por suas atitudes controversas do que por sua técnica. Em uma partida contra o Celtic, pela Copa da Uefa, ele cuspiu em alguns dos torcedores rivais. Também ficou conhecido por desdenhar de jogadores contundidos.

Dois dos maiores ídolos do Liverpool, Steven Gerard e Jamie Carragher já deram declarações bastante contundentes para a imprensa inglesa sobre o senegalês.

“Sua atitude me enojava”, declarou Carragher. “Ele não tinha nenhum interesse real em futebol e não dava a mínima para o Liverpool”, disse Gerard.

Andy Carroll

Andy Carroll não é um dos piores jogadores a terem passado pelo Liverpool. Mas é uma das piores contratações do Liverpool na Premier League.

Na janela de transferências do inverno europeu, na temporada 2010/2011, Fernando Torres havia trocado o Liverpool pelo Chelsea. Os Reds sentiram-se obrigados a dar uma resposta à altura para sua torcida.

O então técnico Kenny Dalglish foi ao mercado e investiu 35 milhões de libras (na época um recorde) em Andy Carroll, jovem centroavante que estava despontando no Newcastle.

Tendo marcado 11 gols e dado nove assistências em 19 partidas da Premier League pelo Newcastle, Carroll parecia ser uma aposta certeira.

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No entanto, seu estilo de jogo (centroavante fixo, basicamente um finalizador) mostrou-se pouco para um time com grandes pretensões na Premier League.

Além disso, algumas contusões atrapalharam Carrol em seu início pelo Liverpool. Ele mesmo admitiria mais tarde que, aos 22 anos, não estava pronto para mudar de patamar.

Foi ficando cada vez mais claro que as ideias de jogo de Dalglish, nas quais Carroll se encaixaria, eram antiquadas para uma equipe de alto nível. Com chegada de Brendan Rodgers, mais tarde, o centroavante não teve mais chances e foi emprestado para o West Ham.

O time londrino contratou Carroll em definitivo, deixando para o Liverpool uma perda de cerca de 20 milhões de libras.

O desastre da contratação de Andy Carroll parece ainda maior quando lembramos que ele foi apresentado no mesmo dia que Luis Suarez, que havia chegado do Ajax por 22,8 milhões de libras.

Carrol era a atração principal, mas todos sabemos quem se tornou a verdadeira estrela.

Mario Balotelli

Não há dúvidas do quão desastrosa foi a contratação de Mario Balotelli (mais uma de Brendan Rodgers) para o Liverpool.

Para compreender melhor o tamanho do desastre é preciso juntar o desempenho paupérrimo do atacante com o contexto em que estava inserido.

O Liverpool esteve muito próximo de conquistar o título da Premier League na temporada 2013/2014. Seu principal atacante, Luis Suarez, autor de 31 gols naquele campeonato, havia forçado uma venda para o Barcelona.

Era preciso usar o dinheiro para montar um time forte para a Champions League e para uma nova temporada da Premier League. Era preciso buscar títulos.

Rodgers então trouxe Lallana, Lovren, Can e Origi (grandes investimentos, hein Rodgers?). Faltava o atacante “estrela”, que iria substituir Suarez. Alegando dificuldades em encontrar boas opções no mercado, o treinador decide fazer uma aposta.

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Jornalistas que cobrem o dia-a-dia do Liverpool apuraram que Rodgers conversou com o capitão Steven Gerard sobre a situação. Ao saber que a aposta era Balotelli, a reação de Gerard teria sido dizer “uh-oh”.

A grande estratégia de Rodgers para substituir Suarez e montar uma equipe forte foi apostar em Balotelli, por 16 milhões de libras. Um jogador de algum potencial técnico, mas que já havia tido problemas em todos os clubes por onde passou.

O resultado todos sabemos. O italiano teve desempenho pífio. Foram quatro gols. Um em cada competição disputada. Pior do que isso foram suas atuações.

Dificuldade em dar continuidade a jogadas simples, a perda de gols fáceis e o claro desdém para com os companheiros, torcedores e a situação da equipe.

O Liverpool foi eliminado já na primeira fase da Champions League. Balotelli foi emprestado ao Milan e avisado que não teria futuro em Anfield.

O que torna ainda mais absurda a contratação de Balotelli é que foi uma daquelas situações que todos anteviam que daria muito errado. E deu. Certamente, é sempre apontado como uma das piores contratações do Liverpool na era Premier League.

Bruno Desidério
Bruno Desidério

Jornalista. Paulista que mora no Rio de Janeiro. Futebol e música são meus negócios